sábado, 3 de maio de 2008

Momento para Relaxar (ou não)

"Eu não fiz o meu dever de casa de matemática, mas aqui está um algoritmo que desenvolvi para explicar o porquê".

Recado: Qual a justificativa que alguns têm para não fazê-lo?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Momento para Refletir: a arte das coisas simples

Cliquem aqui e vejam a série "Dream of Flying" de Jan von Hollenden e apreciem exemplos de obras artísticas feitas com material simples e idéias geniais. Realmente, a arte de qualidade pode ser feita das pequenas coisas. O que acham?

Arte Comestível (?)

Veja um dos exemplos de objetos artísticos feitos com comida. Vocês seriam capazes de criar alguns com conteúdo semântico relevante, como este que parece ser um pão pedindo o pão de cada dia? Vejam também algumas outras obras neste link e, se quiserem, publiquem nos comentários um conteúdo semântico cabível para algumas das obras apresentadas no referido link.

A História da Representação da Mulher na Arte

Vejam acima um belíssimo vídeo com a história da representação da mulher na arte.

Momento para Relaxar: a lógica circular do evolucionismo

A imagem acima, que se relaciona com o post anterior, já foi bastante divulgada na Net, mas vale a pena colocá-la por aqui, pois demonstra um esforço artístico (afinal é uma obra de arte visual) de representar um ciclo: do evolucionismo ao involucionismo. Como representação de uma teoria (que, particularmente, considero falsa), é uma grande idéia, não acham?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Momento para Relaxar: a arte e o criacionismo

"De uma vez por todas, deixem de me seguir! Eu sou criacionista."

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Momento para Refletir: qual a relação entre forma e conteúdo nas Artes Visuais?

Para o cartunista Bob Flynt, grande parte do que faz um personagem ser inesquecível é o seu design. Se é assim, será que vocês são capazes de identificar cada uma das silhuetas acima? Ah, para ver os desenhos em tamanho maior, é só clicar sobre eles.
As respostas estão nos comentários, mas não vale lê-las antes de tentar descobrir sozinhos, certo?
Abs.,
TL

Aviso: aula do dia 02.05.2008

A aluna Anna Débora, entre outros, fez a seguinte pergunta:

"Professor!Vai ter aula sexta-feira dia 2? ou o senhor vai imprensar? gostaríamos de saber...Anna Débora"

Como muitos perguntaram a mesma coisa, resolvi colocar a resposta no blog:

"Embora muitos alunos tenham me pedido para 'imprensar' a sexta em decorrência do feriado da quinta, eu resolvi ir ao DEART na manhã do dia 02.05.08, mas dedicarei o tempo da aula a tirar as eventuais dúvidas de alunos queiram ir a universidade com esse fim. Dessa forma, respondendo a pergunta diretamente, digo que não haverá aula propriamente dita, mas estarei lá para resolver eventuais questões e problemas que os alunos apresentem."

Por fim, aproveito a oportunidade para postar uma imagem de uma sala de aula bastante peculiar. Um dia chegaremos lá.

Abs.,

Lycurgo

Décima Oitava Questão: a manipulação do signo

A criatividade, aliada à reflexão, não tem limites. Individualmente ou em grupo de duas pessoas, vocês devem tentar subverter um signo visual conhecido e, depois, mandar a figura para o meu email, para que possa postar neste blog. Veja, por exemplo, na figura acima, uma manipulação de um dos signos mais repetidos e que, mesmo assim, ainda sofreu a intervenção do pensamento... Isso é que é genialidade na arte visual. A autoria da imagem é desconhecida.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Momento para Relaxar: diga o que sente...

"Nunca tenha medo de dizer o que sente.
Você só pode morrer uma vez!"

domingo, 27 de abril de 2008

Décima Sétima Questão: A Arte e a Farsa

A farsa pode ser tomada como uma forma artística de subverter o mundo da arte? Para responder a tal pergunta, além de refletir sobre a postagem anterior, leia sobre a exposição "Geijitsu Kakuu", realizada em 2006 pelo artista cearense Yuri Firmeza, que criou o personagem fictício de um artista famoso japonês, tendo a atenção de toda imprensa cearense, como se verdade fosse. Para saber mais, pesquise na Internet, leia os textos disponíveis aqui e o que transcrevo logo abaixo.

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Adorável invasor
Matéria de Ricardo Sabóia, Fortaleza, originalmente publicada no sítio Overmundo

Como um vírus, Yuri Firmeza infiltrou-se na mídia e expôs as fraquezas de uma imprensa que, com raras exceções, mostrou-se incapaz de fazer uma autocrítica vigorosa.

O sobrenome de Yuri não poderia ser mais apropriado. Sua mais recente obra de arte é uma iniciativa que divide opiniões, mas não pode não ser classificada de firme. Ele criou um artista japonês fictício, batizado de Souzousareta Geijutsuka ("artista inventado" em japonês, segundo ele) e a exposição de arte e tecnologia Geijitsu Kakuu ("Arte e ficção"), programada para ser inaugurada na última terça-feira, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MACCE) do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, pólo referencial das artes no Ceará.

Yuri também criou uma assessora de imprensa igualmente fictícia, batizada de Ana Monteja, que abasteceu a mídia local com press-releases sobre a exposição e o suposto artista japonês. Conseguiu até emplacar uma entrevista na capa do caderno de cultura do jornal de maior circulação no Estado, o Diário do Nordeste, só para usuários cadastrados. Tudo com o aval do Dragão do Mar, a "isca" que a imprensa precisava para ser fisgada pelo artista.

A surpresa veio com a revelação, no dia seguinte à publicação dos textos noticiosos divulgando a exposição fictícia, de que Souzousareta, apresentado como renomado artista contemporâneo internacional, com quatro passagens pelo Brasil e mostras em Tóquio, Nova York, Berlim e São Paulo, nunca existiu e não fora do projeto artístico de Yuri e das páginas dos jornais, pelo menos.
No MACCE, o projeto de Yuri, correspondente à quarta edição da série Artista Invasor, ganhou a sala supostamente destinada às obras de Souzousareta. Lá, estão expostos e-mails trocados entre o artista e o sociológico Tiago Themudo, com quem Yuri dialogou na concepção do projeto, e um texto de apresentação (em português e inglês) de Souzousareta ao público, escrito pelo diretor-técnico do MACCE, Ricardo Resende.

No debate Chá com Porradas, promovido pelo Centro Dragão do Mar na última quarta-feira, Yuri declarou: 'Os jornais de hoje (quarta-feira) confirmam o descaso, comprovam que não têm seriedade. Seduzi os jornais do mesmo modo que eles seduzem o público. A obra é uma situação".
A "situação" criada por Yuri busca refletir as complexas relações entre o status da arte contemporânea e seu posicionamento com outras instâncias, como os espaços de museus, galerias de arte e a cobertura midiática. "Queria discutir o museu como espaço de conservação simbólica e outras questões que não sejam propriamente estéticas. Aí entrou a questão da mídia, do mercado, das galerias. Uma invasão que não se limitou ao status museológico, mas a todo um sistema em que ele está inserido. E a mídia é o principal sistema", afirma. Outra preocupação do artista era revelar o descaso da cobertura da imprensa local com os artistas contemporâneos cearenses: "Falta um acompanhamento sistemático da produção contemporânea, de artistas que expõem em projetos importantes aqui e em outros Estados", enfatizou.

Questionado pelo Overmundo sobre os métodos empregados no seu processo de criação, duramente criticados pela imprensa, Yuri afirmou: "No meu caso, a invenção do artista é o próprio trabalho. O suporte era o jornal. Faltou humor da imprensa. Ela não teve iniciativa de se sentir como co-autora da obra. Os jornais se sentiram afrontados, viram que são vulneráveis a esse tipo de invasão. Não existiu uma auto-reflexão da imprensa."

Ainda no Chá com Porradas, o diretor do MACCE defendeu o artista: "A ousadia de Yuri talvez seja demais para os nossos padrões. Ele veio com uma proposta ousada, de testar os limites da instituição. "A obra de Yuri não se encerrou com a revelação de que Souzousareta é fictício: "Até fevereiro, faremos na sala do MACCE um acúmulo das matérias publicadas, o vídeo do debate no Museu".

Se a estratégia de Yuri não chega a ser propriamente uma novidade e pensemos no pronunciamento dos ataques de invasão da Terra por marcianos descrita em A Guerra dos Mundos e apropriadas por Orson Welles em discurso radiofônico, ou mais recentemente, no escritor JT Leroy, sua iniciativa despertou ataques de quem mais se sentiu ofendida por seu projeto artístico: a imprensa local ironicamente, quem viabilizou em última instância sua obra.
Em um primeiro momento, os jornais preferiram desqualificar o artista e o Centro Dragão do Mar. O Diário do Nordeste publicou texto na última quinta-feira cuja manchete classifica o projeto de "factóide", sugerindo que o Dragão do Mar comprometeu o "vínculo de credibilidade estabelecido junto aos veículos de comunicação e a sociedade cearense."

A reação na edição do mesmo dia do concorrente O Povo foi ainda mais agressiva: além de um texto informativo registrando aos leitores que a exposição era uma "pegadinha contemporânea", artigo assinado pelo jornalista Felipe Araújo classificava a obra de "molecagem" e não deixa de ser curioso que a molecagem, tão celebrada como marca identitária cearense, torna-se algo pejorativo quando põe em xeque o funcionamento da imprensa local. No texto, sobram ataques para a arte contemporânea no Ceará. "Com algumas caras exceções, uma arte pobre, recalcada e alienada, feita por moleques que confundem discurso com pichação" e corporativismo com os pecados da imprensa na cobertura do circuito artístico local.

Onde houve excesso de verborragia para desqualificar o artista e o Centro Dragão do Mar, faltou autocrítica incisiva para debater a ausência de uma imprensa responsável e especializada e questionar o uso do release por jornalistas, questão que vai muito além da "boa fé" dos profissionais de imprensa.

O diretor Ricardo Resende rebate as acusações de que o Dragão do Mar foi irresponsável em apoiar a iniciativa do artista. "Em nenhum momento a gente se eximiu da responsabilidade. O Yuri impôs, entre algumas regras, que a gente ficasse fora da divulgação. Quando a imprensa presssionou por informações, achamos que era hora de convocar o Yuri para falar. O Dragão não mentiu para imprensa, omitiu para viabilizar o projeto", declarou ao Overmundo. E sentencia: "Houve uma cegueira da imprensa. Os jornalistas estavam interessados porque era um japonês consagrado, artista que trabalha com arte eletrônica. Mas entendo que isso não seja um erro apenas da imprensa local, é da imprensa brasileira em geral."

A polêmica não arrefeceu. O mesmo jornal O Povo, que em edição de ontem publicou matéria de capa do caderno de cultura Vida&Arte dando voz ao artista e ao MACCE, acompanhada de um sensato artigo da jornalista Regina Ribeiro analisando criticamente o episódio, não hesitou em publicar editorial classificando a obra de Yuri de "Provocação Infeliz". O texto reconhece que a imprensa local "não sai ilesa" do episódio e diz que "em plena era da Internet não custava nada uma checagem em torno do nome divulgado", mas não poupa o artista de mais ataques, sugerindo que ele "extravasou suas frustrações e recalques na mídia". A afirmação revela justamente o que Yuri procurou mostrar: quem está precisando de um divã, efetivamente, é a imprensa cearense.

Trechos de e-mails enviados por Yuri Firmeza a Tiago Themudo:

"Olha aí, Tiago, e diz o que acha; A ocupação da sala será da seguinte forma: irei inventar um artista, biografia, currículo, obras; tudo ficção... Não sei como será a receptividade do público em relação ao Souzousareta, mas acredito que suscitará saudáveis desconfortos"

Aviso: mais polêmica sobre a morte do cão

O aluno Leandro Alves Garcia, pesquisando na Internet, se deparou com uma notícia que traz mais complicações para o enfrentamento da questão da morte do cão. A notícia segue abaixo e foi retirada do portal G1, podendo ser diretamente acessada por este link.

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WWW.G1.COM.BR O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
23/04/2008 - 11h42 - Atualizado em 23/04/2008 - 11h53
Artista não revela se deixou cão morrer de fome em instalação
Costa-riquenho Guillermo "Habacuc" Vargas falou ao G1 sobre "Exposición nº 1".Galeria em Honduras que abrigou instalação afirma que cachorro fugiu.
Shin Oliva Suzuki Do G1, em São Paulo
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Arquivo pessoal
O cão batizado de Natividad na instalação 'Exposición nº 1' (Foto: Arquivo pessoal)
Nas últimas semanas vem sendo repassado um abaixo-assinado na internet contra a participação do artista costa-riquenho Guillermo "Habacuc" Vargas em uma bienal da América Central. O motivo da petição on-line é uma instalação artística em que Habacuc supostamente deixa um cão de rua morrer de fome, à vista do público, o que causou revolta e protestos entre ativistas da causa animal.

Intitulado "Exposición nº 1", o projeto foi exposto em uma galeria da Nicarágua em agosto do ano passado, acompanhado de uma crescente polêmica. A obra foi inspirada na morte de um imigrante nicaragüense, Natividad Canda Mayrena, de 24 anos, devorado há dois anos por dois cães rottweilers de uma oficina de Cartago, cidade da Costa Rica. Esse ocorrido foi filmado por câmeras de TV, e policiais que estavam no local disseram que não poderiam intervir atirando contra os cães porque a vítima seria atingida.

Habacuc, um artista de 32 anos que tirou seu apelido de um profeta bíblico, "porque soa bonito", montou "Exposición nº 1" usando cinco elementos que remetiam à morte do imigrante: a gravação do hino sandinista (movimento político nicaragüense) tocado ao contrário, um "incensário" onde se queimaram pedras de crack e alguns gramas de maconha, um cachorro que ganhou o nome de Natividad na obra, comida para cachorro (com biscoitos que formavam a frase "Você é o que você lê") e a representação dos vários tipos de mídia.

Diferentemente do que diz o e-mail que circula com o convite para abaixo-assinado, ele não foi selecionado para Bienal de Arte Centro-Americana de Honduras por causa da instalação sobre Natividad. O comitê da Costa Rica, que selecionou o nome de Habacuc para representar o país no evento, emitiu um comunicado dizendo que não houve nenhuma tipo de avaliação relacionada a "Exposición nº 1". E, portanto, não repetirá "Exposición nº 1" em Honduras.

Onda de manifestações
Não tardou muito para se formar uma onda de manifestações contra Habacuc e a própria galeria nicaragüense Códice - que abrigou "Exposición nº 1" - após o surgimento em blogs e sites diversos das fotos de Natividad, o cão, que foi recolhido nas ruas de Cartago. Uma jornalista, Rosa Montero, escreveu um artigo no prestigiado jornal espanhol "El Pais" em que condenava o projeto do artista costa-riquenho e convidava os leitores a participar do abaixo-assinado.

Arquivo pessoal
Instalação gerou protestos na internet (Foto: Arquivo pessoal)
"A repugnante montagem de Habacuc reabre as questões dos limites da arte, ou, como sob a desculpa do feito artístico, se podem cometer todo tipo de abuso que em realidade somente busca chamar atenção [...]", dizia um trecho do texto.

Em entrevista ao G1, por e-mail, questionado sobre os limites que a arte tem, Habacuc responde suscinto: "Você acredita que a exploração, a xenofobia, o ódio aos pobres e, em geral, as relações com o poder são produto da arte?". O artista também comenta as reações inflamadas sobre sua obra: "são delirantes, reflexo de um mal-estar que tem raízes no dia-a-dia de das pessoas e que se pretende fazer passar por solidariedade com os demais seres; se eu estivesse errado, não haveria tantos seres humanos e animais na indigência".

A morte do cachorro Natividad foi dada como certa por muitos que se depararam com a história acerca da instalação, mas a verdade é bem mais nebulosa - uma farsa pode ser a explicação para a "realização" da obra. Habacuc responde por escrito apenas que "Natividad morreu, os meios foram cúmplices", sem especificar qual Natividad morreu. Ele justifica a frase ambígua dizendo que "desconfia das mensagens claras". "Assim quero deixar uma dúvida clara. O pior que pode acontecer com uma obra é não produzir nada no espectador, por isso a obra não terminou no sentido de que seguem falando dela".

Arquivo pessoal
Instalação foi inspirada em morte de imigrante nicaragüense (Foto: Arquivo pessoal)
Procurada pelo G1, a diretora da Galeria Códice, Juanita Bermudez, se recusou terminantemente a dar entrevista, mas encaminhou um texto em que esclarece, na visão da instituição, o que aconteceu com o cão Natividad nos dias em que a instalação esteve aberta.

"O cão permaneceu no local por três dias, a partir das cinco da tarde da quarta-feira, 15 de agosto [de 2007]. Esteve solto o tempo inteiro no pátio interior, exceto pelas três horas que durou a mostra, e foi alimentado com comida canina que o próprio Habacuc trouxe. Surpreendentemente, ao amanhecer da sexta-feira, 17, o cão escapou passando pelas vergas de ferro da entrada principal do imóvel, enquanto o vigilante noturno que acabava de alimentá-lo limpava a calçada exterior do local", afirmava o comunicado assinado pela própria Juanita.

"Eu pensava em ficar com Natividad, mas ele preferiu retornar ao seu habitat", completava o texto.

Opiniões
Para a professora aposentada da USP e uma das mais respeitadas arte-educadoras do país, Ana Mae Barbosa, pensa que "Exposición nº 1" "extrapola os limites da ética no sentido de que mantém um ser vivo propositadamente preso, à beira da inanição. O objetivo é extremamente político. Não tenho nada contra a relação da arte com a política nem contra usar a arte para protestar politicamente, mas, na minha opinião, o artista incorreu em um erro".

"Mesmo se tudo isso for uma farsa, pode ser extremamente perigoso. Uma farsa vai induzir a uma interpretação [da obra] farsante. É um tipo de provocação que passa dos limites da educação humanística", completa Ana Mae.

A artista, pesquisadora e professora da Universidade de Caxias do Sul (RS) Diana Domingues, especializada em arte contemporânea, também concorda. "Em qualquer campo da atividade humana deve haver respeito à ética. A própria arte cobra esse respeito", diz.