sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Primeira Questão de 2008.1

Caros alunos,
Publique nos comentários deste post as suas idéias sobre a afirmação abaixo.
• • •
O agir artístico (o mostrar artístico) torna a arte quase capaz de transmitir o que a linguagem não apreende, diferentemente do moribundo (senão morto) discurso filosófico, com seu fracassado intuito de dizer o indizível.
• • •
OBS: Veja as regras aplicáveis na seção "Avaliações" da Página da Disciplina.
Abraço,
Lycurgo

51 comentários:

Tassos Lycurgo disse...

Como esta é a primeira questão do semestre 2008.1, repito as regras aqui. Não farei mais isso nas próximas, certo?

Regras: i) Somente serão considerados para efeito de nota os comentários publicados em até quinze dias da postagem das questões pelo professor; ii) Os comentários qualitativamente idênticos, mas publicados primeiro, tendem a receber notas melhores do que os publicados por último; iii) Todos os comentários devem conter o nome completo do aluno e a sua matrícula na UFRN, sob pena de não poderem receber nota; e, por fim, iv) Os comentários sempre devem ser feitos com fundamento nas aulas, nos textos utilizados (e disponíveis na bibliografia) e, o mais importante de tudo, com base no seu pensamento e capacidade de reflexão.

Anônimo disse...

Aí vai o meu comentário.
O que torna o homem capaz de considerar coisas inúteis? Talvez intuição? A vontade de ser diferente, de não ser tão óbvio? Na verdade, o homem não é tão óbvio, sua capacidade de pensar o torna “mágico”. Ele percebe que pode ir além e através da observação.
Tudo vem do pensamento. Na arte me arrisco em pensar da seguinte forma: “O artista que reproduz uma imagem figurativa, ele reproduz o que já está pronto, (natureza, homem mulher), isto é lógico, óbvio, mesmo que ele use de instrumentos como: luzes, sombra, perspectiva, etc. E só poderá ser percebido por aquele que detém o conhecimento para assim fazê-lo (o crítico de arte, por exemplo). A pintura expressionista abstrata se faz de maneira diferente, ela busca inatingível, o que se encontra na mente do artista. O “automatismo” é o seu forte. Ele pensa no que não pensa e se expressa de forma involuntária, sem se importar no que está pintando”.
Assim, penso que o artista expressionista abstrato, como Tales de Mileto, tenta demonstrar o indemonstrável e dizer o indizível.
Afinal,
Como diria Salomão: “Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.Eclesiates 1:2.

Conceição Ferreira da Silva de Oliveira
Matr. 200606204

Tassos Lycurgo disse...

Conceição,
Penso que em algum sentido você tocou no ponto da questão: há mecanismos estranhos de se dizer o indizível... Vejamos o que as outras pessoas pensam...
At.,
Lycurgo

L.A.G. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
L.A.G. disse...

Em "O Problema de Sócrates" segundo Nietzche os grandes sábios achavam que a vida não vale nada. Mas por fazerem tal afirmação, será que não estariam fazendo apenas uma reflexão de suas próprias vidas?
A inutilidade da arte e todo seu fazer por tentar transmitir o que a linguagem não aprende me faz lembrar o que disse Katia Canton em palestra para o XI Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal "Antigamente a grande discussão era ´isto é belo?`, porém, na contemporâneidade a grande dúvida gira em torna de ´istoé arte?`".
O filósofico reflete e suas grandes questão giram em torno do pensamento, diferentemente do artista, que tenta interagir com seu público através de sua arte e com um leque amplo de possibilidades reflete suas problematicas através de ações.
Hoje podemos não saber o que é realmente arte e quem são os oportunistas tentando aparecer através da arte. Mas para detectarmos isto, afirmo que é importante aproveitarmos a oportunidade de "estudar o inútil" e não ser apenas mais um brasileiro corrompido pelo sistema e o mass-midia.

LEANDRO ALVES GARCIA
matricula 200606310

Tassos Lycurgo disse...

Oi Leandro,
É interessante você trazer para o debate a afirmação de que hoje em dia a questão central não é mais "o que é o belo?", mas sim "o que é arte?"
Isso me lembra um argumento muito forte, baseado na tese de Francis Fukuyama sobre o fim da História, que se aplica ao fim da arte (veja a Entrevista com Arthur Danto, na seção "Bibliografia" do site), sobre o qual falaremos futuramente no curso e que, certamente, será objeto de nossa discussão no blog.
Abs.,
Lycurgo

Yuri disse...

O fazer artístico, assim como a filosofia, se articula em linguagem, mesmo que de outra espécie. Assim ela encontra suas barreiras e se torna tão limitada sobre o mistério da existência quanto a filosofia ou a matemática. As tentativas de apreender o mistério do mundo são falhas por sua própria natureza e o fato de a filosofia não conseguir, por exemplo, produzir um efeito tão profundo num campo sinestésico (de sensação) não retira sua validade. Sendo o campo do mistério e da sensação muito mais dificilmente justificável, em termos de coerência (já que se baseia no Desejo), que a lógica e a dialética, certos discursos são mais válidos em certos contextos que outros. Na minha opinião, isso ocorre na filosofia e na arte por causa da excelência do objeto, do factível, para a sua realização. E a arte consegue funcionar sem que eu tenha que explicar "por que isso existe?" como a filosofia embora, justamente por isso, tenha o risco de tornar-se demasiadamente endógena.

Yuri Kotke Cunha
Matrícula 200717626

Edson Lima disse...

Enquanto o discurso filosófico tenta “dizer o indizível”, encontrar explicações para o que não se explica, ou seja, formular teorias para que o indivíduo as acate ou não, a abstração em arte não procura dizer nada, pelo contrário, incentiva o consumidor de arte, o espectador, a buscar suas próprias explicações, a “descobrir” o que determinada forma de representação artística quer dizer. Em outras palavras, o discurso filosófico é o oposto, a antítese do abstracionismo. Paradoxalmente, a abstração artística consegue ir além da própria representação, atingindo o objetivo que o discurso filosófico não consegue: “dizer o indizível”, já que o indizível está na cabeça de cada indivíduo de maneira diferente.

Edson Lima
200606239

Tassos Lycurgo disse...

Oi Yuri,
Concordo em alguma medida com o que você disse: arte e filosofia se articulam por meio da linguagem. Você também tocou no ponto de que as linguagens mais rigorosas (tais como a matemática e, em menor grau, o discurso filosófico) têm maior coerência, enquanto outras, como a arte, são mais flexíveis, para não dizer incoerentes.
A questão é: como saber se uma linguagem não rigorosa, como a arte, diz o indizível se nem sequer podemos chegar a um consenso sobre o que é essa linguagem, já que, como você bem o notou, ela "consegue funcionar sem que eu tenha que explicar 'por que isso existe?'". É algo a se pensar...
Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Edson,
Você toca em um ponto nevrálgico dessa discussão ao dizer que "o indizível está na cabeça de cada indivíduo de maneira diferente". O problema a ser considerado é que, se isso for o que ocorre, nunca se saberá o que está na cabeça de cada um e, portanto, o indizível continuará a não poder ser dito. Entraríamos em um relativismo absoluto, sendo a arte nada senão uma forma de dizer algo que nunca se saberá o que é.
Não estou dizendo que isso não é o que de fato ocorre com a arte, mas apenas que, se for, estaremos mais perdidos do que nunca... O que, nos campos intelectuais, pode ser até bom, não é mesmo?
Abs.,
TL

Anônimo disse...

Em relação à Primeira Questão, penso que, se assumirmos que algo é indizível, a priori, devemos ter consciência que jamais a "coisa em si" será elucidada, seja através do agir artístico ("... torna a arte QUASE capaz..."), seja através do ".. .moribundo, senão morto, discurso filosófico".
Entretanto, apesar desta aparente, ou absoluta, inefabilidade, também penso que só o esforço apreendido pelo espírito humano em se tentar elaborar e engendrar um dizer, mesmo que indizível, através da arte, da filosofia, da teologia, ou de qualquer outro saber humano, terá sua relevância e, quiça, sua revelação.
Ricardo Wagner de Araújo
Filosofia 200710893

Tassos Lycurgo disse...

Oi Ricardo,
Aqui você traz uma questão relevante ao debate. Um argumento forte, o qual tenho defendido, está na idéia de que o valor estético da arte não está no que a obra consegue comunicar (afinal, pode ser que "jamais a 'coisa em si' [seja] elucidada"), mas nas reiteradas tentativas de comunicar algo e nunca conseguir fazê-lo. Há muitas implicações decorrentes dessa idéia, que certamente as trataremos nas aulas e neste blog.
Abs.,
TL

Yuri disse...

O mistério do mundo talvez não busque uma resposta. A linguagem não necessariamente serve para explicar os elementos da realidade (será que ainda existe realidade?). Alguns filósofos, como Wittgenstein, descobriram que ela (a linguagem) se articula consigo mesma. O que estou querendo dizer é que a coerência, assim como qualquer outro pressuposto que embase um discurso, entra num círculo da qual não pode sair se não forem feitas concessões para outros pontos de vista que possam preencher (ou alargar) as fraturas desse mesmo discurso.
Wittgenstein, com a sua proposição "Sobre o que não se pode falar, deve-se calar" se aproxima de artistas como Clarice Lispector, que diz "A solução do enigma é a repetição do enigma." Isso não quer dizer que o material para investigação, filosófica ou artística, tenha acabado. Só quer dizer que podemos sair de um pensamento linear que signifique que toda pergunta tem que ter uma resposta.

(Ok, não vou me alongar muito aqui, você tem mais respostas pra ler e eu mais perguntas pra responder. É que o tema me interessa.)

Yuri Kotke Cunha
Matrícula 200717626

Tassos Lycurgo disse...

Oi Yure,
Sempre gosto dos posicionamentos que levam à idéia de que a arte, a filosofia, a poesia, enfim, a linguagem, tudo não passa de um jogo, ou seja, de um elucubra-se no mesmo ponto, com a condenção de nunca poder ir a lugar algum. Wittgenstein, com a proposição 7 do TLP("Wovon mann nicht sprechen kann, darüber muss mann schweigen"), subiu o muro e jogou a escada fora. Se não há o que dizer fora da linguagem, por que essa necessidade que temos de continuar tentando o impossível? Por que existe a arte, afinal? Minha resposta é porque há doentes. Quero saber a de vocês.
Abs,
TL

Anônimo disse...

O ser humano nunca está contente com o que tem. Pelo menos, no que pensa ter. Os loucos, como o professor bota, são pessoas que não se contentam em engolir o que já está mastigado. "Se não há o que dizer fora da linguagem, por que essa necessidade que temos de continuar tentando o impossível?", só em fazer essa pergunta muitos de nós, incluindo o meu inconsciênte, ficaram instigados a derrubar essa idéia. Acredito que seja algo da nossa natureza mais profunda tentar dar uma explicação, ou pular barreiras, em relação a coisas que não entendemos ou aceitamos.

Como a essa pergunta...


Daniel Eric Sonehara Muller
200606229

Anônimo disse...

MARCELO LUIZ DA SILVA AZEVEDO
Enquanto a arte mostrada através da "figura" é capaz de poder ser interpretada até mesmo por quem tem apenas um conhecimento superficial do conteúdo,o discurso filosófico para poder ser captado no entendimento do ser, é necessário uma apreensão profunda do que o pensador deseja expor, já que na sua maioria, a única forma de captar é através do inteligível. portanto, uma figura artística é muitas das vezes fácil de se compreender, pela sua simplicidade, porém o filosofar é importante pela sua profundeza.

Tassos Lycurgo disse...

Oi Daniel,
Não sei se a arte traz elementos mais difíceis de entender do que qualquer outra manifestação humana ou da natureza. Como falei na aula, há um matemático que diz que “o mistério está ao meio dia”, ou seja, basta que nos debrucemos sobre o que há de mais simples no mundo para que tenhamos problemas filosoficamente relevantes para pensar durante toda a vida. A questão, parece-me, é a seguinte: por que alguns sentimos a necessidade de pensar o inútil se, para muitos, o útil é mais do que suficiente para que vivam toda a vida? Aos que são atraídos pela inutilidade (como os artistas) é que atribuo algum tipo esquisito de doença.
Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Marcelo,
Você diz que “uma figura artística é muitas das vezes fácil de se compreender, pela sua simplicidade, porém o filosofar é importante pela sua profundeza”. Respeito o seu ponto de vista, mas gostaria de expor algumas idéias: talvez a profundeza atribuída à filosofia não decorra da sua importância, mas do seu caráter forçadamente esotérico (assim mesmo, com “s”). Ora, que tipo de saber é esse que precisa ser tão obscuro e intangível que quase ninguém consegue compreendê-lo, principalmente quando usa de palavras que estão mortas e que ninguém mais as usa na linguagem cotidiana? Tem uma passagem interessante: parece que certa vez Einstein e Charles Chaplin (o Carlitos) passearam em carro aberto enquanto as pessoas os aplaudiam. Chaplin olhou para Einstein e disse: “olha, que interessante, as pessoas me aplaudem porque me entendem e o aplaudem porque não o entendem”. A filosofia é o Einstein da história, não acha?
Abs,
TL

Anônimo disse...

Alexsandro Fontes
200606140

Quanto a "dizer o indizível", creio que arte e filosofia possuem a mesma carga de competência. Explico (ou tento):

Sendo o discurso filosófico "moribundo (senão morto)", o artístico não seria diferente simplesmente por ser "quase capaz de transmitir o que a linguagem não apreende". Seria apenas um morrer na praia...

A proposta da arte em dizer algo se fundamenta no fato de 'tentar dizer algo'. Há a discussão de que REALMENTE algo foi dito, mas a assimilação é influenciada pelo próprio espectador (como o disse Edson), mas é de fato outra discussão.

Já a proposta filosófica em dizer algo implica em refletir sobre esse algo.
Atenho-me a esse termo, REFLETIR, e seu sentido principal: O que (ou quem) reflete algo, influencia (queira ou não) na imagem reflexa. Quem negaria que um espelho (por exemplo), tendo distorções ou manchas, não geram reflexos distorcidos ou manchados?

Sendo assim, o indizível (creio) poderia ser "quase" dito à medida que se removessem o máximo possível as distorções. O homem (desejoso de emitir algo) em questão, é predisposto a falhas e distorções e, portanto, precisaria de uma acuidade e imparcialidade sobre-humanas ao emitir esse algo.

o/

Anônimo disse...

Não sei se se arte alcança ou quase alcança o que a linguagem apreende, porque, qndo penso em liguagem me lembro de artaud e porque não de beckett, artadu dizia que o teatro há muito deixara de ser a arte da palavra e qua a palavra teria encontrado no cinema a sua arte. beckett aproveita esse gancho artaudiano e escreve peças que ao contrário do que James Joyce escreveu, destróis a linguagem usando a própria linguagem, podemos citar como exemplo a peça "Play" de Samuel Beckett, onde o que está em jogo não o texto que está sendo dito, porque o texto é dito de uma forma tão rápida pelos atores que mal consegue ser entendido, o que está em jogo é a própria proposta do texto, entendido aí não como linguagem, mas como sucitador de possibilidades estéticas infinitas. Apesar de ter fieto o link com o teatro, acho que as artes são sucitadoras de possibilidades infinitas tanto na cabeça de quem cria quanto na cabeça do receptor.

Anônimo disse...

Jucélia

O que eu penso desse agir artístico (o mostrar artístico) é que a arte procura se afirmar a partir da possibilidade de retratar a realidade do interior da alma humana, da mesma forma, que ela também procura advogar em favor da negação, oriunda da necessidade de valer-se de artifício para a representação do real. Assim, como base para esse argumento, pode-se buscar no cineasta francês chamado de Robert Bresson, que chegou a definir o cinema (sétima arte) como o lugar onde o falso e o verdadeiro se misturam, assim, imprimindo o falso; outro exemplo, do agir artístico, no humanismo das artes - Leonardo da Vinci, que deixou grandes inovações..., observando-se o quadro da Gioconda ou da Mona Lisa, numa visão artística aparecerão características marcantes em sua obra, bem como: a textura do veludo (visão, tato...); a técnica de perspectiva; a sexualidade da personagem; a percepção da imagem do seu rosto, a nítida impressão da imagem um lado da face triste e o outro lado da face alegre e sem contar com as mãos a meu ver parecem-me inchadas como de uma mulher grávida. No entanto, com toda essa assertiva, a meu ver é na poesia, que se concentra a arte, pois, ela está além da produção da arte, porque transforma a técnica; opera as representações e tem melhor condição de “acessar o real”. Acredito que só na figura do poeta se tem essa real condição de minimamente discernir, mesmo que de pouca monta esse mundo dito “esquisito” e seus “agregados”, ou seja, nós, no qual habitamos, sem saber quase nada ou simplesmente nada dele, mas, é interessante lembrar que Heidegger se valeu do artifício do poema, “Poeticamente o homem habita”, de Höderlin para poder explicar o que é o Ser e o Ente. Para tal, na acontece na literatura, o humanismo das letras, que existe o problema de representação do real que gradualmente toma o lugar da problemática da linguagem.

Jucélia Maria Emerenciano Rodrigues
Matrícula 200007811

Tassos Lycurgo disse...

Oi Jucélia,
Gostei da assertiva “o problema de representação do real que gradualmente toma o lugar da problemática da linguagem”, pois ela passa a idéia – que, à propósito, considero no mínimo relevante – de que o objeto de arte é ela mesma. Será?
Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Alexsandro,
Você diz que “sendo o discurso filosófico ‘moribundo (senão morto)’, o artístico não seria diferente simplesmente por ser ‘quase capaz de transmitir o que a linguagem não apreende’. Seria apenas um morrer na praia...”. Creio que há algum fundamento nessa colocação, mas não haveria alguma sobrevivência para a arte se considerarmos que ela, embora menos adequada para “dizer” do que a filosofia, é mais apropriada para “mostrar”? Obviamente, há de se estabelecer aqui a distinção técnica entre “dizer” e “mostrar” (Wittgenstein é relevante aqui), o que já fizemos na aula, mas que certamente aprofundaremos nas próximas.
Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Felipe,
Você traz um ponto relevante à discussão: o de que a subversão da linguagem pela linguagem é possível e, em certo sentido, capaz de ser entendida como um elemento simpático à manifestação da arte. A arte se daria, pois, na metalinguagem que subverte a linguagem, já que o modelo tradicional (em que a linguagem subverte a realidade) é impossível (já que não se pode dizer o “indizível”). Este é um ponto interessante, não acha?
Abs.,
TL

Anônimo disse...

VANESSA KALINDRA
Matrícula: 200717600

Não acredito que a arte seja quase capaz de transmitir o que a linguagem não abarca, muito embora essa afirmação seja defensável. O que eu penso a respeito é a que a arte, tanto quanto a filosofia e a linguagem, não consegue se fazer definir ou compreender, pois se encontra perdido em seus próprios signos, imerso num sistema lingüístico falho desde a ruptura ulterior da concepção de sujeito e identidade. Pensar a arte como um discurso do indizível é referenciá-la, é sustentá-la enquanto porto-seguro ao pensar a fragmentação e a morte do que por tanto tempo se fez racional, necessário e insubstituível. Sob meu ponto de vista a arte tende a ser fruto de um processo se articulações, de subjetividades e contatos, sendo assim não cabe mais qualificar ou desqualificar, se diz ou fracassa, se tem ou não objetivo, questionar se é ou não arte, ou até mesmo defini-la enquanto aspectos plurais e formativos. Não quero dizer aqui que não caibam tais reflexões e questionamentos, o que eu acredito é que são importantes, mas que são falhos a partir do objeto que tomam para análise.

Anônimo disse...

Meu comentário:
Faço aqui um paralelo entre o agir artístico e o pensamento filosófico. No agir artístico não existe propriamente o problema do uso da razão, não há uma verdade, muitas vezes, a arte é o ócio, a inutilidade, tal qual a filosofia. Para se fazer arte, o ócio é o seu principal ingrediente. A arte é quase capaz de transmitir o que a linguagem não apreende, mas alguns artistas estão sempre quebrando regras, não usam a lógica nem as limitações impostas pela sociedade. Vivem intensamente a vida. O artista não é desprovido de sentimento, mas não tem limites. Cada um tem seus conceitos e suas realidades.
Analogicamente, filosofia e arte não diferem muito uma da outra. Tanto o artista, quanto o filósofo são loucos, por isso seguiram por esse caminho que não precisam seguir regras e enveredam por um caminho fantasioso. O agir artístico necessita da imagem, mas nem sempre o que o artista vê ao término de uma obra, é o que ele realmente queria mostrar e nem era o seu pensamento antes de começá-la. A arte não precisa ser explicada, o que realmente é, e como foi feita, por que cada pessoa que apreciá-la terá uma visão diferente de outra. Cada obra é ímpar, singular. Mesmo aquela que está na cabeça dele e que ele ainda não conseguiu “vomitar”, expelir a essência de seus sentimentos.
Será que a verdadeira essência filosófica de pensar o inútil é nos deixar, séculos depois, queimando os neurônios, tentando pensar o que não se deve pensar e o que não necessita de comprovação? Vera Lúcia das C.F. Alves - 200606360

Tassos Lycurgo disse...

Oi Vera,
Você traz alguns pontos muito importantes para o debate. Quando você diz “(...) alguns artistas estão sempre quebrando regras (...)”, um elemento que deve ser pensado é o seguinte: em um mundo como o nosso, em que se defende algo como pós-modernismo (ou pós-modernidade), em que não há mais regras pré-estabelecidas, em que tudo é permitido (Dostoievsky disse: “se Deus está morto, tudo é permitido”), em que não há mais fé, nem limites, como é possível quebrar um regra, se já não há mais o que ser quebrado? Essa é uma parte do argumento do fim da arte, tal como estilo intelectual por meio do qual se superam paradigmas estabelecidos, se subverte o mundo.

Outro ponto interessante do seu comentário é o seguinte: “Será que a verdadeira essência filosófica de pensar o inútil é nos deixar, séculos depois, queimando os neurônios, tentando pensar o que não se deve pensar (..)?”. Quanto a isso só tenho a dizer o seguinte: é, talvez seja mesmo, mas, para os “doentes”, não há deixar de fazê-lo. Eis a sina dos que nasceram assim: viver tentando o impossível, mas o prazer (nunca se esqueça disso!), não está na conquista do objetivo, mas no prazer da tentativa fracassada.

Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Vanessa,
Se bem entendi a sua colocação, você diz que não faz muito sentido pensar a arte como meio de transmissão lingüística de algo fora da própria arte, pois ela teria valor unicamente em si mesma. Se for isso, digo que tendo a concordar com você, mas há alguns pontos que decorrem desse posicionamento, tais como, por exemplo, o de que não há quaisquer funções não estéticas na arte. Assim, por exemplo, absurdo seria falar em função social da arte, com o que, inclusive, concordo. Enfim, a arte como objeto de si mesma é um ponto mais avançado da teoria artística, com o qual muitos não estariam satisfeitos, pois, como disse, essa postura tira da produção artística qualquer valor não puramente estético que ela eventualmente tivesse. Pretendo aprofundar a discussão no futuro.
Abs.,
TL

Unknown disse...

De certa forma, "dizer o indizível" é impossível. A graça está em tentar e, inevitavelmente, fracassar. A arte, pode nos dar a impressão, ou a certeza, que pode ser capaz, mas e nos casos onde nem o próprio artista sabe dizer, quando perguntado, o que fez? São essas falhas que fazem a arte quase chegar lá? Ou a culpa é da ignorância do artista e não da arte? Na minha apinião, ambos, arte e filosofia, fracassam. Mas, como já ficou claro, o que vale é tentar!
Raphael Dantas, 200606352.

Tassos Lycurgo disse...

Oi Raphael,
Penso que a chave da questão é exatamente esta: entender que o sentido está n progresso, na tentativa, e não em um objetivo a ser alcançado. Somente assim o tentar o impossível passa a fazer algum sentido.
Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Caros alunos e alunas,
Como já comentei individualmente muitas das colocações publicadas nesta "Primeira Questão", passarei a comentar agora em bloco, pois muito já foi dito que servirá de subsídio para o aprendizado dos que ainda não colocaram os seus comentários, mas que ainda devem fazê-lo.
Abs.,
TL

Edson Lima disse...

Obrigado pelo comentário Professor.
Espero estar no caminho certo.

Edson Lima
200606239

Anônimo disse...

O que me chama atenção para essa questão é a palavra "quase". Não acredito em um mostrar artístico capaz de transmitir fielmente a linguagem. A linguagem ao contrário vai se fragmentando no decorrer do processo; mesmo no realismo que tenta seguir códigos definidos em algum momento deixa de evidenciar o seu propósito. Essa fragmentação é decorrente da relação comunicativa. O artista nunca irá transmitir o seu verdadeiro objetivo, e isso é atribuído não só a ele por estar entregue num conjunto de signos próprios, mas ao o usufruidor da arte que pelo seu caráter simbólico pode ou não dar um significado ao que ver.

Camila Maria Grazielle Freitas
200717430

Unknown disse...

Penso que: A arte certamente abrange diversas linguagens através de suas diversas possibilidades de transmitir uma "obra".Ela diverge da filosofia porque não procura problematizar "o produto" que possui. A arte mostra, põe em questões pensamentos, mas tem alí o seu valor definido e não hipotético sobre "algo".

ANDREIA MELO
200610597

Anônimo disse...

Artistas e Filósofos
Há dois tipos de pessoas para as quais o mundo, tal como se apresenta, causa um doentio espanto: os artistas e os filósofos. Digo doentio pois, afastadas da opinião comum da maioria, essas pessoas não se contentam com aquilo mesmo que se lhes chegam aos sentidos, mas sentem uma profunda necessidade de pensar sobre algo mais, algo que não aparece, que não se mostra, que teima em permanecer oculto. Assim, empreendem uma dura jornada em busca da verdade das coisas, que está, por assim dizer, velada no universo. É a natureza que, mostrando-se, oculta-se. Essa “doença” já manifestava seus sintomas entre os gregos antigos, desde Tales, e perdurou até nossos dias.
Contudo, nesse caminho, tanto os artistas quanto os filósofos, se deparam com duas barreiras tidas, por muitos, como instransponíveis: os abismos que existem entre o ser e o pensar e entre este e o dizer. São como três retas paralelas que jamais se encontrarão. Então surge a questão: é possível dizer ou mostrar a realidade na sua essência própria? Se é possível, como fazê-lo? O filósofo, valendo-se do discurso lógico, parece caminhar numa espiral, onde o que é dito hoje já foi dito antes, apenas “mudou de roupa”, adquiriu um novo paramento, um novo enfeite. Penso que a filosofia ocidental já está definida desde os tempos de Tales e o que fazemos hoje é, tão somente, melhorar as palavras, dar uma ajeitada no discurso. Nada de novo foi inventado, nenhuma questão nova foi proposta. O artista, por outro lado, parece conseguir algo mais que o filósofo. Enquanto este está preso às rígidas regras da linguagem, aquele goza de certa liberdade para mostrar aquilo que jaz na sua mente e que conseguiu captar da realidade. Assim são os poetas, os pintores, os escultores, os músicos, os bailarinos. Com o seu mostrar artístico, levam-nos a uma experiência estética que não conseguimos, no mais das vezes, exprimir em palavras. Mas será que o artista também não se vale dos mesmos elementos da natureza, a qual tenta representar, para exprimir suas idéias? Certamente sim. Da mesma forma que o filósofo, o artista também está limitado: às palavras, no caso dos poetas; às cores do espectro visível, no caso dos pintores; ao próprio corpo, no caso dos bailarinos, de modo que o mostrar artístico, embora consiga algo mais que o dizer filosófico, também não se mostra tão eficiente na descrição do ser em si. Então podemos perguntar: e agora, José? Vale a pena ficar andando em círculos e tentando dizer o indizível? Não nos cansa essa jornada “inútil”?
É justamente aqui que se dá a plena realização tanto de filósofos quanto de artistas. O fato inegável de a realidade não poder ser dita ou mostrada plenamente naquilo que ela realmente é, na sua essência, é que dá ânimo e estímulo, é o élan da filosofia e da arte. O mais importante não é chegar ao destino, mas fazer o caminho, tentar chegar. É por essa razão que temos tantas manifestações filosóficas e artísticas. E é por essa razão – a inexauribilidade da realidade – que encontramos “panos para as mangas” a fim de continuarmos nosso caminho. No meu caso, o filosófico.

Camilo de Lelis Medeiros Nascimento
Mat. 200710729

Anônimo disse...

Enquanto sistemas de elaboração de estruturas específicas dentro da linguagem, arte e filosofia, ao meu ver, são equiparáveis pela imposição do discurso do Declínio, qual seja, um princípio de preenchimento e esvaziamento de significação presente em todas as organizações sistêmicas. Nesse sentido as proposições lançadas tanto pela arte como pela filosofia estão em constante flutuação através dos signos que escolhem para se fazerem representar. Para tomar um exemplo fortuito à questão cito as contundentes tentativas de elaboração de uma crítica formal em nos diversos campos das artes. O que ocorre nestes casos é uma ampliação conotativa e cada vez mais plural de impressões sobre a linguagem construída pelo artista, as impressões lançadas pela crítica não chegam sequer a comunicar-se com o conflito estabelecido pelos signos que o artista possa talvez ter conseguido propor.
Nesse sentido a linguagem articulada em signos e nas relações que constrói consigo mesma configura-se como um sistema de não equivalências sígnicas, pela multiplicidade de referentes e outras interconexões relacionadas ao signo que potencializam neste um preenchimento constante por diferentes vias, que o desequilibram à beira do abismo, fazendo-o cair, e nesta queda não há o fim esperado, o encontro com a superfície, gerando o contato final, sendo este o dilaceramento do corpo com a concretização do choque, ao contrário, o que resta é o movimento inapelável de preencher-se e esvaziar-se, sem saber ao quê chamar preencher, ao quê chamar esvaziar. Desta forma há nesse processo uma demonstração da tentativa que um sistema de elaboração lança num impulso de tocar o outro sistema ao qual tenta se direcionar (a críticaà arte), pois aqui o que ocorre é o seguinte fator: os signos articulados no sistema no qual se elaboram, (seja a crítica, a arte ou a filosofia), se desarticulam de um significante e/ou de um significado, (princípio facilmente identificável, sobretudo no que hoje denominamos era pós-moderna), pelas possibilidades inomináveis de interpretação que recaem sobre o signo. Isto é notável devido a grande demanda fragmentária de informações e discursos em fluxo-corrente na nossa época, e nesta carga que o esmaga o signo acaba por esvaziar-se pelas fraturas sofridas, a expansão possível, na sua superfície, materializando em si um corpo-sem-órgãos incapaz de comunicar, de significar, mas capaz, dentro da minha perspectiva, de preencher-se de novo, um signo que se perde e se encontra nos fragmentos dos demais que como ele se perderam ou hão de perder-se. E desta forma não estar abrangido por uma lógica caracterizada pela pluralidade, mas pelas imposições, dores e prazeres da perda. Nessa perspectiva, acerca do mistério que vela o indizível, creio que nem a arte nem a filosofia sejam capazes, pelos motivos já anteriormente mencionados, de dizê-lo ou mostrá-lo, estão exauridas de linearidade nas mensagens compulsórias que tentam representar, a cinética dos gaps é seu novo tempo. Nesse sentido, creio que na suposição do próprio mistério para o qual o indizível serviu de centro, resida uma pulsão esquizofrênica, o que nos leva, por conseguinte a uma busca demasiada pelas diversas vozes que se ampliam e se exortam pelo sopro de vida dentro do mistério, elaborando respostas e argumentos confusos, que talvez, apenas talvez, ao mistério se façam desnecessários.

ANDRÉ LUIZ RODRIGUES BEZERRA
MAT.- 200717405

Anônimo disse...

ADELE SARAIVA CAMPOS
MATRÍCULA 200409719

Esta proposição refere-se à desvinculação da filosofia com a realidade social, no sentido de que ela prende-se, exclusivamente, a uma contemplação teórica dos acontecimentos. Desta forma, descaracterizando-a de uma funcionalidade social. A filosofia poderiaintervir nessa realidade, atribuindo ao pensamento o poder trnsformador.
A linguagem efetiva no homem uma reflexão sobre a sua existência e isso estimula o surgimento da abstração como um ítem central para a existência do pensamento.
Nesse sentido a arte permite o uso dessa abstração como um processo ilimitado do pensamento criador e transformador, pois desprende-se do óbvio e do imediato dando lugar à vastidão das emoções que promoverão as mudanças.
A arte permite interpretações próprias e diversas tanto ao produtor como ao apreciador. Ela desperta emoções e vincula essas emoções à razão,mostrando assim, que a existência humana pode ser agregada à sensibidade. Portanto, também tomando a arte como uma linguagem e entretanto não subjulgando o discurso filosófico, ela muitas vezes consegue transmitir ou despertar, eu diria, o que não se consegue de outra forma mais formal.

Anônimo disse...

Não vejo tanta diferença assim entre o fazer artístico e o discurso filosófico. Afinal, de certa forma, em algumas ocasiões um bebe na fonte do outro. O fazer artístico também tenta dizer o indizível e, tanto quanto a filosofia, é muitas vezes incompreendido. O espírito humano tem muita necessidade de se elevar do seu rame-rame corriqueiro. Por isso a arte e a filosofia são eternas, e serão tão eternas quanto a humanidade. Desde os tempos mais remotos o homem volta os olhos para o céu, para o mar, para a natureza buscando um sentido para essa experiência terrestre. Mas é na Arte e na Filosofia que ainda consegue chegar um pouco mais perto de si próprio, de sua própria grandeza. No pensamento e na sua expressão, movimentos de sua própria natureza.

Isis de Castro.
200610651

Anônimo disse...

Na afirmação apresentada evidencia-se o princípio da irredutibilidade da experiência estética, como que uma identidade da arte, aos conceitos e a linguagem, inefável tarefa da filosofia. No entanto, ao compreendermos a filosofia como um movimento ininterrupto de reaprender a ver o mundo e a arte como uma possibilidade de modificação de nosso olhar sobre o real, poder-se-ia estabelecer uma articulação vertiginosa. Afirma-se portanto um entrelaçamento do domínio artístico e da linguagem unidos no “clangor do mundo”, representando a multiplicidade de significações do domínio da vida, que encarna visível e o invisível, silêncio e a palavra.

João Carlos Neves de S. e N. Dias
Matrícula: 200610961

Tassos Lycurgo disse...

A exemplo dos primeiros comentários, alguns dos últimos também têm sido muito bons, com pensamentos próprios. O que importa é ver a idéia, o argumento...
Continuem assim.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

Não consigo fazer uma ligação entre as aulas, o texto de Nietzsche e essa primeira questão...Talvez pelo fato de não ser, como foi dito, "doente", e ter verdadeira aversão à busca por explicações e questionamentos sobre coisas subjetivas e que não levam a lugar algum.
Nada é totalmente capaz de dizer o que a linguagem não compreende!Nem a arte nem a filosofia, podem dizer o indizivel, pois, como a propria palavra diz, é "indizivel". Qualquer tentativa nessa direção é inútil perda de tempo!

Caroline Michelle Figueiredo Pereira
matricula : 200606174

Anônimo disse...

Anna Débora Cosme da silva
200606158

Caro professor, estou respondendo com "um pouquinho de atraso"... =)
Mas aqui está o meu comentário e não vou comentar a resposta dos outros, pq eu não pude ler...

Discordo dessa opinião de que a arte é quase capaz. Ao meu ver a arte é capaz sim de transmitir o que a linguagem não pode apreender.
Existem muitas formas de expressão e a arte é uma das que mais pode transmitir emoções e diversidade de sentimentos que a linguagem em si não pode transmitir. Vou tomar como exemplo a palavra saudade - "e só em português existe a palavra saudade" (letra da banda alface) - a palavra em si não explica o que sentimos mas uma obra de arte pode demonstrar (transmitir) exatamente o que se sente, ou seja, pode descrever o que é a saudade que não se explica com palavras.
A filosofia, de certa forma, consegue passar "um pouco" do que a linguagem não pode. Eu gosto de filosofia e não acredito que o discurso dela seja moribundo; a filosofia ajuda entender a nós mesmos, nossos pensamentos. Muitos dirão o contrário mas eu acredito nisso. A filosofia me ajuda muito.

Anônimo disse...

Essa arte transmite por imagem que sensibiliza o espectador, receptor... o induviduo vê,imagina,apreende, não é necessário conceitos nem palvaras que o façam pensar no "quê". Essas palavras muitas vezes confundem, remoem e dispendiam tempo. Sem comentar que grande maioria das pessoas prererem o menos trabalhoso, porque com o discurso filosófico se é requerido muitas "aptidões" e "fazeres".... como vocabulário amplo, reflexão ativa, comparações etc. A arte voçê recebe a informação que já transmite esse discuso que ela contém, vejo como algo mais automático...sem rodeios e subterfugios.



Leilane Antunes
Matricula:200706357

Anônimo disse...

A arte é capaz de fazer com que cada indivíduo sinta emoções diferentes.Se uma pessoa sente um certo tipo de emoção, outra pessoa sente totalmente diferente ,as vezes, apreciado a mesma obra. O artista sente um prazer endiscritivel nas composições das obras.A linguagem tem as suas formas de passar e fazer o outro sentir emoções.Já o discurso filosófico usa a razão para desvendar segredos de todas as naturezas, inclusive a humana que não deixa de ter um pouco do emocional.

Ana Paula Almeida de Oliveira
Matr.: 200610589

Anônimo disse...

CATARINA ALICE DOS SANTOS
MAT: 200717464

Num mundo repleto de referências, símbolos e signos, onde vivemos em meio a um vórtice profundo de informações, a arte (quanto fazer artístico) tanto quanto o discurso filosófico encontra-se extraviado. Não há propósito mais insensato que o desejar transmitir um ponto de vista, uma indagação ou um suspiro para uma sociedade perdida em códigos. Mesmo tendo a consciência desse fator, insistimos em profanar contra nós mesmos a cada dia, a cada momento, a cada segundo, a partir o intuito de comunicar algo que é volúvel, seja pelo discurso ou pelo fazer artístico. Para que tentar propagar uma idéia que será mastigada, distorcida e/ou dissimulada por um leitor/espectador? O "saber desistir". Temos monstros dentro de nós, temos pedras nos nossos pés e lombrigas que nos machucam a cada momento que almejamos conter nossas ambições. Não sei o que faço, se arte, se discurso filosófico, se ciência. Como conceituar essa fusão? Minha arte não é minha, sou eu. Eu não abandono o que faço, eu me abandono a cada "não" e cada "sim".

redpoio disse...

eu concordo com o que foi dito alguma vez na primeira aula se não me engano. Junto com a arte a filosofias tem pontos altos e baixo durante a história, isso faz eles terem evidencia ou nao, importancia ou nao, significado ou nao. A medida em que a sociedade evolui e perde o interesse pelo que está ao seu redor e não pode ser descrito, tanto a arte quanto a filosofia ganham mais importância pra um pequeno grupo de "doentes", mas considero ambas empatadas e incapazes de "dizer o indizível", existem pontos onde a filosofia ou o pensamento pode ir mais profundamente aos significados enquanto que a arte só toca a superfície, mas o contrário também acontece.

milton cobe 200606336

Anônimo disse...

A arte nos permite transmitir idéias e emoções que as palavras não alcançam, é como dizem, "uma imagem vale mais que mil palavras".
Como uma foto, uma pintura, por exemplo, são capazes de passar sentimentos de dor, ou alegria, de maneira mais eficaz que muitos discursos, textos...
Patricia Cristina Costa Varela 200606344

Anônimo disse...

Rodrigo de Paula Pessoa Freitas
mat 200710907
Para mim tudo é linguagem, seja a arte ou seja um discurso filosófico. O grande problema é que muitas vezes falta a devida habilidade para dizer o que é indizível então, fica "menos difícil", transmitir determinados conceitos através da arte. Porém, é importante lembrar que muitas vezes a interpretação com relação a arte é difícil e mais complicada do que interpretar um discurso filosófico, no qual existe todo um arsenal de palavras que surgem extamente para responder as dúvidas e aos possíveis pontos incoerentes do discursso, antecipando e prevendo possíveis erros de interpretação.

Carla Souza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carla Souza disse...

A arte vai alem de meras palavras, ela é capaz de transmitir o verdadeiro sentido das coisas, ela nos choca ao demonstrar o que apenas palavras não consegue transmitir.
a arte nos mostra o nosso verdadeiro fracasso.

Carla Souza
200610619

Anônimo disse...

Na arte é possível vislumbrar o acontecimento desvelador do sentido metafísico inerente ao ser do homem.A linguagem ordinária não abarca a contemplação estética pura do homem no acontecer artístico,ou seja,não há palavras para descrever as sensações que nos arrebatam quando nos prostramos diante de uma obra que nos diz algo de relevante;um recado ao próprio ser.Quanto á filosofia e a citada impossibilidade de dizer o indizível é necessário observar que não é bem assim,pois na metafísica e no discurso ocidental contemporâneo muito já se falou das possibilidades artísticas que se encontram em nós.Não se trata à grosso modo,de dizer o indizível,a filosofia somente não é capaz de transmitir o arrebatamento produzido pela arte no espirito humano,porém seu discurso possibilita uma melhor compreenção da mesma bem como o desenvolvimento teórico para estruturar o pensamento e amortecer,acolher e tornar-se cordato com o indizível supracitado.
Thais Henrique Ferreira
Matrícula:200611062