quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Segunda Questão de 2008.1

Com base no texto “O Problema de Sócrates” e, principalmente, em suas reflexões, responda:
• • •
A apreciação estética da arte somente pode ser feita por quem tem uma postura afirmativa diante da vida, ou seja, por quem tem uma vida esteticamente apreciável?
• • •
Recado aos alunos: não se esqueçam de que devemos ter a coragem de enfrentar os obstáculos e dificuldades. Desistir, simplesmente, é fácil demais e, por isso, não tem valor algum. As questões aqui postas são para ser pensadas por vocês, que, tenho certeza, são capazes para tal.
Um abraço,
Lycurgo

50 comentários:

L.A.G. disse...

Segundo Nietzche em "O Problema de Sócrates", Sócrates era um homem feio. Porém, o mesmo se interessava por beleza. Desta forma faço um comparativo com a segunda questão.

Atualmente, a arte não mais qualificada por sua estética, mas sim por seu significado. O que o artista quer passar com sua obra.

O que é uma vida "estéticamente apreciável"? Seria isto a vida de algum personagem de contos de fadas da Disney?!?!

Uma obra de arte contemporânea tem que ser dinâmica, o artista tem que se fazer ver com algo que será admirado por apenas alguns segundos. Hoje a vida de todos está corrida, o mundo anda com pressa e arte tem que acompanhar esta intensidade.

LEANDRO ALVES GARCIA
matricula 200606310

Tassos Lycurgo disse...

Oi Leandro,
Talvez, para Nietzsche, a maior feiúra de Sócrates não fosse a externa, mas a de fazer a humanidade pensar que a vida não vale a pena... Refletiremos mais sobre isso...
Obrigado pelo comentário,
TL

L.A.G. disse...

Interessante o que o senhor disse, eu realmente tinha visto por outro ponto de vista. Com certeza refletiremos mais sobre isso, e posteriormente escrevo mais sobre o assunto. Obrigado pela atenção.

LEANDRO ALVES GARCIA
matricula 200606310

Tassos Lycurgo disse...

Oi Leandro.
Não se esqueça de que não há "certo" ou "errado" aqui, apenas pensamento...
O mais importante de tudo é que você está pensando sobre o tema, tirando as suas próprias conclusões, tendo as suas idéias próprias... Pensar é tudo o que importa nesta disciplina e estou vendo que você está no caminho certo.
Um abraço,
TL

Anônimo disse...

Acho que hoje, a vida e atres se não estão embrincadas, estão separadas por uma linha muito tênue. É praticamente impossívbel ver Zé Celso, sem ao menos perceber a relação que aquele espetáculo tem a ver com a sua vida. é impossivel ver Picasso e achar que A Guernica foi fruto de uma musa inspiradora divina. Acho que o conceito de vida esteticamente apreciável, se perde quase que totalmente na contemporaneidade, uma vez que, temos uma crisa da autoridade, e uma valorização do que nos é mostrado. Essa crise da autoridade, da ordem do autor, não afeta tanto o cinema, já que o diretor é quem muitas vezes leva o credito pela sua realização, e quando vemos a figura de Glauber Rocha, como contestador da sociedade em que vivia, me pergunto se a vida esteticamente apreciável é realmenbte um elemento ímpar, para a produção de arte de uma menira geral.

Anônimo disse...

o meu número de matricula correto é: 200505539.... eu errei ao digitar no tópico anterior.

Anônimo disse...

Sim. No entanto, o que Nietzsche alertou em seu texto “O problema de Sócrates” foi que ele não estabeleceu em Sócrates uma “vida esteticamente apreciável”. Pois, ele não conseguiu contemplá-lo o belo, viu uma imagem distorcida. Porque ao ser contemplado o homem: uma obra de arte - um objeto artístico articulado perfeito, não obteve esse elo de ligação entre o interior e o exterior, ou seja, uma contemplação de sua própria identidade, que é selada em cada tipo de beleza, que ao meu ver, tem um valor imensurável, incalculável, pois, encontra-se em tempo real entre o julgador e o observador. Um divisor de águas, certamente, dada pela gradação da contemplação. Porque, para cada objeto artístico, o observador quer vislumbrar o belo, por ser original, singular, ímpar, simples, sensível, em si mesmo - o homem. Além disso, é capaz de realizar feitos artísticos brilhantes com sua inteligência. Por isso, o belo está intrinsecamente ligado ao grau de sensibilidade ao contemplar tal objeto artístico, tanto na sua capacidade de intelecção como na procura de apreendê-lo, a verdade, a perfeição. Daí abre-se um vasto leque a respeito do questionamento do belo e o apreciar estético para melhor compreensão. Dessa forma, permite-se dizer que uma beleza ímpar possa direcionar o bem mais valioso que é a vida em toda a sua plenitude, uma obra de arte perfeita que é engendrada como uma orquestra sinfônica (corpo-alma-espírito), que para ser perfeita deve estar todos harmoniosamente, daí se tem condição de apreciar o estético. Assim, para não ficar nessa pretensa argumentação, tomei emprestado a figura de Platão, que para ele, o belo é o bem, a verdade, a perfeição, apensada ao mundo sensível, habitando, por excelência no mundo das idéias. No entanto, o homem por está em uma "era do instantâneo" precisa se "desacelebrar" para estabelecer contato com ele mesmo.

Jucélia Maria Emerenciano Rodrigues
Matrícula 200007811

Anônimo disse...

Jucélia

Desculpe, no início não me identifique, saiu como anômimo. Porque esqueci de digitar a primeira parte.

Tassos Lycurgo disse...

Felipe,
A relação entre autoria e autoridade sobre a obra de art é um dos tópicos mais interessantes do direito autoral. A questão realmente fica mais complexa em manifestações artísticas como o teatro, por exemplo, e que há muitos papéis tais como o de diretor, autor, ator, etc.
Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Jucélia,
Interessante o seu ponto de vista. Curioso também é o fato de que parece trazer, além dos elementos estéticos, alguns éticos, em algum sentido à moda platônica, como você o disse. Por fim, vê-se um recado para a humanidade: “o homem por está em uma ‘era do instantâneo’ precisa se ‘desacelebrar’ para estabelecer contato com ele mesmo”. É uma grande proposta, pois hoje em dia muito se perdeu da possibilidade de contemplar o mundo, mas, por outro lado, surge um desafio: entender este homem da “era do instantâneo” e da do descartável e ver se ele ainda guarda algo esteticamente apreciável.
Abs.,
TL

Unknown disse...

Não necessariamente. E os fracassados, e as pessoas que tem tendência ao suicídio, e nós mesmo? Não podemos? Os próprios artistas, os que fazem arte, não são assim. A arte é feita e acontece por causa dessas pessoas "doentes" como o professor se refere a nós todos. Sem "nós" a arte não existiria, e lógico, não poderia ser apreciada.
Raphael Dantas, 200606352.

Tassos Lycurgo disse...

Oi Raphael,

É a diferença entre o "eu vivencial" e o "eu artístico" (ou o "eu literário"), que muitos fazem.

Abs.
TL

Edson Lima disse...

A questão central aqui é: pode uma pessoa que não “ama” a vida, que não sabe tirar da vida o que ela tem de melhor que é a capacidade de viver coisas novas diariamente, ver beleza na vida? Se a obra de arte, no sentido mimético é a reprodução da natureza, da vida, quem não consegue ver beleza na natureza, não conseguirá ver beleza na obra de arte, não conseguirá observá-la esteticamente. Obviamente, se o indivíduo, ao contrário, vive intensamente, aceita os desafios e os encara como oportunidade de crescimento intelectual, esse indivíduo, certamente estará mais habilitado para apreciar esteticamente a obra de arte.
O pensamento exposto na equação Razão = Virtude = Felicidade nos aponta para uma vida extremamente racional. Ora, o pensamento racional nivela a todos, tornando-os iguais. Então, para que o indivíduo consiga absorver o máximo de uma obra de arte é preciso que ele subverta essa lógica racional, pense além, algo que quem está “há muito doente” não conseguirá.

Edson Lima disse...

Estou postando outo comentário porque esqueci o número da matrícula.
Aproveito para parabenizar a turma pela participação. E ao professor Lycurgo. É uma maneira muito boa de conduzir os debates,
"aumentando" o espaço da sala de aula.

Edson Lima
200606239

Tassos Lycurgo disse...

Oi Edson,
Gostei da forma como você expôs a questão. Vi que em passagens como “a obra de arte, no sentido mimético é a reprodução da natureza, da vida, quem não consegue ver beleza na natureza, não conseguirá ver beleza na obra de arte, não conseguirá observá-la esteticamente” existe pensamento, existe argumento. O que teria a dizer quanto às conseqüências de seu argumento é o seguinte: se a apreciação estética é reflexo da forma como encaramos a vida, então ela – à moda do que disse Nietzsche em “O Problema de Sócrates” – seria mais sintoma do que um próprio julgamento. Assim, não haveria estética filosófica como um ramo do saber, mas apenas como um mecanismo para saber se alguém é ou não feliz. Em outras palavras, o julgamento estético seria a febre, e a virose a felicidade. Será que é isso mesmo?
Abs.,
TL

Edson Lima disse...

Não pensei na estética filosófica como sintoma de uma doença, uma "febre". Apenas constatei, diante do problema de Sócrates, que um indivíduo com tal pensamento, um pessimista, não conseguirá ver beleza no sentido estético, em nada.
Já que para ele nada faz sentido, dificilmente teria condições de parar pra observar uma obra de arte como ela deve ser observada. Com sentimento.

Edson Lima
200606239

Tassos Lycurgo disse...

Oi Edson,

Concordo com o que você disse, mas, neste caso, o problema levantado está no indivíduo (que é pessimista, depressivo, etc.) e não na possibilidade objetiva de julgamento estético, que seria uma questão mais complexa. O que acha?

Abs.,
TL

Edson Lima disse...

Você tocou no ponto. A minha visão é exatamente essa. O problema nesse caso, está na pessoa e seu comportamento negativo diante da vida.
Quanto a complexidade da questão em si, concordo que tem de ser melhor debatida.

Edson Lima
200606239

Tassos Lycurgo disse...

Oi Edson,

Agradeço por esclarecer o seu ponto de vista.
Um tema interessante que pelo menos tangencia o seu ponto de vista é o do "relativismo estético", sobre o qual conversaremos nas aulas.

Abs.,
TL

Anônimo disse...

jucélia

A respeito desse argumento "o homem por está em uma ‘era do instantâneo’ precisa se ‘desacelerar’ para estabelecer contato com ele mesmo”. Eu acredito que "esse homem que vive na era do instantâneo" no meu ponto de vista precisa de desacelerar, pois esse homem pouco a pouco perdeu o seu referencial maior, a sua essencia, ou seja, amar a si mesmo. Se o mesmo não ocorre, como ele irá vislumbrar o estético (forma) e (contéudo)? se tem a forma não vislumbra o contéudo e vice-versa.
tal "feito". Vi uma reportagem na Itália, que os italianos estão aprendendo a se "desacelerar", acredito que está inserido nessa contextualização. De contemplar o estético.

Jucélia Maria Emerenciano Rodrigues
MAT 200007811

Tassos Lycurgo disse...

Oi Jucélia,
Penso que o interessante em colocações como a sua é que elas afirmam ser possível trazer a questão do plano estético para o ético, propondo uma forma tal de se viver a vida. É um ponto de vista que oferece muitas implicações relevantes.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

MARCELO LUIZ DA SILVA AZEVEDO
MATRÍCULA 200711156
A apreciação estética da arte só pode ser feita por aqueles que têm uma postura afirmativa diante da vida, póis é preciso não ter medo das adversidades da vida, sabê-las enfrentá-las com bastante dignidade; o que hoje não é muito apreciada na nossa cultura do "imediatismo, do tudo pronto, tudo na hora, tudo calculado racionalmente pela calculadora ou computador". São essas pessoas que não enfrentam seus obstáculos, mas se rende por comodismo ou por suas fraquezas, como por exemplo, pessoas que cometem o suicídio para não cumprirem com suas dívidas ou por não superarem uma traição. Estes tipos de pessoas não conseguem ter uma apreciação estética da arte em sua vida.

Unknown disse...

Ao longo de sua história a arte teve diversos pensadores e artistas que a complementaram e a fizeram crescer devido aos diferentes comportamentos desses, principalmente por eles questionarem sobre: beleza, estética, a anatomia de corpos perfeitos, natureza... se essas pessoas não tivessem existido ou participado ativamante deste processo, a arte não seria mais do que moda, marketing ou produto. Não colocaria as pessoas para pensar ou questionar, e sim apenas para aceitar as suas imposições, regras, limites. Por isso é necessário que a apreciação estética possa ser feita e questionada por todos os diferentes tipos de pensamento.

ANDREIA MELO
200610597

Yuri disse...

Uma vida esteticamente apreciável, segundo Nietzsche, seria aquela afirmativa, a que encara o mundo e o supera. Mas esse pensamento do fim do século XX cede um pouco seu espaço para conceitos que se seguiram apresentados em obras de autores como Dostoiévski, Kafka e Beckett. Seus personagens não são "esteticamente apreciáveis", nem a vida de tais artistas necessariamente o foi. A arte e a vida são conflituosos em sua natureza (Clarice Lispector disse "Cada vida daria um livro"), e não penso ser necessário algo "afirmativo" em alguma direção, seja racional, como queria Sócrates, seja vivencial, como queria Nietzsche, para poder ser apreciado.

"Todos têm um mundo secreto dentro de si. Todo mundo mesmo. Todas as pessoas no mundo... Por mais chatas e sem graça que sejam por fora. Por dentro, todas têm mundos inimagináveis, magníficos, fantásticos, estúpidos e maravilhosos... Não é um mundo só. Centenas deles. Milhares, até. Não é uma idéia estranha?"
Neil Gaiman

Tassos Lycurgo disse...

Yuri,

O seu argumento é forte, pois deixa às claras que a apreciação estética independe de uma forma tal de se levar a própria vida... Ou seja, deve-se efetuar um corte na questão: uma coisa é o elemento estético; outra, o ético. Interessante.

Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Marcelo e Andreia,
Se bem entendi, para você a arte tem uma espécie de função única, que é a de melhorar o ser humano, tanto na postura diante dos problemas quanto no pensamento sobre o mundo... É um posicionamento corajoso, que traz muitas conseqüências. O artista é um ser humano melhor do que outro, que não gosta de arte? Em vez de física e matemática, deveríamos ensinar predominantemente artes aos jovens? Por que “pensar” o mundo torna alguém melhor do que aquele que simplesmente vive a vida sem maiores questionamentos? Aguardo a colocação de vocês ou de quem queira entrar e=neste aspecto da discussão.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

ADELE SARAIVA CAMPOS
MATRÍCULA 200409719

A condição a qual o homem se encontra, seja de satisfação, de agradabilidade ou um estado de "felicidade" por exemplo, pode até incliná-lo a ter um posicionamento afirmativo no que se refere a apreciação estética da arte, mas não o limita como quem "somente" pode fazê-la. Um momento ou esse estado positivo na vida talvez conduzisse-o à uma apreciação tendo como parâmetros superiores a teoria belo ou do gosto, mas não a considerá-lo como único preparado para a apreciação estética da arte, propriamente dita.
A sensibilidade humana está além de uma condição de vida. Ela é que rege uma apreciação artística. E
até depreciando o valor do apreciar, em favor do fazer, quantas vezes a produção artística se concretizou por pessoas que encontravam-se em momentos "negativos" da vida. Quem dirá apreciar!

Anônimo disse...

Para começar, nem sempre quem tem uma vida esteticamente apreciável tem uma postura afirmativa diante da vida. Ao contrário, o que acontece muitas vezes é que esses, da vida esteticamente apreciável, não têm sequer tempo para apreciar esteticamente a arte (ou a vida - considerando que ambas se confundem o tempo todo). Conheci um homem que vivia no campo, era plantador de cana numa usina em Alagoas. Sertanejo rijo, de poucas palavras, sempre sizudo, quase nunca ria, trabalhador de sol a sol mexendo com terra e com "peões". Uma manhã de domingo em casa dele surpreendi-me quando um galo cantou no quintal, ele parou pra escutar, daí olhou para mim com os olhos brilhantes e disse:"Não tem nada mais bonito do que o canto de um galo". Certamente ele ouvia esse canto desde que nascera, mas jamais deixou de se encantar com aquela maravilha. A apreciação estética da arte acontece quando se está aberto para a beleza, mas não para a beleza do que seja considerado "esteticamente apreciável", pois os
gostos mudam de uma geração para outra, de um tempo para outro, de uma sociedade para outra. Até não muito tempo atrás as mulheres rechonchudas faziam a alegria de qualquer pintor. Hoje em dia os fotógrafos procuram as magrelas anoréxicas e dizem que isto é "padrão de beleza e estética". É preciso livrar-se desses padrões externos e apreciar o belo com os olhos internos. E isto é acessível a qualquer ser humano.

Isis de Castro.
200610651

Anônimo disse...

Pode ser feita não... faz quem quiser, todos podem fazer apreciações a rsepeito da estética da arte. O que discorre é quem irá fazer, e o que isso irá contribuir para quem o fizer e para outros. Penso que uma apreciação é de mais valia para uma criatura que "possue uma vida mais estéticamente apreciavel" que uma pessoa que não.


Leilane Antunes
Matricula:200706357

Anônimo disse...

Penso que a apreciação estética da arte pode ser feita "principalmente" por quem tem uma postura afimativa diante da vida uma vez que encarar a existência como um projeto estético, para além de qualquer sentido, enaltece a dimensão da vida, em que o belo figura como um constante vir a ser.
Ricardo Wagner de Araujo.
200710893

Anônimo disse...

Penso que a apreciação estética da arte pode ser feita "principalmente" por quem tem uma postura afimativa diante da vida uma vez que encarar a existência como um projeto estético, para além de qualquer sentido, enaltece a dimensão da vida, em que o belo figura como um constante vir a ser.
Ricardo Wagner de Araujo.
200710893

Anônimo disse...

Mas, afinal de contas, o que é realmente “uma postura afirmativa diante da vida”? ou “uma vida esteticamente apreciável”? Como estudar Estética Filosófica, estudar Platão (estou tentando mais uma vez) e ter um posicionamento que venha de encontro a estas questões?
Vou responder a sua questão: No meu entendimento: NÃO. Até por que não consigo conceber como afirmar quem tem uma postura afirmativa diante da vida. Qualquer pessoa comum (aquelas que não estão metidas DIRETAMENTE com artes) tem as mesmas condições subjetivas de fazer uma leitura estética de uma obra que outra que foi preparada para isto (cito aqui os estudiosos não os estudantes, os críticos, os peritos em artes) e apreciá-la. Porque arte não é beleza, nem por isso deixa de ser apreciável, mesmo que às vezes, a arte nem arte seja. Eu posso falar isso? Com certeza, não. Se a própria arte não lhe dá margem para que se diga se é ou não arte. Refletir é apreciar. Pelo menos é tentar (a palavra preferida do professor Tassos) entender o que ela (a obra) está lhe transmitindo, mexendo com a sensibilidade. São estes (os críticos e peritos) que são os que têm uma postura afirmativa? Não sei.
As pessoas comuns têm sensibilidade, sem se importar com gosto pela obra. Tem uma visão de mundo que os possibilitam fazer uma reflexão diante de obras, mesmo àquelas que não são belas. Para apreciar uma obra precisa-se tentar, é tentar, entender o pensamento de quem a fez. Não quer dizer que vai conseguir. “Duchamp já dizia que: a obra só se completa ao ser compreendida”. Não lembro quem foi, mas li algo sobre: A arte não é para ser entendida e sim apreciada. Mesmo sem entender “nadica de nada” a obra pode sim ser apreciável.
Ah!!!!! e a “postura afirmativa diante da vida”. Qual é o propósito disso? São pessoas de bem com a vida? Pessoas que se amam? Existe esse tipo de pessoas? Tenho muitas “interrogações”.
200606360 – Vera Lúcia das Chagas Faustino Alves

Anônimo disse...

Aí vai o meu comentário.
08/03/08.

Apreciar a estética da arte depende (como eu disse no comentário anterior) do conhecimento de cor, sombra, luminosidade, história, etc. Conhecimento de condições e efeitos de sua criação. O fato é que, cada ser humano diante de uma obra de arte, (independente de sua idade, conhecimento e posição social), refletirá sobre o belo e expressará o que sente conforme seu gosto. Sócrates, não era nobre (aristocrata), sua nobreza era possuir a sensibilidade de refletir sobre as virtudes e deficiência humana.

Conceição Oliveira
Matr. 200606204

Anônimo disse...

O que poderia ser entendido como uma vida estéticamente apreciável? Se for compreendido como uma pessoa detentora de conhecimento de mundo e condições econômicas satisfatórias, de bem com a vida e aberto a novas idéias, diria que sim , quanto mais contato com diversas formas de arte e cultura, mais fácil compreender a estética da arte, suas formas e estilos. No texto " O problema de Sócrates" sua maneira de ver a vida provém do meio que ele vive e observa, poderia ser assim também com a arte.

Patrícia Cristina Costa Varela 200606344

Anônimo disse...

Professor, por favor me diga:
#como colocar Sócrates com seu fastio pela vida, sua "arma" dialética, e a razão, na resposta dessa questão?
# o que seria uma vida estéticamente apreciável?a preciável para quem?
O que posso responder pelo que entendi (será que entendi..) da questão é:
A arte pode ser apreciada por qualquer um, de qualquer idade, classe social, ou seja lá o que for.Cada pessoa aprecia de uma forma ou de outra, de acordo com as impressões visuais, auditivas, emocionais, e outras, adiquiridas ao longo da vida. Essa apreciação é algo extremamente pessoal, que pode ser feita por qualquer pessoa, principalmente partindo da idéia de que hoje em dia "tudo é arte".

Caroline Michelle Figueiredo Pereira
200606174

Anônimo disse...

Anna Débora Cosme Da Silva
Mat.200606158

Não. A apreciação estética da arte pose ser feita por qualquer pessoa que se disponha a apreciar uma obra de arte.
Qualquer pessoa seja ela adulta ou criança, rica ou pobre, artista ou não, pode apreciar uma obra de arte e dizer se ela é bela, o que gosta nela, o que mais chama a sua atenção...
Vou tomar como exemplo o próprio Sócrates: Ele era uma pessoa da plebe(considerado feio) e nem por isso deixou de pensar filosoficamente, o que na época era coisa da nobreza; e fez mais, amendrontou a todos com a sua dialética. O mesmo pode ser feito para a arte e também para outras matérias.
O QUE IMPORTA NÃO É O QUE A PESSOA É, MAS SIM O QUE ELA FAZ QUE A TORNA ESPECIAL!

Anônimo disse...

Anna Débora Cosme Da Silva
Mat.200606158

Não. A apreciação estética da arte pose ser feita por qualquer pessoa que se disponha a apreciar uma obra de arte.
Qualquer pessoa seja ela adulta ou criança, rica ou pobre, artista ou não, pode apreciar uma obra de arte e dizer se ela é bela, o que gosta nela, o que mais chama a sua atenção...
Vou tomar como exemplo o próprio Sócrates: Ele era uma pessoa da plebe(considerado feio) e nem por isso deixou de pensar filosoficamente, o que na época era coisa da nobreza; e fez mais, amendrontou a todos com a sua dialética. O mesmo pode ser feito para a arte e também para outras matérias.
O QUE IMPORTA NÃO É O QUE A PESSOA É, MAS SIM O QUE ELA FAZ QUE A TORNA ESPECIAL!

Anônimo disse...

Rodrigo de Paula Pessoa Freitas
mat 200710907
Na verdade nao creio que exista na raça humana. espécimes esteticamente apreciáveis se observados microscopicamente. O que existe são exceções que mais parecem se tratar de seres extraterrestres que decidiram encarnar sob a forma humanoide para nos mostrar o que é ser um ente esteticamente apreciavel - como fez Jesus, por exemplo. O que existe por aqui sao seres mais ou menos "doentes da alma", mais ou menos "belos" e Socrates se aproveitava disso para mostrar a feiura interior das pessoas. Se "vida esteticamente apreciavel" fosse um pre requisito para admiracao da arte, entao nao poderiamos faze-lo.

Anônimo disse...

João Carlos Neves de Souza e Nunes Dias; Matrícula: 200610961

No argumento nietzscheano pode-se perceber a revalorização da vida, próxima da natureza, dos “instintos”, ou ainda a consideração da animalidade humana, lançando questões em torno dos limites da razão quando dogma. Percebo que esse argumento possibilita-nos refletir sobre a apreciação estética. Nesse sentido, compreendo que a apreciação estética quando considerada como experiência perceptiva remete-nos à perspectiva do ser no mundo, tessitura inexorável entre o sujeito e o mundo, marca de uma relação carnal, que acompanha nossa existência, costurada pelos fios da intencionalidade compreendida como atitude do ser diante da vida

Tassos Lycurgo disse...

Oi Caroline,

A idéia de que a “apreciação [estética] é algo extremamente pessoal, que pode ser feita por qualquer pessoa, principalmente partindo da idéia de que hoje em dia ‘tudo é arte’”, se verdadeira, implica em algum sentido a afirmação de que não há possibilidade de desenvolvimento de uma estética, já que tudo se realizaria de forma diferente e incomunicável na cabeça de cada pessoa. Este é um dos problemas a serem enfrentados quando se opta pela saída do relativismo estético. As suas outras questões, concernentes ao “Problema de Sócrates”, serão enfrentadas na próxima aula, razão por que peço-lhe licença para enfrentá-las na ocasião.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

CATARINA AALICE DOS SANTOS
MAT: 200717464

Vamos lá, o que é ter uma vida "estéticamente apreciável" no mundo contemporâneo?
Vejo que todos os sujeitos atualmente têm a possibilidade uma leitura do que se vê livre de buscar a essência que o autor gostaria de passar, essa leitura deriva de sua referências e sua biblioteca de signos e símbolos. A arte, mesmo sendo considerada uma ciência, ainda é marginal (vejamos "marginal" na perspectiva de estar as margens de uma sociedade). Sendo assim, a arte permite avaliação de diversos pontos de vista sendo ela por si só própria considerada plural.

Anônimo disse...

VANESSA KALINDRA LABRE DE OLIVEIRA
MAT: 200717600

Penso que a apreciação da arte é sim interconectada com as perspectivas de cada um, das experiências individuais e que, sejam elas “afirmativas” ou não, geram posturas e problemáticas de cunho estético-sensível extremamente pessoais, mas não acredito que tal apreciação exija uma postura x ou y. O que eu acredito mesmo é que essa diversidade de olhares frente às artes e o mundo nos engrandece enquanto artistas e nos estimula enquanto parte desse sistema subjetivo que alcança tantas possibilidades.
Pensar numa vida esteticamente apreciável, enquanto postura afirmativa, como ponto básico para uma análise estética, ao meu ver, é completamente inviável quando penso em grandes nomes como Beethoven e Sara Kane. Sarah, dramaturga inglesa, escrevia num fluxo contínuo de densidade harmônica e desarmônica, não nomeando seus personagens em algumas das mais belas obras escritas por ela buscava temáticas para seus textos quase sempre explorando a solidão, o desamor, a perda, a insensibilidade, o nojo. Pouco antes de cometer suicídio enforcando-se com cadarços no banheiro de um hospital respondeu, no entanto, que tudo que escrevia era sobre o amor. Beethoven é até hoje, e arisco afirmar que o será para sempre, uma das maiores mentes criadoras da música clássica. Após passar uma vida de conturbadas relações familiares, terminou seus dias numa situação de extrema pobreza, surdo e solitário, e ainda assim, compôs a 9º sinfonia, obra esta de uma magnitude incalculável.

Anônimo disse...

ANDRÉ LUIZ RODRIGUES BEZERRA
MAT: 200717405

Ao ler esta questão me lembro do “eterno retorno” do qual fala Nietzcshe, (a possibilidade de reviver à fio o mesmo dia sem qualquer demonstração de horror a este ato, pois este mesmo dia foi de todos os modos o mais próximo do que se pretende uma vida), e me proponho um espaço circunscrito ao que deliberadamente digo às marteladas. Acredito que seja incapaz de criar aqui um discernimento palpável do que seria à construção de um plano factível onde se demonstra, ao redor de sua estrutura inflamável, a vida, e simultaneamente aferir neste espaço a compreensão de uma divisão cognoscível onde localizaria a arte produzida, como uma excreção, o escarro, uma secreção, a bile. Vejo o espaço destes corpos, da vida e da arte no agora, mutilados, aos pedaços, costurados numa ordem imprevista. Afirmar-se diante da vida, gostaria de crer, fosse ver Dorothy voltar ao Kansas cinza num filme do qual não lembro o ano e com sua família reconhecendo que está de volta ao seu lar. Mas quando penso em Van Gogh, aos ataques, comendo seus tubos de tinta, com uma orelha decepada, quando penso em Beckett chorando durante longas pausas, sozinho, anunciando o fracasso de sua vida palavra por palavra, ou quando penso ainda em Mário de Sá Carneiro que se matou numa banheira num quarto de hotel em Paris, cidade das luzes (parei de me questionar sobre a ironia em certos fatos), endividado e à busca cancerígena de um “Outro” que se esfacelava dentro de seu peito gordo e angustiado, penso que Dorothy voou pelos ares com o Kansas e toda a poeira que pôde levar em seus olhos, e que o lar daqueles que citei há pouco foi uma cabeça de porco da qual a linguagem se nutriu e com quem dormiu, parindo num êxito, que talvez os valores e juízos não resguardem em sua memória, fantásticas obras nos distintos campos nos quais se localizavam. Mas não soube afirmar qualquer coisa. Jamais. O que quer que fosse. Talvez sejam meus ombros curvados e a introspecção pela infância azeda. Acredito por enquanto que esteticamente não sei para quê a vida, para quê a arte, mas é o suficiente às vezes. Tenho pensado que no fracasso em que os dois se unem eu danço com os olhos procurando, ..., por enquanto ao ler esta questão me lembro do “eterno retorno”, talvez por isso deteste a literatura de auto-ajuda. Realmente acho que “não” é a resposta a esta questão. Realmente acho que... posso ter me enganado. De toda forma danço com os olhos e mesmo que aquela atriz que não sei quem é esteja agora morta, ou, (who knows?), nas condições que se encontre, gosto dela cantando aquela música sobre o arco-íris.

Anônimo disse...

Para esta questão usarei a primeira frase do texto “O problema de Sócrates” na qual diz; em todos os tempos os grandes sábios sempre fizeram o mesmo juízo sobre a vida: ela não vale nada. É com este trecho que Nietzsche inicia o texto, mas poderia uma pessoa que possui tal pensamento se exaurir de todas as emoções que uma obra de arte possa lhe passar? Acredito que até quem possui um pensamento negativo diante a vida se move perante a arte. Não falo apenas do receptor, mas do artista também, Augusto dos Anjos é exemplo de um artista que mesmo com idéias pessimistas, desenvolveu uma estética da apreciação do que é “feio”, do que “tosco”. E nem por isso deixou de escrever obras primas.E nem por isso deixou de escrever obras primas. Não acho de forma nenhuma que a apreciação da arte seja destinada apenas aos considerados “apreciáveis” diante de seus atos, mas pelo contrário, esse valor estético pode ser válido, enquanto perspectiva, qualquer que seja sua fonte.

Camila Maria G. Freitas
200717430

Carla Souza disse...
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Carla Souza disse...
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Carla Souza disse...

A estetica mostra nosso verdadeiro fracasso. Por que então uma pessoa com postura afirmativa da vida apreciaria a estetica?
Apreciamos a estetica pois ela nos mostra o quanto a vida é estranha.

Carla Souza
200610619

Anônimo disse...

A idéia inicial pra se entender estética é abrir-se para novas experiências e não amarrar-se em concepções a cerca do que seria estética. O texto da Professora Nivaldete fala do mau entendimento da estética e isso se deve muitas vezes ao mau uso do termo pela população em geral. A estética ocidental deve sua origem à filosofia grega e Platão foi um dos filósofos gregos que falou do belo. Segundo ele a beleza estava ligada ao mundo sensível, ao mundo das idéias e dependendo da comunicação que a obra exercesse com este mundo o objeto seria classificado por sua beleza, está seria a explicação de um objeto ser mais belo que outro. Já Aristóteles fala de uma harmonia no objeto para explicar sua beleza. Essas idéias são mais algumas diante do enorme conhecimento que é produzido sobre a arte. A todo instante novas teorias são criadas para explicar a estética. O texto ainda nos dá uma contextualização histórica iniciando com a Idade Média, na qual fala do poder da arte neste tempo como forma de catequização. Isso se dá devido a Igreja usar a arte como forma de doutrinar indivíduos em prejuízo a arte. Indo para a Renascença o que há é uma visão harmônica das dimensões - assemelhando-se as idéias de Aristóteles -, o antropocentrismo. Baumgarten foi quem falou primeiro sobre a estética filosófica, a estética como arte de pensar de modo belo. Kant fala do belo pelo belo sem fins subjetivos ou objetivos, a apreciação é gratuita. Segundo Hegel o belo artístico é produzido pelo homem, é o homem que da forma a obra e através dela ele exprimiria seus pensamentos. As idéias marxistas vêem na obra de Brecht o caminho para o entendimento da obra de arte, é pelo distanciamento no qual o espectador toma consciência do que esta ocorrendo em cena e são levados a assumir uma postura. Para Marx e Engels está seria o objetivo da obra de arte. Apesar dos existencialistas não chegarem a uma idéia de estética, alguns pensadores desta corrente vêem a arte como uma forma libertária de se chegar a ter contato com o verdadeiro ser. O estruturalismo fala de multiplicidade de formas com o surgimento de novas comunicações como o cinema e a televisão. Todas essas informações me faz pensar no homem atual entrando num caos determinista, onde tem que lidar com as informações de modo a estruturá-las.
Camila Maria G. Freitas
200717430

Anônimo disse...

O comentário a cima esta no tópico errado. Mas já foi posto no certo.

Anônimo disse...

A postura do homem diante da arte deve sim assemelhar-se com a visão de mundo,ou seja,deve existir uma reciprocidade intrinsceca entre a obra ou o ser da obra apreciada em sinergia com o receptor de seu sentido.Para Nietzsche, o homem que afirma a vida o faz transbordando arte,isto é,na arte jaz a abertura fundamental do amálgama estético-divino.Segundo o pensador,devemos transvalorar todos os valores que impregnam religiosidade estática em prol da afirmação da arte como vontade dde potência ou vontade de vontade.Apreciar a arte e agregar a mesma à vida é sempre o melhor a se fazer pois desta forma o que outrora é cinzento e vaziopassa a ser preenchido por cores formass e música.
Thais Henrique Ferreira
Matrícula:200611062