sábado, 1 de março de 2008

Terceira Questão de 2008.1

Como não haverá aula de Estética Filosófica no dia 07.03.2008, próxima sexta-feira (veja os avisos na página da disciplina), aqui vai mais um trabalho a ser feito, mas esse, além de parte da 1AV, também tem efeito substitutivo à inexistência da aula desta semana:
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Resuma as principais idéias do relevante texto "Sobre Estética: texto introdutório", disponível na postagem de 18 de Fevereiro de 2008 no blog Cultbras, de autoria da Prof.ª Nivaldete Ferreira. Publique o seu resumo nos comentários.
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Como disse, o texto está disponível no blog Cultbras, o qual deve ser acessado por vocês. Também coloquei uma cópia do texto nos comentários, para facilitar a análise.
Um abraço,
Lycurgo

46 comentários:

Tassos Lycurgo disse...

Conforme disse na postagem, o texto da Profa. Nivaldete está disponível no blog culbras e também é reproduzido aqui, neste comentário.
Boa leitura,
Lycurgo
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SOBRE ESTÉTICA (texto introdutório)

Profª Nivaldete Ferreira- nivaldete@yahoo.com.br

Este texto tem a intenção de familiarizar você com os estudos estéticos de uma forma simples, didática e até descontraída, pois a experiência me mostrou que não são poucos os alunos/as que acham essa área de conhecimento pouco ou nada simpática, ‘sem ligação com a existência’, ‘sem sentido prático’ ou, se não exagero, assemelhada a uma linguagem esotérica.

Penso que isso se deve, em parte, à expectativa que muitos têm quando buscam os cursos abrigados no Departamento de Artes: esperam desenvolver atividades artísticas logo no primeiro dia de aula. Mas se trata de uma licenciatura, condição atribuída aos cursos de formação pedagógica, ou seja, que preparam para o ensino. Isto exige um somatório de conhecimentos que não podem excluir os conteúdos teóricos, históricos, metodológicos, filosóficos e outros. O sentido prático de tudo está claro: você será melhor professor(a) ou mesmo melhor artista - se depois, ou simultaneamente, assim quiser fazer também- e até melhor cidadão/ã se conhecer a história da arte, das idéias estéticas, do ensino de arte, se estudar a cultura em geral e a formação/construção cultural do seu país. Então deixe de lado as resistências, mantenha a sua mente disponível e aberta, assuma a sua condição de estudioso/a, evite se resguardar em opiniões pré-concebidas. Sobretudo não se intimide se esse conhecimento é inteiramente novo para você. Não é obrigação sua já trazer noções ‘acadêmicas’ sobre o assunto. Veja tudo isso como isso é: idéias. E seja um/a produtor/a de idéias também, um/a criador/a. Atreva-se, como aconselha Nietzsche. Afinal, conhecimento não deve significar colonização mental... Temos de partir de algum ponto, sim, ir a outros, mas o ponto mais importante pode ser você, seu pensamento, suas interpelações, sua disposição de construir conhecimento.

2. O uso popular da palavra ‘estética’

Vou contar uma história (verídica).

Na primeira aula de Estética, num semestre letivo que já não lembro qual, uma aluna aproximou-se de mim quando eu me arrumava para sair e comentou: -Ah, professora, pensei que a senhora ia ensinar a gente a decorar a casa...

O ar de decepção era visível. Ela esperava tudo, menos que eu falasse de conceitos acerca da arte. Não estranhei. O que acontece é isto: a palavra ‘estética’ aparece nas fachadas dos salões de cabeleireiros e massagistas. E é comum se dizer de um texto escrito ‘mal formatado’ que ele está sem estética... E há aquela história do novo-rico que encomenda um quadro que combine com o sofá... E já ouvi pedreiros dizerem ‘aquela casa não tem estetca’... Agora imagine uma mulher usando uma blusa roxa estampada, uma saia vermelha de listras amarelas, um sapato branco, uma bolsa verde e... mais um lenço azul de bolinhas pretas. –Que horror!, é provável que você diga. Nada combina com nada! Tudo desarmônico! Nenhuma ‘estética’!... Ou talvez você queira fotografá-la como um ícone da pós-modernidade... Ou...

No primeiro caso, você estaria se regendo pelo princípio do equilíbrio, da harmonia, da ‘beleza’, o mesmo que gerou a apropriação da palavra ‘estética’ pelos salões onde se cuida do corpo (‘tenha um corpo harmônico, experimente nossa estética facial, malhe’, etc) ou nos cursos de decoração de ambientes. Vamos tratar essa apropriação como ‘indébita’?... Não, não há nenhum crime nisso. Trata-se apenas de um uso popular do termo, de uma adequação às necessidades de comunicação num determinado universo de trabalho, e nem todos, no Brasil, têm acesso ao conhecimento formal nesse campo (há milhões de analfabetos aqui, o que é bem pior...).

3. Estética filosófica

Mas, para o nosso interesse enquanto estudantes, professores, pesquisadores e outros interessados, é preciso esclarecer, de saída, que Estética corresponde a um campo de estudos sobre a arte. É filha, por assim dizer, da filosofia grega, para nós ocidentais, e para destacar esse campo de estudo do emprego usual/mercantil da palavra, vamos chamá-la como ‘filosófica’. Agora você percebeu a conveniência da denominação...

A estética filosófica está sempre ligada às concepções de mundo, de ser humano, aos valores de cada pensador, ao contexto histórico. Vincula-se, portanto, à história das idéias também. Platão (428/27 a.C.-347 a.C), por exemplo, identificava o belo com a justiça e a honestidade. Para ele, “as ações, enquanto tais, não são com efeito nem boas nem más” (PLATÃO, 1968, p. 52). Elas se tornam belas a partir do modo como as executamos, seja dançar, beber, comer, cantar... Defendia “que a beleza de um objeto depende da maior ou menor comunicação que ele tem com uma Beleza superior, absoluta, divina, única Beleza verdadeira, que subsiste, por si só, no mundo supra-sensível das Essências” (SUASSUNA, 1975, p. 27). Em outro momento, no livro A República (onde ele escreve sobre a cidade ideal, utópica), ele reconhece a grandeza de Homero enquanto poeta, mas recomenda que o poeta não participe da cidade, pois representa um perigo de desestabilização da comunidade, por força mesmo das poderosas imagens verbais que elabora. Por seu turno, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) considerava, “logo depois, que a beleza do objeto depende da ordem ou harmonia que existe entre suas partes” (id. ibid.).

Fica evidente que cada um estava movido por concepções diferentes –um, idealista, espiritualista, temeroso de que a poesia trepidasse a sonhada uniformidade psíquica da sua comunidade ideal (A República representa essa comunidade); outro, bem mais objetivo, concebendo a beleza como uma propriedade do objeto, e essa propriedade se relaciona com o princípio da harmonia, da justa medida, do que está em acordo, ordenado (o que será que ele diria da mulher referida acima?)

Algumas questões:

-Você acha que a concepção aristotélica foi completamente esquecida nos dias de hoje pelos artistas e professores de arte?

-Por que será que muitas crianças dizem “não sei desenhar” e até sentem ‘vergonha’ de mostrar seus desenhos aos adultos?

Muitos foram os pensadores que, depois de Platão e Aristóteles, se dedicaram a especulações em torno da arte. O assunto é inesgotável e até hoje gera teses, artigos, livros... Isso é perturbador?... Deixa você desanimado/a? Você gostaria de ter respostas firmes e decisivas?...

Penso que (quase) todos querem encontrar essas respostas, em todas as áreas do conhecimento, mas se as investigações e as especulações pararem onde estão, o conhecimento fica estagnado. A todo momento há teorias sendo complementadas, negadas, criadas. Aristóteles deve ter se inspirado no idealismo de Platão para propor uma concepção mais realista sobre o que faz a beleza de um objeto. E ambos são estudados até hoje... Você percebe, então, que o tempo das idéias às vezes é outro. É ontem e hoje.

Alguém disse assim: “A harmonia mais perfeita é semelhante a um monte de esterco feito ao acaso”. Terá sido João Gordo?... Caetano Veloso? Arnaldo Jabor?... Bem poderia ter sido um deles, mas foi um homem que viveu entre os séculos VI e V a.C., chamado Heráclito de Éfeso (pré-socrático). Não parece uma expressão de hoje?... Então vamos ter cuidado para não superestimar nem subestimar os do passado. Valem as idéias (ou não)... E mesmo que consideremos algumas extravagantes ou absurdas, é da história das idéias que estamos tomando conhecimento. E foram as transformações dessas idéias e a emergência de outras que nos colocaram aqui, num curso de arte...

Vamos ver uma amostra disso?

IDADE MÉDIA (séculos IV a XV)

As artes, na Idade Média, foram inicialmente vistas com desconfiança, pois se entendia que eram resíduos do paganismo, mas a Igreja foi, aos poucos, descobrindo a possibilidade de sua utilização educativa. Numa percepção que hoje chamaríamos de semiótica, Basílio, O Grande (venerado hoje como santo, nascido em Caesarea, na moderna Turquia, em 329) afirmou: “’O que a narração verbal apresenta aos ouvidos, a imagem silenciosa revela pela imitação’” (OSBORNE, 1993, p. 123). Isto mostra que a Igreja estava interessada no valor instrumental da arte, em sua função didática: doutrinar os indivíduos, os analfabetos principalmente, para a fé cristã, em detrimento de qualquer apreciação que apontasse para o valor da arte enquanto tal.

(Importa lembrar que os jesuítas, para catequizar os índios aqui encontrados, utilizavam-se de fantoches e santos de madeira com uma abertura oval no lugar da face, onde colocavam o rosto e falavam persuasivamente...)

RENASCIMENTO ( séculos XV e XVI)

A estética renascentista interessou-se pela Antiguidade Clássica e praticou o princípio da ordem, da justa medida, da harmonia obediente ao cálculo matemático. Lembre-se daquela figura de um homem com braços e pernas desdobrados e em duplicidade, de Leonardo Da Vinci. A extensão das pernas encontrando a cabeça (o quadrado = o terrestre), os braços sugerindo um círculo (o Universo) significam a idéia de que “o homem é a medida de todas as coisas”. Não mais o teocentrismo da Idade Média, portanto, mas o antropocentrismo. E a ciência tomava fôlego...

ALEXANDER BAUMGARTEN (1714-1762)

Alexander Baumgarten foi o fundador da estética filosófica propriamente dita. Escreveu: “A Estética (como teoria das artes liberais, como gnoseologia inferior, como arte de pensar de modo belo, como arte do análogon da razão) é a ciência do conhecimento sensitivo” (sensível).

(Por que será que ele disse “gnoseologia inferior” e “análogon da razão’?)

KANT (1724-1804)

“O belo, diz Kant, "é o que agrada universalmente, sem relação com qualquer conceito". A satisfação só é estética, porém, quando gratuita e desligada de qualquer fim subjetivo (interesse) ou objetivo (conceito). O belo existe enquanto fim em si mesmo: agrada pela forma, mas não depende da atração sensível nem do conceito de utilidade ou de perfeição. No juízo estético verifica-se o acordo, a harmonia ou a síntese entre a sensibilidade e a inteligência, o particular e o geral.” (http://br.geocities.com/sidereusnunciusdasilva/estetica.htm)

(Kant tinha Baumgarten em grande apreço, considerando-o mesmo um dos maiores pensadores de sua época.)

HEGEL (1770-1831)

“O objeto da estética, segundo Hegel, é o belo artístico, criado pelo homem. A raiz da arte está na necessidade que tem o homem de objetivar seu espírito, transformando o mundo e se transformando. Não se trata de imitar a natureza, mas de transformá-la, a fim de que, pela arte, possa o homem exprimir a consciência que tem de si mesmo. O valor ou o significado da arte é proporcional ao grau de adequação entre a idéia e a forma, proporção que permite a divisão e classificação das artes. Sua evolução consiste na sucessão das formas nas quais o homem exprime suas idéias a respeito de Deus, do mundo e de si próprio.”

(http://br.geocities.com/sidereusnunciusdasilva/estetica.htm)

MARXISMO

“A estética marxista, apenas esboçada na obra de Marx e Engels, é tributária da estética hegeliana, em que encontra sua justificação, e parece ter achado sua formulação mais completa na obra do dramaturgo e encenador Bertolt Brecht. A tese do "distanciamento" (Entfremdung), de Brecht, implica uma ruptura com a concepção clássica da arte como catarse. O espectador toma consciência dos problemas que lhe são apresentados na cena e é convocado a decidir e optar, colaborando na tarefa de libertação do homem: seria esta a razão de ser da obra de arte.

Os filósofos do Instituto de Pesquisas Sociais, mais conhecido como Escola de Frankfurt, constituíram o núcleo de uma linha original de pensamento estético de inspiração marxista, desenvolvido principalmente por Walter Benjamin e Theodor Adorno. Benjamin analisou o papel da obra de arte na época da reprodução mecânica e Adorno formulou o conceito de "indústria cultural" para designar o tratamento de mercadoria aplicado aos bens culturais na sociedade contemporânea.”

(http://br.geocities.com/sidereusnunciusdasilva/estetica.htm)

EXISTENCIALISMO (SÉCULO XX)

“A filosofia da existência não suscitou uma estética propriamente dita, embora alguns de seus representantes (Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre) tenham refletido sobre a arte e seus problemas. Para Heidegger, a arte em sua essência é uma origem: um modo eminente de acesso da verdade ao ser. Sartre, no meio da tradição hegeliana e marxista, oferece em seus ensaios sobre literatura os elementos do que poderia ser uma estética, especialmente literária. Para ele, a gratuidade da obra de arte é a imagem da liberdade. O artista, ao revelar o mundo e propor implicitamente sua mudança, desempenha a função de inventar-se a si mesmo, ao mesmo tempo em que inventa a história.”

(http://br.geocities.com/sidereusnunciusdasilva/estetica.htm)

ESTRUTURALISMO –(SÉCULO XX)

“Ao examinar os problemas tradicionais da estética em função das repercussões, no domínio da arte, das novas formas de comunicação e informação representadas pelo rádio, cinema e televisão, o estruturalismo trouxe importantes contribuições à análise da obra de arte, vista como estrutura aberta e dotada de significados múltiplos. Contribuições de pensadores como Abraham Moles, Michel Foucault, Roland Barthes e Umberto Eco enfocam a revolução científica e tecnológica dos tempos modernos que, ao transformar o mundo e o homem, cria nova realidade, determina o surgimento de novas formas de arte, como o cinema, e de novas teorias ou interpretações da criação estética.”

(http://br.geocities.com/sidereusnunciusdasilva/estetica.htm)

Importa acrescentar mais alguma coisa sobre Walter Benjamin (1892-1940). Ele escreveu A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, em que fala da perda da aura da obra de arte por força do advento da tecnologia de reprodução. Escreveu também sobre cinema, teatro épico, fotografia, literatura e sobre temas ignorados em sua época: brinquedo e brincadeira, livros infantis, história cultural do brinquedo... Criou, assim, uma espécie de estética do objeto marginalizado...

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Como você percebe essa estética ( a benjaminiana) nos dias de hoje?...

Ela pode colaborar para a sua formação discente/docente? Como?

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O caminho está aberto, apenas colocamos algumas setas. Espero que você tenha estima por esses pensadores que gastaram suas energias refletindo sobre esse fazer que, afinal, trouxe você até aqui: a arte. Mas não vamos nos restringir a eles... Há coisas acontecendo à nossa volta... Vamos tentar descobri-las, interpretá-las, conhecê-las, nomeá-las. Também podemos pensar e conceituar. Assim sairemos da domesticação mental de que fala Paulo Freire. Então...?

REFERÊNCIAS

BAUMGARTEN, Alexander. Estética: a lógica da arte e do poema. Petrópolis/RJ: Vozes, 1993

PLATÃO. O banquete ou do amor. Lisboa: Atlântida, 1968

SUASSUNA, Ariano. Iniciação à estética. Recife: Editora Universitária, 1975

OSBORNE, Harold. S. Paulo: Cultrix, 1993

Anônimo disse...

Muito gostoso de ler este texto da Profa. Nivaldete Ferreira. Leve, fácil, ao mesmo tempo consistente, promove uma viagem no tempo da filosofia, da estética e das artes. Para quem está começando a mergulhar nesse universo, fornece algumas questões fundamentais para reflexão. Antes de mais nada estabelece o conceito da palavra "estética",´nome já tão desgastado nos nossos tempos modernos. Entretanto, ao nos aprofundarmos na idéia, vemos que, afinal, o conceito, embora distorcido, mantém a sua essência, relacionada com a beleza, o bem estar, a harmonia, a forma sensível de perceber o mundo. Desde os mais remotos pensadores da nossa cultura ocidental, vimos buscando esse fio que nos mantém enlevados, suspensos, com os olhos voltados para os aspectos maiores do ser humano. Veio-me a idéia de que "ser humano é viável", embora às vezes possamos achar que não tem mais jeito. Se considerarmos que já nascemos com uma carga genética que nos "carrega" de uma memória ancestral, é possível, acionando a memória certa através de estímulos adequados, resgatar conhecimentos relacionados a esse gosto tão antigo pela estética. O texto deu a mim fôlego para encará-la com menos temor. Assusta um pouco a quantidade de leituras e reflexões necessárias para o bom aproveitamento da disciplina, mas alivia perceber que é possível estudá-la de forma mais agradável, viajando nas idéias e imagens que nos sugerem, tornando-a um conhecimento que vai ser útil não apenas nas qualificações necessárias para nos formarmos professores, mas também para caminhar na vida com passos mais leves, mais voltados para o espírito. Gostei.

Tassos Lycurgo disse...

Oi Isis,
A profa. Nivaldete é uma mestra das palavras, tanto que é escritora de sucesso na literatura infantil. É um privilégio podermos estudar um texto dela em nossa disciplina, ainda mais sabendo que ela está por perto para fazer as suas colocações e tirar eventuais dúvidas.
Aproveitem!
Abs.,
TL

monografia básica disse...

Quando tive a idéia de escrever esse texto não me passou pela cabeça que ele viesse a ter um desdobramento tão bom. Confesso que é uma das maiores felicidades que tenho como professora do DEART... E sei também que esse resultado se deve, em grande parte, à boa receptividade do Prof. Lycurgo, que estimula o nosso trabalho quando o faz chegar a outros alunos. Li com atenção o comentário de Ísis... Sinto-me amplamente compensada pelo esforço. E comovida... De resto, acho que estamos inovando, dialogando, como prevê o projeto de Melhoria do Ensino de Graduação-PMEG. Celebremos! Um copo d´água vai bem... Simples, mas essencial. E vamos caminhando... Amo essa parceria.

Edson Lima disse...

Para Platão, o belo é o que é justo, honesto, em suma, racional. A beleza só existiria no mundo sensível, não no mundo ideal que só existe no pensamento. As coisas não são nem boas nem más, são apenas coisas. A finalidade dada a essas coisas é o que, na visão platônica, as torna boas ou más.
Em Homero, via o perigo das construções verbais, o poder das palavras. O medo do desequilíbrio, da quebra da racionalidade que poria em risco a segurança da “República”.
Aristóteles via a beleza de maneira mais próxima da que nós conhecemos. Perfeição das formas, harmonia. Objetivo, ele via beleza no objeto, no sentido aproximado ao que a cultura ocidental outorga à estética. Essa visão iria prevalecer na Renascença através de artistas como Da Vinci com o “Homem Vitruviano”, e a sua teoria do antropocentrismo (o homem é o centro de tudo).
Baumgarten, criador da estética filosófica, por sua vez bebeu na fonte do pensamento platônico. Via a estética como a arte de pensar o belo, ou a ciência do conhecimento sensitivo.
Em Kant, o belo é universal e independe de conceitos. O objeto só é esteticamente belo, quando o é, independente de qualquer juízo de valor, utilidade, etc.
Hegel via o esteticamente belo como algo criado pelo homem, não imitando, mas, transformando a natureza na busca pela perfeição, ou seja, pelo equilíbrio entre a idéia e a forma.
Na estética Marxista a obra de arte seria uma ferramenta de libertação do homem. Essa tese ganha força através da leitura de Brecht e sua teoria do distanciamento (Entfremdung) que quebra a concepção da arte como catarse. A sua obra leva o problema ao espectador que é levado a pensar e agir na busca dessa libertação.
Walter Benjamin e Theodor Adorno da Escola de Frankfurt, desenvolveram uma linha de pensamento inspirada no Marxismo. Benjamin desenvolveu estudos sobre a quebra da aura da obra de arte na era da reprodutibilidade e Adorno formulou o conceito de “indústria cultural” referindo-se a transformação da arte em mercadoria na sociedade contemporânea.
No Existencialismo, Sartre criou uma estética literária, e definiu “a gratuidade da obra de arte como a imagem da liberdade”. Segundo essa estética, o artista inventa-se a si mesmo, enquanto inventa a história.
Finalizando, os Estruturalistas que viam a obra de arte como aberta e dotada de múltiplas interpretações, contribuíram com suas idéias sobre a revolução tecnológica e científica que criou novas formas de interpretação estética.

Edson Lima
200606239

Tassos Lycurgo disse...

Oi Edson,
Seu comentário contém um bom resumo de pontos relevantes da história da estética e, certamente, em muito contribuirá para o aprendizado da turma.
Abs.,
TL

L.A.G. disse...

O texto da Professora Nivaldete foi demasiadamente exclarecedor para mim, pois foi exibido de uma forma clara em uma linguagem de fácil compreensão e mesmo assim é um texto vigoroso, que nos instiga a pesquisa mais sobre o assunto.
Estética palavra que vem do grego e significa percepção e sensação, mas é muito associado a beleza. No inicio do texto deparei com algo muito interessante; A banalização desta palavra. Até então nunca tinha parado para pensar no assunto, mas esta palavra está presente em nossas vidas todos os dias.
Diferentemente de nossos colegas de classe filósofos, eu não tenho bagagem para fazer relações densas sobre Aristóteles e Platão.
Ao meu ver o texto foi mais como uma introdução ao tema, por isso, na minha opinião foi muito importante a explicação compacta sobre estética através do tempos desde a Idade Média até o Estruturalismo no século XX.

Leandro Garcia
200606310

Tassos Lycurgo disse...

Oi Leandro,

Excelente o seu comentário. Note, contudo, que você e todos os demais alunos têm bagagem de sobra para pensar os assuntos que são tratados aqui. Ora, e exatamente isso que eu tenho visto nos seus comentários.

Abs.,
TL

Anônimo disse...

Rodrigo Freitas
Nos anos em que estudava no ensino fundamental, certa vez ouvi pela primeira vez algum professor pronunciar a palavra "filosofia". Nao sabia ao certo o que queria dizer mas fiquei curioso e comecei a me interessar pela disciplina. Para resumir, posso dizer que me fez querer descobrir um mundo novo, que agora percebo ter sido construído pela superposição de pensamentos ao longo de uma história; esta que se iniciou para o Ocidente com Tales de Mileto e continua nos dias de hoje. Entrei na faculdade para ver no que ia dar e tambem me matriculei na disciplina "estética filosófica" para ver no que ia dar... Após ler o texto da Profa. Nivaldete, ficou claro para mim que o foco desta disciplina será discutir o belo. Então vamos lá... Quando falo de algo belo, a primeira coisa que me vem a mente é a vida! Afinal, a vida é bela! Discutir o belo é, no fundo, discutir a vida. Outra coisa que vem a mente é arte. Afinal, a arte é bela. Provavelmente, a beleza da arte está na liberdade da criação arttística em si. A nossa vida é uma grande obra de arte! A cada segundo que passa, estamos na verdade construindo, em conjunto, uma grande obra de arte e, a partir desta percepção, fica fácil concordar com Platão: as ações se tornam belas a partir do modo com as executamos. Nobreza de princípios é, entretanto, fundamental para se construir algo belo. Sócrates é, para mim, exemplo claro de alguém que tentava construir uma obra de arte a cada segundo de sua existência. Mesmo rodeado de pessoas que não se preocupavam em homenagiar a beleza da vida, nunca abriu mão de seus princípios nobres e por isso construiu uma linda obra de arte sem nunca ter sequer escrito um livro ou desenhado uma figura.

Tassos Lycurgo disse...

Oi Rodrigo,
Sou muito simpático à idéia de que a vida de cada pessoa pode ser considerada uma obra de arte e, portanto, pode ser esteticamente apreciável.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

O texto da professora é muito agradávele instigante, le-sê rápido e o deixa com gosto de mais.
Logo em seu inicio me aprisionou com a sugestão de deixar "de lado as resistências, manter a mente aberta e disponível, assumir a condição de estudioso, evitar se resguardar em opiniões pré concebidas". Acho castrante e frustrante a obrigação,dever... no meio acadêmico, escolar é tudo muito cheio de regras e verdades unicas, meios unicos. E isso me pertuba faz-me culpar. Efim...
O própio Nietzsche dizque conhecimento não deve significar colonização mental. Essa colonização faz isso castra, frusta, impele tua essência, castra.

Foi interessante ver no texto os diferentes conceitos e visões de filosófos sobre estética. Platão,"o belo como justiça e a honestidade", as ações enquanto tais,não são com efeito nem boas nem más e se tornam belas a partir do modo como as executamos. Ariatótles," a beleza do objetos depende da ordem ou harmonia que existe entre suas partes". Alexandre Baumgarten," a estética é a ciência do conhecimento sensitivo". Kant, " no juízo estético verifica-se o acordo, a harmonia ou a síntese entre a sensibilidade e a inteligência, o particular e o geral". Hegel, " pela arte, possa o homem exprimir a consciência que tem de si mesmo" e o mais interessante que me tocou " o valor ou significado da arte é proporcional ao grau de adequação entre a idéia e forma". Heidegger, " a arte em sua esseência é uma origem; um mode eminente de acesso da verdade ao ser".

Inumeros os conceitos, que se completam, adaptam.... as várias possibiliades encamtam, libertam e instigam.


"tempo das idéias ás vezes é outro".

Anônimo disse...

comentário acima por Leilane Antunes; Matricula:200706357

Tassos Lycurgo disse...

É Leilane, "as várias possibilidades encantam, libertam e instigam"... Talvez você esteja certa: é a possibilidade intelectual que dá o prazer da caminhada e não o de necessariamente se ter de chegar a algum lugar.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

Eu gostei muito da maneira que a profa. Nivaldete, colocou seus textos, simples, direto e muito leve, de compreensão singular. Parabéns. Estou muito satisfeita por ter uma oportunidade como essa.
Obrigada.

Dentro dos seus textos você tece comentários interessantissimo, a primeira dela é:

-Você acha que a concepção aristotélica foi completamente esquecida nos dias de hoje pelos artistas e professores de arte?

Profa. A minha resposta é não. Porque somos seres dinâmicos e transformadores por natureza,que não cabe só para os dias de hoje, mas que também foi outrora. Então, na concepção aristotélica, ele discorda totalmente de Platão - com o mundo das idéias. Assim, Aristóteles, na sua assertiva dizia que corpo e alma não podiam ser desvinculados. Porque para ele, o indivíduo nasce sem nenhum conhecimento e só com passar do tempo, é que este indivíduo vai descobrir o mundo pouco a pouco o que está em sua volta. Dessa forma, o adulto apreende unicamente de suas experiências em uma relação com o mundo, com as transformações das idéias que nos impulsionaram chegar até aqui, por um simples fato de sermos dinâmicos e não estático.

-Por que será que muitas crianças dizem “não sei desenhar” e até sentem ‘vergonha’ de mostrar seus desenhos aos adultos?

Porque alguns adultos, não são capazes de enxergar o óbvio, no entanto, as crianças conseguem mostrar brilhantemente em seus desenhos,de forma simples, que bombadeiam os adultos e penso que é por causa da sensibilidade dos adultos, que estão embotadas deles mesmos e os impedem de vê-lo. Para alguns adultos, eles vêem pouca coisa, por não mais acreditar em si mesmo, em quase nada, e isso é muito triste. O que nos mostra é que o adulto tem que ser triste, para ser alegre, para poder lembrar a própria essência. Portanto, as crianças vivem no mundo das idéias - em um mundo que só ver beleza, esperança, amor.... , pois, elas examinam cada coisa ao contemplá-la. Elas se encantam com as coisas mais simples, como as nuvens, o verde das florestas, rios enormes, os mares.... e percebe-se que alguns comportamentos de adultos não sabem nem que cor de roupa saiu para trabalhar... .Portanto, as crianças têm sensibilidade e passam a enxergar pessoas, objetos....,com mais clareza, pureza. E nesse universo vêem pessoas se amando e brigando, guerras e paz, animais pequenos que conseguem vê-lo, bebês sorrindo e são capazes de vê cavalo voando. Lembro-me de um trecho que diz assim "Deixai as crianças virem a mim e não as impeçais, pois a pessoas assim é que pertence o Reino de Deus.” Lucas 18,16

Depois de um longo percurso, chega-se a estética proposta por Benjamim. Dentro do seu questionamento profa, Nivaldete percebemos a busca do ser humano em viver de forma pura e cristalina, pois procura, procura... e aonde estão? Dentro delas mesmas.

A outra pergunta é:

Como você percebe essa estética ( a benjaminiana) nos dias de hoje?...

Uma obra de arte "reproduzível”, seguindo a ótica benjaminiana, porque ela perdeu a sua aura e sua autonomia, mas que ao mesmo tempo, ela se tornou mais acessível para um maior número de pessoas. Pois, o seu valor formal tornou-se, agora, valor de exibição. Podemos citar, por exemplo, o cinema e a fotografia que mostram aquilo que muitos, quem sabe, nunca teriam visto ou percebido. No entanto, essas novas artes populares estão mais acessíveis para um público vasto, que se expõem, com freqüência, à avaliações banais e depreciativas. Mas que trás consigo seus benefícios e forma aparentemente saudável.


Ela pode colaborar para a sua formação discente/docente? Como?

Sim. Então considerando o fato de que no Brasil, ao contrário de países europeus, principalmente, a França e a Inglaterra, onde o livro, ainda no século XIX, foi o veículo de produção ficcional voltado para as classes massificadas, onde essa trajetória se deu a partir de um estágio de comunicação oral direta para um estágio de comunicação eletrônica, sem contar com estágio na cultura escrita. Por exemplo, no Brasil, estamos vivenciando esse estágio mediante a tecnologia, com aulas vias satélites, mesmo que não sendo presencial, ocorre uma interação bem interessante, que nos dar uma sensação de que apesar de estamos em ambiente virtual, essa tecnologia consegue alcançar uma fatia muito significativa da população com esse tipo serviço (cursos, palestras, seminários...on-line, e-books, sala virtual, e-mail). Portanto, ela colabora sim, tanto na formação de um discente como na formação do docente, no entanto, sob a minha óptica, vejo um problema entre a tecnologia-ciência-homem, que não há dúvida nenhuma que a aprendizagem existe. Entretanto, o contato humano ainda é importantissimo e está ficando cada vez mais para trás nessa caminhada, rumo à uma Grande Aldeia global, um paralelo entre distanciamento e proximidade de nós mesmos. Exemplos, Internet, aulas via satélites e dentre outros que iram aparecer com o desenvolvimento da tecnologia e a ciência e o homem onde fica?

Jucèlia Maria Emerenciano Rodrigues
Matrícula 200007811

Anônimo disse...

O texto da professora Nivaldete pode servir (ou não) para ajudar as pessoas que ainda não se sentem “à vontade” assistindo as aulas de Estética Filosófica. Como citado no começo do texto, trata-se de uma matéria destinada aos cursos de licenciatura, palavra odiada por 99% dos alunos do curso de Artes Visuais, no Departamento de Artes. O mote principal das aulas é fazer com que os alunos se sintam instigados a pesar. Só isso!
O que uma pequena parcela da turma ainda não entendeu, e talvez nunca entenda, é que a discussão sobre a maneira de pensar de outras pessoas como Platão, Aristóteles, Kant, Hegel... ajuda na compreensão – isso pode acontecer até quando nós não concordamos com nenhuma dessas pessoas acima citadas. O ponto de vista desses pensadores serve como inicio de um debate não só sobre estética. O “macete” é ter a mente aberta e ter o mínimo de comprometimento com as aulas.

Raphael Dantas, 200606352.

Tassos Lycurgo disse...

Jucélia,
Seu comentário foi excelente, mormente porque tentou responder as indagações presentes no já elogiado texto da profa. Nivaldete.
Abs.,
TL

Tassos Lycurgo disse...

Oi Raphael,
Seu comentário, alem de corajoso, é defensável. Aliás, este é um blog democrático, em que cabem todas as idéias e pensamentos, assegurado, é claro, o respeito mútuo, pressuposto da urbanidade entre as pessoas, não é mesmo? Ademais, a Constituição da República nos assegura que “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas (...)” (CR, art. 206, II e III). Sempre uns vão gostar mais do que outros, mas o importante é, como você bem notou, que todos pensem, pois faço das suas palavras as minhas: “O mote principal das aulas é fazer com que os alunos se sintam instigados a pesar. Só isso!”
Abs.,
TL

monografia básica disse...

Com muito prazer retorno com alguns comentários, no intuito apenas de expandir o diálogo (se Platão vivesse hoje, certamente usaria este recurso, pois ele escrevia em forma de diálogos)...
Edson percebeu que a visão aristotélica está próxima da nossa concepção de arte, hoje... Isso tem relação com aquela circunstância da criança que tem medo de mostrar seus desenhos aos adultos.Verdade: somos regidos, muitas vezes, pelo paradigma da justa medida, do equilíbrio,etc. Daí que a arte das crianças é vista,não raras vezes, como 'engraçada', quando não desarmônica e até... 'feia'... Seria bom ver trabalhos de Paul Klee (ele era professor da Bauhaus, conhecia tudo de desenho, mas desenhava 'como criança' e era criticado por isso).A questão é o paradigma: a representação 'matemática', 'correta'... Aí você pode pensar nos cubistas, expressionistas, etc. E até fazer um estudo...Valeu, Edson...
Leandro, não se intimide com a 'falta de bagagem'. O ensino fundamental deixa esse vazio mesmo, mas estamos aqui para isso.Os autores NÃO devem ser vistos como um Grande Outro que nos esmaga... Daí o meu cuidado em apresentá-los de forma 'desamedrontadora', embora superficialmente, pois o tempo é curto para estudá-los em profundidade...
Rodrigo,a disciplina "Filosofia" foi retirada do currículo escolar na época da ditadura.Assim como Platão temia o poeta agudo, a ditadura temia que a filosofia viesse a desenvolver o pensamento crítico. "A vida é uma grande obra de arte!" Aqui você pensou como Nietzsche... Ótimo! A questão da resistência à licenciatura é compreensível, mas se tivéssemos bacharelado, em vez dela, também teríamos de estudar essas matérias (menos as disciplinas pedagógicas).E tudo, a meu ver, é interessante, pois é com a história das idéias, afinal,que estamos lidando. Isso ajuda a compreendermos a nós próprios, você não acha?
Leilane, acho que você gostaria de ler "Nietzsche Educador", de Rosa M. Dias... Ele instigava os jovens ao 'atrevimento'... "Atrevei-vos!"... a criar!Acho que é a nossa intenção aqui: mostrar um certo percurso de idéias, mas sem obrigar o aluno a ficar ajoelhados diante delas.
Lucélia, só para acrescentar ao que você falou,veja o que eu disse a Edson... A questão do paradigma da representação 'perfeita' nos alcança mesmo... Bom que você lesse As Três Transformações do Espírito (Nietzsche) através, primeiro, de Arcângelo Buzzi (Introdução ao Pensar)...
Sobre Walter Benjamin: o texto mais conhecido dele é esse que fala da obra de arte na era tecnológica (reprodução, perda da aura), mas aproveito dele também a percepção do que está fora do objeto paradigmático, quer dizer, os objetos normalmente não levados em conta pelo 'percebedor'. Por isso ousei chamar a isso 'estética da inclusão' (meus alunos irão produzir trabalhos orientados por essa prática benjaminiana)...Por isso perguntei se o/a aluno/a considerava essa atitude importante para a sua prática discente/docente: ver/mostrar as 'miudezas' da vida... Uma folha seca, por exemplo, compõe igualmente o mundo, é uma presença, mas a gente tende a perceber a árvore em sua monumentalidade. E por aí vai...
Estou feliz pela participação de vocês! Penso que é uma inovação saudável e agradeço a vocês e ao Prof. Tassos pelo interesse.
Um abraço a todos!

Tassos Lycurgo disse...

Agradeço imensamente a Profa. Nivaldete por mais uma vez ter contribuído para a nossa discussão.
Sinceramente,
TL

Anônimo disse...

Começo meu resumo, com a palavra idéia, que foi a que mais me chamou a atenção no texto, Como diz a professora Nivaldete quando se refere à estética, “Não é obrigação sua já trazer noções acadêmicas sobre o assunto.Veja tudo isso como isso é: idéias."
A Estética corresponde a um campo de estudos sobre a arte. A estética filosófica está sempre ligada às concepções de mundo, de ser humano, aos valores de cada pensador, ao contexto histórico. Vincula-se, portanto, à história das idéias também . Como pode-se observar no texto, há vários pensadores e conceitos sobre a estética da arte, ela varia de acordo com as mudanças do mundo, como a história, está em constante formação. Não é estática, inerte, como se pode constatar nesse trecho “A todo momento há teorias sendo complementadas, negadas, criadas. Aristóteles deve ter se inspirado no idealismo de Platão para propor uma concepção mais realista sobre o que faz a beleza de um objeto. E ambos são estudados até hoje... Você percebe, então, que o tempo das idéias às vezes é outro. É ontem e hoje.” Os novos conceitos nem sempre vêm em detrimento dos velhos, por vezes se entrelaçam e se completam. E as idéias estão sempre surgindo, cabendo também a nossa parcela de contribuição.

Patrícia Cristina Costa Varela 200606344

Anônimo disse...

ADELE SARAIVA CAMPOS
MATRÍCULA 200409719

É preciso diferenciar a estética, do ponto de vista popular do filosófico, para que sua essência, enquanto disciplina acadêmica seja compreendida.
Para distanciar da associação à decoração, ao equilíbrio e à harmonia foi acrescida a expressão filosófica à palavra estética. Sendo assim, estética filosófica corresponde a um campo de estudos sobre artes.
Os valores de cada pensador, concepções de mundo e de ser humano, bem como o contexto ligam-se à estética filosófica pois refere-se à história das idéias. Não se pode deixar de citar, também a palavra beleza ao tratar das artes. Ela é mencionada desde Platão e segue nas referências mais atuais, seja ela idealista ou espiritualista.
Contudo, indagações sobre o que é arte e que gera especulações até hoje.
Na idade média, onde prevalecia o teocentrismo, a arte é vista como resquício do paganismo, mas a própria igreja a utilizou para doutrinar para a fé cristã. No renascimento o antropocentrismo consistia em ver o homem como medida de todas as coisas. A estética da época segue nesse sentido de justa medida e nos princípios da ordem e da harmonia.
A filosofia da existência não suscitou uma estética propriamente dita, mas o estruturalismo trouxe importantes contribuições à análise da obra de arte com alguns pensamentos revolucionários que determinaram o surgimento de novas formas e interpretações da criação estética.
Há, portanto, inúmeras idéias e teorias em torno da arte, mas ainda há muito a descobrir. Todos nós podemos pensar e conceituar e assim criar e recriar... é por isso que estamos aqui.

Unknown disse...

Mesmo depois de décadas a estética do objeto nos dias de hoje é marcante, pois o comércio da reprodução toma conta do mercado. As obras de arte são copiadas sem nenhum respeito aos autores. O espírito da criação artística é dominado pela tecnologia.
Essa “reprodutibilidade técnica” (como disse Walter Benjamin) da obra de arte nos mantém inertes e descansados para inovar e lutar pela aura dessa (obra artística). No campo da educação discentes e docentes sentem-se acomodados as facilidades e acessibilidades dos “novos produtos artísticos”. Um exemplo disso e a grande indústria no comércio de cópia e venda de CD’s e DVD’s, sem falar nos documentos e livros xerocados, que não garantem direitos autorais.

ANDREIA MELO
200610597

Anônimo disse...

O tempo das idéias... esta foi a frase que me chamou a atenção para o texto da Professora Nivaldete. O fascínio de viajar através do tempo nos diferentes conceitos e momentos da estética, percebendo-a como uma disciplina dinâmica, que sempre se move a partir do tempo dos pensadores, revelando-nos olhares, posturas, mas acima de tudo, mobilidade. Como ela mesma diz, é preciso estar aberto e receptivo para poder "desmistificar" e criar a condição necessária para que o pensamento frutifique e crie o seu próprio tempo. A busca ancestral do homem por respostas que o convençam da importância de sua participação nessa existência. A busca pela perfeição. Richard Bach, em seu livro Ilusões - As aventuras de um Messias Indeciso, diz que perfeição é movimento. Ele diz que o mar é perfeito e está sempre em movimento. O céu é perfeito e está sempre em movimento. Portanto perfeição não é sinônimo de estagnação. Foi essa sensação de leveza, movimento, tempo circular, tempo fora do tempo, tempo matriarcal, representado pela palavra KAIRÓS no grego em contraposição a KRONOS, o tempo patriarcal linear, que me levou a esta viagem em busca das minhas próprias referências sobre estética. A abrir a mente e o coração para o novo e o eterno.

Isis de Castro.
200610651

Anônimo disse...

Anna Débora Cosme Da Silva
Mat.200606158

Bom professor,pra começar eu adorei o texto de Nivaldete, ele é muito esclarecedor e me abriu a mente sobre o que seria a disciplina de estética, contudo, gostaria de lhe fazer uma pergunta: quando vamos começar a estudar estética?
Se já começamos, por favor me esclareça e perdoe a falta de atenção pois ainda não observei nada do que Nivaldete falou...

Antes de começar o resumo gostaria de destacar uma parte do texto de suma importância para mim: "Deixe as resistências e mantenha sua mente aberta e disponível, pois o ponto mais importante pode ser você, suas idéias e seus pensamentos".
Aqui está o meu resumo com o que eu considerei mais importante no texto, não sei se é esse o tipo de resumo que o senhor espera, se não for, avise!

Popularmente a estética é usada para descrever coisas a respeito de beleza, decoração de casa, moda e está relacionada à harmonia e equilíbrio, porém, ela corresponde a um campo da filosofia de estudos sobre a arte e está ligada às concepções de mundo e à história das idéias.
Destaca o belo em Platão - a beleza de um objeto depende da comunicação com uma beleza superior que subsiste no mundo das essências - e em Aristóteles - a beleza depende da ordem e da harmonia que existe entre suas partes e é propriedade do objeto.
O tempo das idéias é ontem e hoje.
Idade Média-> A arte era considerada símbolo do paganismo, posteriormente, a igreja começou a usá-la para doutrinar os indivíduos para a fé cristã, sem valorizá-la enquanto tal.
Renascimento-> Estética da justa medida, da harmonia obediente ao cálculo matemático (o homem vitruviano, antropocentrismo, de leonardo da Vinci).
Alexander baumgarten-> Fundador da estética filosófica, que seria a ciência do conhecimento sentitivo, sensível.
Kant-> O belo é o que agrada universalmente, essa satisfação só é estética quando gratuita e desligada de interesse ou conceito. O belo não depende da atração sensível, nem do conceito de utilidade ou de perfeição.
Hegel-> O belo artístico criado pelo homem tem necessidade de transformar o mundo e se transformar. Pela arte, o homem transforma a natureza para exprimir a consciência que tem de si mesmo.
Marxismo-> A estética marxista é tributária da estética hegeliana e achou sua formulação mais completa na tese do "distaciamento" de Brecht, na qual a razão de ser da obra de arte seria o espectador colaborar na tarefa de libertação do homem.
Existencialismo-> Não suscitou uma estética propriamente dita, mas a arte foi pensada por Heidegger - a arte é um modo eminente de acesso da verdade ao ser - e por Sartre - o artista desempenha a função de inventar-se a si mesmo ao mesmo tempo em que inventa a história.
Estruturalismo-> A obra de arte é vista como estrutura aberta e dotada de significados múltiplos. Pensadores enfocam a revolução científica e tecnológica que cria nova realidade e determina o surgimento de novas formas de arte e de novas teorias.
Walter Benjamin-> Escreveu "a obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica" e sobre temas ignorados em sua época, assim criando uma espécie de estética do objeto marginalizado.

Anônimo disse...

Anna Débora C. Da Silva

"O que nos mostra é que o adulto tem que ser triste, para ser alegre, para poder lembrar a própria essência." Jucélia.

Discordo da opinião da Jucélia. O adulto não tem que ser triste, muito pelo contrário! O que aprendemos desde cedo é a enfrentar os desafios da vida e aprender com eles mas nunca a ser uma pessoa triste. De que adianta viver se não existe alegria?
Não é necessário ser triste para lembrar a própria essência, devemos conviver com nós mesmos, com nossa essência, é ela que nos leva a seguir pela vida.
Quanto ao fato das crianças não quererem mostrar seus desenhos, pode ser simplesmente uma questão de timidez ou então de falta de atenção, pois, muitas vezes, quando a criança começa a fazer suas garatujas, ninguém se habilita nem sequer a prestar atenção no qu ela fez, mesmo que não ache bonito...
Então a criança pensa: meu pai não quis ver então minha professora também não vai querer, sendo assim não vou mostrar!

Tassos Lycurgo disse...

Oi Anna,
Em relação à sua dúvida de quando começaremos a estudar estética, informo-lhe que já começamos. Inclusive, o fato dos alunos, inclusive você, terem sido instigados a elaborar um texto a respeito do artigo “Sobre Estética” (sendo isso, inclusive, parte da primeira avaliação), da profa. Nivaldete, é um bom sintoma disso. Por ora, estamos analisando a função da razão como instrumento do trato filosófico, de cujas possibilidades o pensamento estético é um exemplo. Posteriormente na disciplina, entraremos inevitavelmente em tópicos mais convencionais da estética, em que, acredito, você tem maior interesse intelectual.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

Aí vai o meu comentário ...ou resumo...Estava pronta para esboçar a minha opinião sobre o texto quando recebi um e-mail da professora Gerlúzia com textos sobre resumo, resenha e leitura interpretativa. O texto de resumo dizia assim: "não deve apresentar juízo valorativo ou crítico(que pertencem a outro tipo de de texto, a resenha)" e que "tem sentido de recriação do texto original, e só pode ser realizado por quem analisou etc." Então na mesma hora concentrei em limitar-me em apenas fazer um "resumo". Quando abri o blog, vi várias críticas, então fiquei em dúvida.
Enfim... Estou enviando o resumo do texto:
RESUMO

Sobre estética
O texto escrito pela Professora Nivaldete tem como objetivo familiarizar os leitores sobre o estudo da estética de forma simples e descontraída.
Inicialmente ela discorre sobre a formação do docente em artes e a importância de não excluir em seus conhecimentos os conteúdos teóricos, históricos, metodológicos, filosóficos e outros; incentivando a manter a mente disponível e aberta, assumindo a condição de estudioso/a e evitando resguardar-se de opiniões pré-concebidas.
O uso popular da palavra ‘estética’
Nivaldete cita uma experiência pessoal como professora no que se refere ao uso popular da palavra estética, comentando que esse uso não é uma apropriação ‘indébita’ do termo, mas sim de uma adequação as necessidades de comunicação num determinado universo de trabalho, e que nem todos, no Brasil, têm acesso ao conhecimento formal nesse campo.
Estética filosófica
Ela esclarece que estética corresponde a um campo de estudos sobre a arte. É filha por assim dizer, da filosofia grega, para nós ocidentais, e para destacar esse campo de estudo do emprego usual/mercantil da palavra convida o leitor a chamá-la de ‘filosófica’.
Quando Nivaldete desenvolve o termo ‘estética filosófica’, fala que está sempre ligada às concepções do mundo, de ser humano, aos valores de cada pensador, ao contexto histórico. No espaço desse pensamento, a autora do texto cita alguns pensadores como Platão que identificava o belo com a justiça e honestidade e Aristóteles que considerava: ‘A beleza do objeto depende da ordem ou harmonia que existe entre suas partes’. Nivaldete questiona se a concepção Aristotélica foi completamente esquecida nos dias de hoje pelos artistas e professores de arte e diz que a todo o momento existem teorias sendo complementadas, negadas, criadas e que essas transformações de idéias e a emergência de outras que colocam o discente num curso de arte.
A autora convida o leitor a ver uma amostra do desenvolvimento da ‘estética’ a partir da Idade Média mencionando que a princípio as artes eram vistas com desconfiança, pois se entendia que eram resíduos do paganismo, mas a Igreja foi, aos poucos, descobrindo a possibilidade de sua utilização educativa. No Renascimento, a estética voltou-se para a Antiguidade clássica e praticou o princípio da ordem, da justiça, da harmonia obediente ao cálculo matemático. O homem era o centro de tudo.
Nivaldete cita alguns pensadores como Alexander Baumgarten - fundador da estética filosófica propriamente dita; Kant quando diz que o ‘O belo é o que agrada universalmente, sem ralação com qualquer conceito’; Henguel que indica: ‘O objeto da estética, é o belo artístico. Criado pelo homem. A raiz está na necessidade que tem o homem de objetivar seu espírito, transformando o mundo e se transformando. ’. A estética marxista, menciona Nivaldete, esboçada na obra de Marx e Engels, é voltada para a tese do “distanciamento” de Bertolt Brecht que implica uma ruptura com a concepção clássica da arte como catarse. O espectador toma consciência dos problemas que lhe são apresentados na cena e é convocado a decidir e optar, colaborando na tarefa de liberação do homem: seria a razão da obra de arte. Ela (Nivaldete)acrescenta a esse pensamento do desenvolvimento da estética, que Benjamim analisou o papel da obra de arte na época da reprodução mecânica e Adorno formulou o conceito de “indústria cultural” para designar o tratamento de mercadoria aplicado aos bens culturais na sociedade contemporânea. No existencialismo, a autora do texto relata que algum de seus representantes (Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Satre) não suscitou uma estética propriamente dita, embora tenham refletido sobre a arte e seus problemas. Já o estruturalismo, ela conta que trouxe importantes contribuições à análise da obra de arte, vista como estrutura aberta e dotada de significados múltiplos.
A professora Nivaldete encerra o texto apresentando alguns questionamentos sobre a estética benjaminiana e como ela pode colaborar na formação do discente/docente e espera que o leitor tenha o sentimento da importância desses pensadores na construção de seus pensamentos e conceitos.
Fora do resumo me dei o luxo de responder uma pergunta feita pela professora sobre a concepção aristotélica.
R:Completamente não. Apesar do "fazer" artístico em muitos casos não dependa da ordem ou harmonia do objeto, e mesmo sem esses conceitos a obra ser exaltada. Penso que ainda existem muitos artistas,professores e críticos valorizando o a beleza do objeto com o princípio "da ordem ou harmonia que existem entre suas partes".(texto Nivaldete).
Penso que o texto veio elucidar várias dúvidas a respeito de estética filosófica.

Conceição Oliveira
Matrícula: 200606204

Tassos Lycurgo disse...

Oi Conceição,
Penso que a opinião da profa. Gerlúzia está absolutamente correta. Um resumo científico deve manter alto grau de objetividade, evitando, assim, as impressões pessoais daqueles cujo trabalho principal é o de condensar as idéias expostas em determinado texto. A nossa disciplina, contudo (e paradoxalmente), comporta malcomportamentos acadêmicos (a repetição, aqui, para o bem ou para o mal, foi proposital), desde que, claro, a subversão seja em favor da grandeza do pensamento. Pena que desta vez você nos privou de parte de suas idéias próprias, mesmo que tenha feito isso por uma causa nobre: a do formalismo acadêmico.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

MARCELO LUIZ DA SILVA AZEVEDO
MATRÍCULA 200711156

A professora Nivaldete Ferreira em seu texto sobre Estética Filosófica, busca fazer um esclarecimentos sobre o sentido da palavra “Estética”, diferenciando do que o senso comum entende por isto, e partindo para as concepções que os pensadores entendiam sobre Estética.
Inicialmente ela situa a Estética como um objeto de estudo da Filosofia, diferenciando-a do comum. A Estética é brotada da Filosofia Grega. Esta, está ligada às concepções de mundo, de ser humano, aos valores de cada pensador, portanto, a um contexto histórico. Ela começa partindo do que Platão entendia por Estética, passando pelos pensadores da Idade Média, até chegarmos aos nossos dias atuais.
Para Platão o Belo estava ligado com a justiça e a honestidade, tudo idealizado; já Aristóteles, seu discípulo, considerava a beleza do objeto como dependente da ordem ou harmonia que existe entre as partes. Na Idade Média a arte foi utilizada pela igreja como forma de doutrinar os indivíduos. E na Idade Moderna o belo passa a ser o modo de demonstrar a importância do homem como o principal. E na Contemporaneidade temos Kant que liga o belo aos aspectos morais e éticos, dizendo que as ações belas são as que são buscadas sem interesses e para Hegel o belo é transformar o mundo e se transformar.
Portanto, uma análise sobre a Estética Filosófica partindo da Grécia Antiga até nossos dias atuais, nos faz deixar de usar o termo erroneamente.

Anônimo disse...

Camilo de Lelis Medeiros do Nascimento
Mat. 200710729

Num primeiro momento, a autora se propõe a introduzir os alunos em um estudo “antipático” à primeira vista, por se tratar de um conteúdo puramente abstrato, cheio de teorias, aparentemente sem nenhuma utilidade: o estudo da estética. Por isso, ela chama os alunos a quebrar “preconceitos” e a se tornarem, também, produtores de pensamento, de idéias. Afirma que serão tanto melhores artistas, quanto conhecimento adquirirem.
Logo em seguida, a autora faz a distinção entre o uso comum e o uso acadêmico da palavra estética: neste, o termo passa a significar uma história da arte, um discurso (logoj) da arte; naquele, a palavra se aplica para questões de beleza, de harmonia das formas, combinação de cores, etc. Portanto, para o uso formal do termo, ela acrescenta o adjetivo filosófica, fazendo, assim, a distinção entre as duas concepções da palavra estética.
Definido o vocábulo, a prof. Nivaldete passa a conceituar a estética filosófica partindo da idéia de que de ela está ligada ao contexto histórico, aos valores de cada pensador, às concepções de homem e de mundo de cada época. Isso mostra por que, em cada tempo da história da humanidade, o conceito de beleza variou tanto, chegando a ser até contraditório de uma cultura para outra. Cita, como exemplo dessa variabilidade de conceito, o pensamento de Platão, para quem a beleza de algo estava na sua semelhança com a respectiva essência no mundo das idéias; e Aristóteles, que definia a beleza de um objeto pela harmonia de suas partes. Enquanto um era idealista (Platão), o outro (Aristóteles) era materialista. A grande questão, diz a professora, é que em se tratando de estética, não existe uma opinião fechada, pronta, que se aplique a todas as formas de manifestação da arte.
Para ilustrar esse pensamento, ela segue mostrando as concepções da arte durante alguns períodos da história. Na Idade média, por exemplo, a arte era tida pela Igreja como um instrumento didático, em que não havia o interesse puro pela manifestação artística, mas sim o interesse na difusão da doutrina católica. Já no período do renascimento, a arte passa a refletir as idéias da cultura greco-romana antiga, os valores clássicos são retomados e expressos nas mais diversas manifestações artísticas, científicas e etc. A autora segue falando sobre os diversos conceitos de arte e estética presentes no pensamento de Alexander Baumgarten, o fundador da estética filosófica propriamente dita; Kant; Hegel; Marx. Cita também as idéias trazidas pela escola de Frankfurt, do existencialismo e, por fim, do estruturalismo, deixando bem claro que nós somos responsáveis por também atuar nesse ramo da arte, qual seja, o de criar, inovar, conceituar; de sermos participantes ativos do processo criativo.

Anônimo disse...

O texto introdutório da Professora Nivaldete faz um relato das transformações ocorridas nas Artes desde a Idade Média. Neste período, as artes foram vistas com desconfiança, pois se entendia que eram resíduos do paganismo, descobrindo-se depois a sua utilização educativa
.A estética renascentista, interessou-se pela Antiguidade Clássica, praticando o princípio da ordem, da justa medida, da harmonia obediente ao cálculo matemático, o homem sendo a medida de todas as coisas.
Cita Alexander Baumgarten, fundador da estética filosófica.
A Estética como ciência do conhecimento sensitivo.
Pra Kant, “o belo, é o que agrada universalmente, sem relação com qualquer conceito, agrada pela forma, mas não depende da atração sensível nem do conceito de utilidade ou de perfeição.
Para Hegel, o objeto da Estética é o belo artístico, criado pelo homem, na necessidade do homem de “objetivar seu espírito, transformando o mundo e se transformando.
A estética marxista, parece ter achado sua formulação na obra do dramaturgo Bertold Brecht. Uma “ruptura com a concepção clássica da arte como catarse. O espectador toma consciência dos problemas que lhe são apresentados na cena e é convocado a decidir e optar.
Para Heidegger, a arte em sua essência é uma origem: um modo eminente de acesso da verdade ao ser. Para Sartre, a gratuidade da obra de arte é a imagem da liberdade.
O Estruturalismo trouxe importantes contribuições à analise da obra de arte, vista como estrutura aberta e dotada de significados múltiplos.
Walter Benjamin fala da perda da aura da obra de arte por força do advento da tecnologia de reprodução. Escreveu sobre cinema, teatro épico, fotografia, literatura.... Uma espécie de estética do objeto marginalizado.
O resumo de um texto “não admite o juízo valorativo, o comentário, a crítica”, isto é, a opinião pessoal, mas já que aqui é “um espaço democrático”, peço permissão para fazer algumas considerações:
Considero importante ter idéias preconcebidas, por que de uma maneira ou de outra, fazem parte do cotidiano do aluno. A modificação do aluno passa pela sua vivência, pelas idéias anteriormente concebidas e pela transformação da informação em conhecimento, ajudado pelo professor.
Concordo que a fundamentação teórica, se faz estritamente necessária para condicionar qualquer aluno, não só os universitários. Quando se busca uma licenciatura em Artes deve-se ter conhecimento que o curso será fundamentado em “conteúdos teóricos, históricos, metodológicos, filosóficos e outros”, necessários à sua formação, mas acredito, também, que quem procura uma Licenciatura em Artes Visuais, tem um “por quê”, que deseja que seja estimulado. Espera-se que o curso esteja fundamentado em conteúdos teóricos , mas acredito que seja a Universidade o local adequado para que esta teoria recebida seja colocada em prática, antes de ser submetida à sala de aula (quando estivermos exercendo nossa profissão).
Os desencantos são causados pelo currículo do curso, não deve-se à resistências e nem a mente fechada para conteúdos teóricos.
200606360 – Vera Lúcia das Chagas Faustino Alves

Anônimo disse...

Anna Débora

Caro professor, realmente eu tenho mais interesse em ver a parte mais convencional da estética, como está no texto de Nivaldete.

Gostaria de saber por que o senhor não comentou as minhas duas questões anteriores?

Anônimo disse...

o texto da professora levanta pontos bastante interessantes. o nosso fazer artístico meio que está contaminado por todas as referencias citadas no texto, porém não só as filósoficas, mas também a artística, o conhecimento dessas referencias é de extrema importancia, pois vivemos numa era onde as coisas na nossa area já veio meio que mastigada por esse povo, mas cabe-nos a tarefea dificil de mastigar todas essas referencias de novo e com isso vomitar aquilo que nos interessa. acho que só assim seremos capaze não só de produzir nossas próprias obras assim como produziremos conhecimento que utilizem todas as referencias possiveis, mas que ao mesmo tempo é de nossa autoria.

Felipe Cabral
200505539

Anônimo disse...

O texto (introdutório) sobre Estética da Profª Nivaldete Ferreira traz esclarecimentos e instigações sobre o assunto.Primeiro fala sobre o uso popular da palavra, para depois falar da Estética Filosófica, que ganha esse nome para se destacar do emprego usual/mercantil da palavra.Esclarece que a Estética corresponde a um campo de estudo sobre a arte e está sempre ligada ás concepções de mundo, de ser humano, aos valores de cada pensador, ao contexto histórico.Faz, também, um breve hitórico dessa Estética desde sua “atuação” na Idade Média até aos tempos de hoje, passando por varios pensadores como: Alexander Naumgarten( fundador propriamente dito da Estética Filosófica que disse “A Estética ( como teoria das artes liberais, como gnoseologia inferior, como arte de pensar de modo belo, como arte do análogon da razão) é a ciência do conhecimento sensitivo”); Kant; Hegel; Marx; brecht; Nietzsche, dentre outros.Sobre as questões colocadas no texto, acredito que a concepção aristotelica não foi completamente esquecida.Mas, talvez, a concepção do que venha a ser harmonioso, justa medida, ordem , tenha mudado.Penso, também, que a causa de muitas crianças terem vergonha e insegurança quanto a sua produção artistica seja a concepção de que a beleza do objeto depende do quanto se parece com o real.Todas as especulações em torno da arte não são, para mim, pertubadoras, embora gostaria de ter respostas mais firmes.

Paula Raila da silva Barboza
mat. 200409417

Anônimo disse...

O texto “Sobre Estética” tem como objetivo familiarizar com os estudos estéticos, “de forma simples, didática e descontraída”, os alunos que não simpatizam com essa área do conhecimento.A professora Nivaldete , autora do texto, aconselha à estes alunos que evitem opiniões pré-concebidas, levando em consideração que os conteúdos teóricos, históricos, metodológicos e filosóficos são importantes para a formação pedagógica.
Depois de falar sobre o uso popular da palavra estética, sempre relacionada a harmonia e beleza, a professora explica que estética é um campo de estudos sobre arte. E passaria a ser chamada filosófica por ser “filha”da filosofia grega.
A professora Nivaldete afirma que a estética filosófica está ligada aos valores de cada pensador e ao contexto histórico.Ela exemplifica isto:
IDADE MÉDIA: As artes forma inicialmente vistas com desconfiança, pois eram tidas como resíduos do paganismo.Até que a Igreja Católica percebeu seu valor educativo, utilizando-a para doutrinar os indivíduos à fé cristã.
RENASCIMENTO: A estética era baseada no principio da ordem, da justa medida, da harmonia obediente ao calculo matemático.Neste período o antropocentrismo tomava o lugar do teocentrismo da idade média.
ALEXANDER BAUMGARTEN: Foi o fundador da estética filosófica propriamente dita.Ele escreveu: “A estética é a ciência do conhecimento sensitivo”.
HEGEL: Para ele o objetivo da estética era “o belo artístico, criado pelo homem”.A natureza deveria ser transformada pela arte, a fim de exprimir a consciência que o homem tem de si mesmo.
EXISTENCIALISMO: “O artista, ao revelar o mundo e propor implicitamente sua mudança, desempenha a função de inventar-se a si mesmo, ao mesmo tempo que inventa a história”.
EXTRUTURALISMO: A arte é vista como estrutura aberta e dotada de significados múltiplos.


OBS: Não entendi a estética Maxista nem a Benjaminiana, por isso não as resumi aqui.

Caroline Michelle Figueiredo Pereira
200606174

Tassos Lycurgo disse...

Oi Anna,
Nem sempre tenho tempo para abordar todos os comentários dos alunos, o que não quer dizer que um determinado comentário não comentado não esteja muito bom. É que às vezes trata de pontos já abordados nos comentários anteriores, que, na realidade, servem para todo mundo. Se não fosse assim, não haveria sentido para um blog. Quanto ao seu comentário em especial, vejo que discorri sobre ele em 10.03.2008. É só procurar acima.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

O texto trata de esclarecer e nortear de forma introdutória o estudo da estética tendo em vista firmar solo e estabelecer uma ponte entre pensamento e arte.Para isso,segundo a autora,faz-se necessário trabalhar a abertura fundamental que nos fornece acesso às idéias,ou seja,adiquirir conhecimento,investigar o pensamento e recolher informações de um modo a estimular a criatividade e ofício do pesquisador.Em seguida é efetuado um comentário que explicita a falta de preparo dos alunos no que diz respeito à empregabilidade da palavra estética corriqueiramente,no senso comum das conversas,norteadas pelo uso vulgar dos termos,geralmente atribuímos estética meramente àqueles ramos da atividade humana que tem em vista a beleza plástica.Ouvimos e percebemos este termo constantemente desvirtuado de sua concepção originária.
A estética filosófica, por sua vez,tem como objeto o discurso teorético que envolve a inteligibilidade da arte como desveladora do belo.Platão já dissera em seu "A República" que o poeta representa perigo pois possui inerente ao seu espírito a possibilidade de desvirtuar os menores em intelecto.A arte e sua estética tem forte poder,pois trata-se,como diz Heidegger,de um "aceno ao divino".A contemplação estética promove o gozo, ela atrai e repele em proporções iguais.Se pensarmos como em Platão e Heidegger como os dois extremos da história da filosofia ocidental, podemos emprender e realizar um profundo estudo sobre a arte no que foi dito por muitos entre eles.
Na idade média as artes eram vistas como algo ameaçador por parte do pensamento cristão,seu dogmatismo radical enxergava na arte pagã perigo e maldição.Mas logo a igreja encontrou na arte também uma maneira de perpetuar seus ideais,colocando na arte valor instrumental e função didática tendo em mente doutrinar os indivíduos.
No renascimento houve um retorno à antiguidade clássica,pois seu direcionamento estético buscava ordem e a harmonia matemática da justa medida.Não só a arte mas também a ciência evoluiram em passos largos no período que compreende este movimento intelectual.
Após o renascimento,tantos outros se dedicaram ao estudo filosófico da arte e da estética.Kant,por exemplo,diz que o belo existe enquanto fim de si mesmo,nos agrada pela forma,não depende de conceitos nem tampouco de utilidade.Já Hegel afirma que a arte vigora na transformação do mundo pelo homem.A arte não deve imitar a natureza mas exprimir a consciência do homem em torno dela.Por fim,o existencialismo do século XX possui como um de seus representantes Heidegger,que afirma e sublinha a arte como possibilidade desveladora para se encontrar a verdade do ser.
Esta é então a abordagem filosófica para entendermos a estética da arte.Vale frizar que este tipo de conhecimento depende fundamentalmente da apreciação da obra de arte em si mesma e a contemplação de suas reentrancias abissais.

Anônimo disse...

VANESSA KALINDRA LABRE DE OLIVEIRA
MAT.-200717600

O texto escrito pela Professora Nivaldete Ferreira, “Sobre Estética”, explora a concepção de estética partindo inicialmente da popularização do termo em questão, assegurando uma postura compreensível diante disto ao admitir o uso popular do vocábulo como adequação às necessidades de comunicação de um determinado grupo social frente à sua condição humana.
Em seguida explana a discussão ao falar que a estética se origina como um dos campos de estudo sobre a arte, e que tem como raízes diretas à filosofia grega. Ao seu ver a estética filosófica dialoga com o ser humano e suas formas de representações simbólicas e concepções de mundo e, a partir de então, expõe de forma clara e resumida a concepção enquanto estética de grandes pensadores, tais como: Platão, Aristóteles, Kant, Hegel, Marx e Engels dentre outros, bem como pontua o pensamento a respeito do que se entende por estética em diferentes contextos, quais são: a Idade Média, o Renascimento, durante o século XX com o Existencialismo e o estruturalismo.
Para Hegel pensar o Belo é pensá-lo associado à justiça e a honestidade, e que isso, invariavelmente, era determinar a beleza de determinado objeto como dependente de uma força maior, divina, “no mundo supra-sensível da Essência”, ou seja, num mundo idealizado. Para Aristóteles, no entanto, o objeto independia deste condicionante transcendental, e que o Belo no objeto era fruto de sua harmonia e organização.
Na Idade Média, como bem nos relembrou a professora, a arte passa a ser compreendida e utilizada enquanto instrumento didático, voltada para doutrina dos indivíduos frente à fé católica e no Renascimento passa a adquirir, com a influência da Antiguidade Clássica, a estética da ordem, da justa medida calculada matematicamente.
Para Kant a arte é esteticamente apreciável quando, além de agradar universalmente, não apresenta determinações conceituais ou se deixa motivar por um objetivo, seja ele qual for, e que o valor da arte depende da capacidade de adequação entre a idéia e a forma dada a elas.
Sobre o Marxismo a autora decorre sobre sua formulação firmada em Bertold Brecht e sua tese sobre o “distanciamento”. Para Marx e Engels a arte convida-nos a apontar, decidir e optar sobre a problemática existente no objeto apresentado, uma vez que lhe é despertado a consciência, colaborando assim na tarefa de libertação do homem. Quanto ao Existencialismo o que de mais importante destaque é o argumento de Heidegger quando afirma que a arte em sua essência é uma origem: um modo eminente de acesso da verdade ao ser, e o de Sartre ao afirmar que para ele a gratuidade da obra de arte é a imagem da liberdade.
E por último a importância do Estruturalismo ao pensar a obra de arte como diversidade de símbolos e signos capazes de gerar/proporcionar múltiplos significados, além de ser capaz de refletir o homem e a modernidade, as transformações dos espaços, da natureza e do próprio homem, gerando distintas interpretações e formas de artes, enriquecendo, pois, a subjetividade humana.

Anônimo disse...

ANDRÉ LUIZ RODRIGUES BEZERRA
MAT.-200717405


A professora Nivaldete nos oferece em seu texto “Sobre Estética” uma perspectiva didática e bem simplificada das idéias dos principais pensadores desta área da filosofia tão complexa e instigante. Inicialmente a autora remete-se diretamente ao uso que o termo “estética” tomou no nosso tempo, que o desapropriam de seu sentido e objeto de rigor acadêmico e o aplicam a setores como, por exemplo, a decoração de interiores. Logo após a professora delimita o nascimento da estética como uma área diretamente ligada à filosofia grega, colocando-nos logo em seguida defronte de duas definições sobre o tema a partir da visão de dois grandes pensadores gregos, Platão e Aristóteles, localizando estes como grandes pensadores para o pensamento estético na filosofia. Para Platão o Belo dava-se a partir de uma ligação superficial ou profunda que o objeto mantinha com um Belo único, perfeito e ideal. Também especulando sobre este belo verifica que as ações, nem boas, nem más para este filósofo, são dotadas de beleza a partir do modo como são executadas. Já Aristóteles, fugindo desta idealização impalpável, localiza nos aspectos harmônicos apresentados em sua partes configuram a beleza que a este concerne, inserindo aí um caráter analítico, muito embora fulgaz, a configuração do Belo.
A partir deste raciocínio introdutório, Ferreira constrói uma evolução do ponto de vista histórico sobre os estudos desenvolvidos durante os séculos posteriores acerca de seu tema central. Neste ponto a Idade Média é o primeiro paradigma disposto para tal análise. Neste período a função doutrinária da arte é especificamente seu ponto relevante da perspectiva daqueles que detinham a quase totalidade da cultura letrada na época, os membros da Igreja. Desta forma o discurso religioso-didático invalidou a perspectiva da busca de um valor da arte enquanto tal. Adiante observamos como o Renascimento diluindo a perspectiva teocêntrica e galgando uma revalorização dos princípios da Antiguidade Clássica possibilita uma reabertura para os estudos relacionados às artes. Nessa perspectiva Ferreira introduz em seu texto aquele que denomina como o fundador da Estética Filosófica, Alexander Baumgarten, que denomina a Estética como a “ciência do conhecimento sensível”.
Tratando de um contemporâneo e grande apreciador de Baumgarten a autora nos remete a Kant que enquadra o belo enquanto fim em si mesmo. Nesse sentido, para Kant a transcendência provocada pelo Belo na arte não possui um objetivo ou interesse, agradando apenas por sua forma. Hegel, contrariamente, determina o Belo Artístico como objeto da Estética, sendo uma arte uma necessidade humana de expressão de um mundo sensível pela consciência que possui de si, mas não de modo mimético, e sim transformando a si e ao mundo, adequando suas idéias as diversas formas de expressão artística.
Saltando para o século XX a professora faz uma analogia interessante e bastante relevante. Abordando o Marxismo e o situando à uma apropriação deste na leitura brechtiana, Ferreira identifica um interessante ponto de fissão com a concepção de Estética na Antiguidade Clássica, a partir de um procedimento do Teatro épico postulado por Brecht. O distanciamento como procedimento de cena propõe ao público um confronto através do estranhamento causado por certas ações praticadas de modo narrativamente, segundo as convenções teatrais, incoerente. Nesse sentido o que há é uma quebra da quarta parede de Stanislawski e uma convocação direta do público a percepção de que aquilo se trata de uma cena previamente elaborada, chamando-o a reflexão crítica da cena, fazendo deste um actante direto. Desta forma a Catarse tem seu fluxo interrompido de modo constante durante o espetáculo, impelindo ao público o direito ao juízo sobre o que lhe é mostrado.
Ademais Ferreira cita de modo rápido pensadores como Adorno e Walter Benjamin, evidenciando razoavelmente determinados aspectos da produção destes pensadores com relação à temática. Evidencia de modo mais claro formulações sobre Estética no século XX ao tratar do existencialismo, ressaltando a colocação sartreana inerente a equiparação entre gratuidade da obra de arte e imagem de liberdade, como também a disposição existencial de que ao trabalhar sobre sua obra o artista inventa a si mesmo, pois a obra artítica é inerentemente carregada de vida. Encerrando com uma rápida passagem pelo Estruturalismo, citando nomes como Abraham Moles, Michel Foucault, Roland Barthes e Umberto Eco, a autora evidencia o novo enfoque sobre os novos modos de se produzir e pensar a arte a partir da evolução tecnológica e científica dos tempos modernos, demonstrando os novos caminhos da Estética em nossos tempos.

Anônimo disse...

CATARINA ALICE DOS SANTOS
MAT: 2007174164

O texto da Professora Nivaldete Ferreira desperta a atenção a priori para esta dicotomia estabelecida entre artista/educador e em como o conhecimento sobre sua área e contextos históricos/culturais pode contribuir para o fomento de um pensamento artístico. Aborda inicialmente as interpretações populares a respeito da “estética” e como isso acarretou uma ramificação do termo, evidenciando que não há infração nessa releitura, todavia faz-se necessário para o viés acadêmico uma melhor explanação relativo ao tema.
A professora faz uma análise histórica sobre o tema permeando os pensadores que discorreram sobre o tema, de Platão a Umberto Eco. Faz-se necessário ressaltar que o tempo das idéias é ontem e hoje, portanto essa mutação ordena que surjam e/ou investigem novas proposições. A professora ressalta que na Idade média houve o interesse da igreja em transformar a arte num instrumento didático para propagar suas ideologias. Já no príodo Renascentista com a transferência de valores teocentrismo/antropocentrismo a ciência ficou em evidência. Em Hegel, o homem torna-se sujeito falante de sua arte, trabalhando para passar de forma concreta sua subjetividade artística. Em Brecht percebemos que o homem tem que “distanciar-se” do objeto artístico, contendo-se de seu efeito catártico, para poder contemplá-la. Mais tarde vemos que a arte (isso Adorno salienta) torna-se formulou "indústria cultural", garantindo um outro patamar dentro da sociedade, dessa forma, revolução tecno-científica colabora para que a arte continue a ampliar-se por diversos meios.

Anônimo disse...

A idéia inicial pra se entender estética é abrir-se para novas experiências e não amarrar-se em concepções a cerca do que seria estética. O texto da Professora Nivaldete fala do mau entendimento da estética e isso se deve muitas vezes ao mau uso do termo pela população em geral. A estética ocidental deve sua origem à filosofia grega e Platão foi um dos filósofos gregos que falou do belo. Segundo ele a beleza estava ligada ao mundo sensível, ao mundo das idéias e dependendo da comunicação que a obra exercesse com este mundo o objeto seria classificado por sua beleza, está seria a explicação de um objeto ser mais belo que outro. Já Aristóteles fala de uma harmonia no objeto para explicar sua beleza. Essas idéias são mais algumas diante do enorme conhecimento que é produzido sobre a arte. A todo instante novas teorias são criadas para explicar a estética. O texto ainda nos dá uma contextualização histórica iniciando com a Idade Média, na qual fala do poder da arte neste tempo como forma de catequização. Isso se dá devido a Igreja usar a arte como forma de doutrinar indivíduos em prejuízo a arte. Indo para a Renascença o que há é uma visão harmônica das dimensões - assemelhando-se as idéias de Aristóteles -, o antropocentrismo. Baumgarten foi quem falou primeiro sobre a estética filosófica, a estética como arte de pensar de modo belo. Kant fala do belo pelo belo sem fins subjetivos ou objetivos, a apreciação é gratuita. Segundo Hegel o belo artístico é produzido pelo homem, é o homem que da forma a obra e através dela ele exprimiria seus pensamentos. As idéias marxistas vêem na obra de Brecht o caminho para o entendimento da obra de arte, é pelo distanciamento no qual o espectador toma consciência do que esta ocorrendo em cena e são levados a assumir uma postura. Para Marx e Engels está seria o objetivo da obra de arte. Apesar dos existencialistas não chegarem a uma idéia de estética, alguns pensadores desta corrente vêem a arte como uma forma libertária de se chegar a ter contato com o verdadeiro ser. O estruturalismo fala de multiplicidade de formas com o surgimento de novas comunicações como o cinema e a televisão. Todas essas informações me faz pensar no homem atual entrando num caos determinista, onde tem que lidar com as informações de modo a estruturá-las.
Camila Maria G. Freitas
200717430

Yuri disse...

Não sei se por principais idéias você quis dizer idéias relativas aos pensadores ou do texto como um todo, mas talvez seja esse parte do objetivo da pergunta, o de deixar a dúvida.

No texto, a autora nos fala do conceito de estética e apresenta as principais correntes de pensamento que o estudaram através do tempo. Começando com Platão e Aristóteles e terminando com Foucault e Barthes.
É notado um desenvolvimento da relação entre a obra de arte e sua apreciação estética de acordo com o tempo em que essa relação foi pensada. Para os gregos antigos, embora seus pensamentos sejam diferentes em um ponto ou outro, noto que eles não tinham uma percepção muito profunda das nuances que envolvem a apreciação estética: Platão exclui o poeta de sua cidade perfeita por ele ser um avatar da instabilidade, Aristóteles categoriza e define a arte com contornos precisos e Heráclito de Éfeso leva a questão para o outro extremo, a do acaso absoluto. Nenhum deles consegue trafegar bem pelo reino do "quase", do "talvez". As coisas SÃO. E ponto final (Para os gregos).
Então a questão se ramifica e se torna mais complexa. Na Idade Média ela ainda é relativamente simples, tomando uma forma didática. No renascimento é que a coisa se complica, quando a estética cria um viés próprio de investigação, graças a Alexander Baumgarten. Ele cunha o conceito de estética como "ciência do conhecimento sensitivo" e abre caminho para que depois dele venham pensadores como Kant, com seu conceito de belo como fim em si mesmo e Hegel, com seu estudo da relação entre conteúdo e forma da obra de arte.
No século XIX, com o Marxismo, a estética (e a arte) é levada a um nível de materialidade que só tinha sido vislumbrado de relance até então. Com expoentes como a Escola de Frankfurt e Bertolt Brecht no século XX, o conceito marxista da arte se mostrou praticável e incluiu um elemento novo : A arte como agente de transformação social. Em um pólo oposto, Sartre fala, enquanto existencialista, da arte como meio de libertação do indivíduo, como possibilitadora de novos caminhos para o sujeito, seja em oposição ou em confluência com a massa.
A última escola da qual temos uma estrutura bem definida são justamente os Estruturalistas, que separam a obra de arte do autor e a
analisam segundo convenções da linguagem utilizada. Dessa forma, a obra de arte tem que ter um valor por si só ao invés de ser vinculada e comparada com vida do artista.
E chegamos ao contemporâneo, onde os restos dessas idéias flutuam, ora informes, ora rígidos como ferro, e moldam os conceitos estéticos (e morais e políticos) que utilizamos no nosso dia-a-dia.
Yuri Kotke Cunha
Matrícula 200717626

Anônimo disse...

Joao Carlos Neves de Souza e Nunes Dias (200610961)
O texto apresenta dois movimentos centrais, o primeiro em torno do uso popular da palavra estetica, regido pelo principio de equilibrio, harmonia e "beleza", dentro de um contexto cotidiano de comunicacao. Em um segundo movimento evidencia-se a estetica no sentido filosofico, caracterizada como campo de estudo sobre a arte ou sobre o belo, apresentando diretrizes gerais a partir do pensamento platonico e aristotelico.
Nesses dois filosofos podemos observar tanto uma aproximacao quanto um certo distanciamento no que se refere a analise do belo. Afastam-se ao considerar a "localizacao" do belo, para Platao em uma ideia de essencia (supra-sensivel), e em Aristoteles como propriedade do objeto. Aproximam-se ao considerar ao evidenciar a relacao o belo com a harmonia, seja no sentido platonico de justica, ou no sentido aristotelico de mediania.
Ao final do texto a autora provoca o leitor no sentido de se atrever a relacionar o pensamento filosofico sobre a estetica com o cotidiano, desafio que considero pertinente!
(Observacao - peco desculpas pela ausencia das acentuacoes, mas o teclado que digito esta desconfigurado)

Carla Souza disse...

A professora Nivaldete ao escrever o texto " Sobre a estetica", conseguiu nos situar a respeito do assunto se tratando do contexto historico, filosoficos alem de nos fazer refletir sobre o determinado assunto com propriedade e segurança.
A frase " A harmonia mais perfeita é semelhante a um monte de esterco feito ao acaso" de Heráclito, nos faz ver que desde os seculos anteriores a estetica como campo de estudo transforma ideias.

Carla de Souza
200610619

Anônimo disse...

No meu comentario para esta questao nao havia colocado a matricula :)
Rodrigo de Paula Pessoa Freitas
mat 200710907

Anônimo disse...

O texto trata de esclarecer e nortear de forma introdutória o estudo o estudo da estética tendo em vista firmar solo para estabelecer uma ponte entre pensamento e arte.Para isso,segundo a autora,faz-se necessário trabalhar a abertura fundamental que nos fornece acesso às idéias,ou seja,adquirir conhecimento,investigar o pensamento e recolher informações de modo à estimular a criatividade e o ofício do pesquisador.Em seguida é efetuado um comentário que explicita a falta de preparo dos alunos no que diz respeito ao emprego da palavra estética corriqueiramente.No senso comum das conversas,norteadas pelo uso vulgar dos termos,geralmente atribuímos estética meramente àqueles ramos da ativadade humana que tem em vista a beleza plástica.Ouvimos e percebemos este termo constantemente desvirtuado de sua concepção originária.
A estética filosófica por sua vez,tem como objeto o discurso teorético que envolve a inteligibilidade da arte como desveladora do belo.Platão já dissera em seu "A República" que o poeta representa perigo pois possui inerente ao seu espírito a possibilidade de desvirtuar os menores em intelecto.A arte e sua estética tem forte poder,pois trata-se,como diz Heidegger,de um "aceno do divino".A comtemplação estética promove o gozo,ela atrai e repele em proporções iguais.Se pensarmos em Platão e Heidegger como os dois exremos da história da filosofia ocidental podemos empreender e realizae um profundo estudo sobre a arte no que foi dito por muitos entre eles.Na idade média as artes eram percebidas como algo ameaçador por parte do pensamento cristão,seu dogmatismo radical enxergava na arte pagã perigo e maldição.Mas logo a igreja encontrou na arte também uma maneira de perpetuar seus ideais colocando na mesma valor instrumental e função didática tendo em mente doutrinar os indivíduos.No renascimento houve um retorno à antiguidade clássica pois seu direcionamento estético buscava ordm e harmonia matemática da justa medida.Não só a arte mas tambem a ciência evoluíram em passos largos no período que compreende este movimento intelectual.
Após o renascimento tantos outros se dedicaram ao estudo filosófico da arte e da estética.Kant,por exemplo,diz que o belo existe enquanto fim de si mesmo,nos agrada pela forma e independe de conceitos tampouco de utilidade.Já Hegel afirma que arte vigora na transformação do mundo pelo homem.A arte não deve imitar a natureza mas exprimir a consciencia do homem em torno dela.Por fim,o existencialismo do século XX possui como um de seus representantes Heidegger que afirma e sublinha a arte como possibilidade desveladora para se encontrar a verdae do ser.
Esta é então a abordagem filosófica para entendermos a estética da arte.Vale frizar que esse tipo de conhecimento depende fundamentalmente da apreciação da obra de arte em si mesma e a contemplação de suas reentrancias abiussais.
Thais Henrique Ferreira
Matrícula:200611062