terça-feira, 6 de maio de 2008

Momento para Refletir: Fantasia de Compensação

O aluno Leandro Garcia enviou-me um link para a obra "Fantasia de Compensação", do artista Rodrigo Braga (v. o site dele, principalmente o texto Dos bastidores de um auto-retrato). R. Braga costura partes de cadáver de um cachorro ao próprio corpo. Leiam a respeito, vejam as fotos e coloquem nos comentários o que vocês pensam a respeito da referida obra?
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Abaixo, segue um texto retirado do site do artista:
"A série Fantasia de compensação foi realizada há quatro anos, utilizando procedimentos que mesclam produção plástica (real) e manipulação digital (virtual), não causando sofrimento e morte ao animal em questão, cujo corpo foi obtido mediante autorização formal (documento por escrito), concedida pelo Centro de Vigilância Ambiental da Prefeitura do Recife, visando utilização exclusiva para fins artísticos – tal qual são concedidas autorizações para fins científicos. O animal – que antes esteve em quarentena no aguardo de seus proprietários ou possível interesse de adoção – foi eutanasiado como procedimento padrão e final do processo legal e considerado necessário pelas autoridades sanitárias no controle de doenças transmissíveis a populações urbanas. Portanto, o cão não foi eutanasiado pelo artista, mas pelas autoridades responsáveis. O artista também não teve qualquer influência sobre os procedimentos adotados pelo centro municipal de controle de zoonozes. Ao invés de seguir para a cremação (como todos os outros animais recolhidos nas ruas e submetidos à eutanásia), o cão foi utilizado pelo artista seguindo cuidados higiênicos, legais e éticos. Neste mesmo site, o texto Dos bastidores de um auto-retrato esclarece o processo de realização da obra, ressaltando a relação de respeito que tem o artista em relação às questões éticas problematizadas pela sua obra. "

3 comentários:

Edson Lima disse...

Eu acho que esta obra tem mais a ver com ciências biológicas do que com artes visuais. Mas é interessante a "doação" pessoal, do artista em questão. É realmente incomensurável a capacidade que o ser humano tem de sacrificar-se em nome de projetos pessoais. Se doassem 1% de sacrifício em favor da humanidade...

Edson Lima
200606239

Anônimo disse...

Concordo com voce Edson.A coisa tá tão feia que 1% seria o bastante.
Achei nojento,mas alguns consideram arte.
200606360 - Vera Lúcia das Chagas Faustino Alves

Anônimo disse...

Sou um estudante de artes visuais de Porto Alegre, e para minha surpresa e de vários colegas, a "obra" deste artista esta sendo exposta no nosso Instituto de Artes... Estamos repudiando essa entronização em imagens do uso de cadáveres, independente de se os animais iam ser sacrificados ou não, existem barreiras éticas que nos impedem de usá-los como se fossem um pedaço de papel, gesso ou isopor. E os argumentos utilizados pelo "artista" e aceitos pelos curadores das instituições são ridiculos: há um certo tipo de arte que deveria ficar bem guardada junto com a ficha do psiquiatra deste indivíduo, sob o risco de que daqui a pouco, passemos a identificar a necrofilia com arte.
Alejandro