sexta-feira, 9 de maio de 2008

Décima Nona Questão: a subversão na poesia

De acordo com a aula de hoje, diga em que termos a poesia "Tabacaria", de Fernando Pessoa (foto), é esteticamente subversiva?

13 comentários:

Edson Lima disse...

A poesia é em si, subversiva. De que outra maneira podemos expor idéias, contar histórias sem a prisão de termos que nos ater à verdades? A poesia, como já nos foi dito, insiste em mostrar o que não pode ser mostrado (já que não consegue dizer o que não pode ser dito). Eis aó grande mérito da poesia. Em "Tabacaria" Fernando Pessoa nos fala de personagens diversos que gostariam de ter vivido uma vida mais de acordo com a sua vontade, mas que, por imposições da própria vida, não conseguiu viver como queria. Daí aquela sensação de desconforto ao ver que a vida passou e a realização pessoal não veio.

Edson Lima
200606239

Anônimo disse...

A Poesia Tabacaria exibe as reflexões de Fernando Pessoa. É trágica, mas, através da ascensão do fracasso transforma-se em algo valioso. Essa tragédia é apenas uma maneira de como ele encara seus problemas.
O texto é uma subversão por que a narração da mediocridade, da futilidade da raça humana se torna um sucesso. Através de sua obra, com suas manifestações e reflexões profundas e fracassadas, Fernando Pessoa torna-se conhecido e é através dela (sua obra) que ele consegue subverter a realidade. Ele não tem apatia diante da condição humana, onde o homem está aprisionado a sua própria condição.
Na vida ou se é louco ou se entra no estado de ignorância. A ignorância é uma postura sensata diante da vida, por que se você não é ignorante, vai se achar um gênio, mas é apenas uma pessoa simples, só é um gênio para si mesmo. O prazer está na tentativa do impossível, do inalcançável e esse prazer só é possível quando a pessoa não se sente um gênio.
A Poesia subverte quando diz do seu fracasso (tema do texto) e mostra seu sucesso (sua obra).
200606360 – Vera Lúcia das Chagas Faustino Alves

Anônimo disse...

O poema a Tabacaria de Álvaro de Campos (F.Pessoa), como sói acontecer em Pessoa,aborda a questão da angústia humana como também dos sonhos de ser liberto dela.
No final do poema, ao se encontrar com o dono da tabacaria - um ser comum, sem nenhuma inquietação metafísica - o poeta sente-se bastante incomodado com toda essa situação, passando a ter a impressão desconfortável da absoluta inutilidade de tudo, até mesmo da própria poesia. Nesse sentido, esta é subversiva.
Ricardo Wagner de Araujo

Anônimo disse...

Anna Débora Cosme da Silva
200606158

Olha professor eu não entendo muito e nem me acho capaz de falar sobre poesia, mas a meu ver ela não é subversiva!
A poesia cumpre seu papel quando consegue mostrar os sentimentos do autor(poeta) a quem lê e a tabacaria consegue fazer isso, e muito bem por sinal.
Todos podem ver que o poeta não tem uma vida esteticamente apreciável e que ele simplesmente coloca isso no papel.
Não sei o que isto tem de subversivo, mas é o que eu posso responder do pouco que entendo de poesia.

. : Beleza é Essencial : . disse...

A poesia consegue dizer o não se pode ser dito, pode até parecer subversiva, mas não o é. Ela é subversiva na visão de quem não tem a sensibilidade de vê-la como uma Arte.

Não acho que tabacaria seja subversiva, ao contrario, ela é a própria demonstração do que é real, não subversivo. Para analiaar isso é preciso apenas que se seja sensivel.

Sensibilidade remete a ver as coisas, as pessoas e arte de uma forma a não se assustar com o que vÊ.

Pammela O. Lisboa
200611291

Anônimo disse...

Camilo de Lelis M. do Nascimento
Mat. 200710729

Subverter é aniquilar, destruir, revolucionar. Para o contexto do poema Tabacaria, de Fernando Pessoa, o sentido que mais lhe convém é justamente o da revolução.
Primeiro, a revolução interior. O poeta tem em si todos os desejos do mundo, mas percebe sua impotência em realizá-los. Atormenta-se por causa desse fracasso pessoal diante da própria existência. É a busca metafísica, a busca do sentido de sua vida que, para ele, é um balde despejado. Ao defrontar-se consigo mesmo, descobre o quão inútil foi sua vida até aquele instante de modo que inveja os mendigos só pelo fato de não ser ele mesmo. O problema do eu. O eu desencontrado. O eu deslocado. O eu que ainda não se realizou ontologicamente.
Segundo, a revolução estética. Fernando Pessoa, não obstante a constatação do próprio fracasso, reveste seu testemunho da mais bela harmonia das palavras, indo além, mostrando o seu estado atual, já que dizê-lo é impossível. Assim, da tragédia que ele constata em sua vida, ele faz arte, faz poesia, ri do próprio destino, acha graça da própria desgraça, venera com palavras e estilo o que a maioria das pessoas ignora: a própria existência.

Anônimo disse...

VANESSA KALINDRA LABRE DE OLIVEIRA
MAT: 200717600


Fernando Pessoa traz em seu poema Tabacaria elementos subversivos no que remete à temática abordada. O fracasso, bem como a impotencialidade de vivê-lo, é transcrito tal qual a percepção do tempo em vida, do descontinuo que é buscar uma fonte propulsora de quando, na verdade, o encontro remete sempre ao mal estar da improdutibilidade.
A vida como uma janela aberta e estreita, como se os erros preenchessem as lacunas de observação e a descrença inundasse o passado tanto quanto não deixasse fluir o futuro ainda por existir. O poema subverte o cotidiano, pára de analisar o que nos é mostrado todo o tempo através das imagens e fragmentos de todas as origens e passa a condensar os paradigmas existentes no interior do sujeito, de seus questionamentos, de sua falta de perspectiva.
Fernando Pessoa articula seu discurso numa sucessão melódica, contrapondo ao conteúdo denso e, de certa forma, desesperançoso e sem propósito.
Finalizo minhas observações com a seguinte citação de Dostoiévski:

“Quanto mais consciência eu tinha do bem e de todo esse ‘belo e sublime’, mais afundava no meu lodo e mais capaz me tornava de atolar-me nele completamente. Mas a característica mais importante era que parecia que não era por acaso que isso acontecia comigo, que era para ser assim mesmo. Como se isso fosse o meu estado mais normal e de maneira nenhuma uma doença ou avaria, o que, finalmente, tirou me a vontade de lutar contra esse defeito”.
(Dostoiévski, no livro: Notas do Subsolo)

Anônimo disse...

A poesia é subversiva por dar uma visão completamente pessoal das concepções de mundo difundida socialmente. Por se tratar do gênero lírico baseia-se mais em especulações pessoais e metafísicas do que em concepções físicas. O poeta não deixa de demonstrar o que seu Eu imagina ao ver cenas diárias, que são subvertidas a um novo modelo metafísico transfigurado pelo seu olhar poético.

“À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.”

Esta frase exemplifica a angustia de vivenciar um mundo real por fora, mas por dentro ser um sonho que mesmo parecendo real não deixaria de ser sonho. Viver requer sonhar o real. E o poeta consegue transformar esse sonho em uma maneira entendível de se expressar.

Camila Maria Grazielle Freitas
200717430

Anônimo disse...

ANDRÉ LUIZ RODRIGUES BEZERRA
MAT. 200717405

Acredito que o poema Tabacaria de Fernando Pessoa seja sim subversivo dentro das concepções trabalhadas em sala de aula. O tema do fracasso como guia dos desejos humanos pautados numa razão que não se adequa, leva o autor a descrever suas incertezas e indeterminações sobre o valor “real” da vida tal qual se apresenta, um valor oco tanto quanto estável para uma profusão incerta de formas inacessíveis de dizer, sentir. Como quem segue uma suposta via incerta de certezas que já foi por tantos usada como congruência automática de desfecho dos problemas de existir e deste esquizofrênico “quereres”, o poeta se coloca como aquele que tem em si marcado o fracasso iminente daquilo que anseia. Razão e metafísica ocas na boca de uma “pequena” que não sabe o quanto a ignorância sacia com seus embustes secretos e olhares amenos, é isto que Pessoa lança diante dos olhos do leitor em seu poema, quem sabe numa tentativa (morta no parto) de mostrar e denunciar a todos, a grande trilha de asneiras na qual se pauta esta tentativa inquietante de se adaptar, conter, apaziguar, como o rebanho que desce a planície incerta acreditando que o cajado que o guia é o suficiente para que a semântica de um mundo sólido e confortável possa se demonstrar.

Anônimo disse...

A poesia subverte porque fala que o real não é realmente vívido a maioria das pessoas mantém apenas as aparências.
Com isso ela tenta quebrar esse vínculo fictício já formado pela sociedade, em usar máscaras e como o autor mesmo fala “vivendo por baixo das coisas como tabuletas”.
Difícil sair desse mundo “real”, e lutar contra as barreiras e regras impostas ao longo da história.
A poesia de Fernando Pessoa corrompe, pois explicita que a libertação de todas as especulações só é algo do seu inconsciente e que não possa ser levado á prática, pois vai de encontro com a política social.

ANDREIA MELO
200610597

Anônimo disse...

A poesia A Tabacaria, mostra algumas quebras (subverter) na idéia geral da narrativa, que prevalece a linha romântica com a frustração como termo principal.Há um momento onde ele tem delirios por uma figura feminina que ora pode ser uma mulher ou a própria tabacaria. Extremamente interessante a forma de organização das palavras e a elegancia de narrar um sentimento tão perturbador.
A subversão na poesia de ser existente, o distanciamento muitas faz com que a narrativa fique mais interessante.

Ana Paula Almeida de Oliveira
200610589

carla souza disse...

A poesia de Fernando Pessoa "Tabacaria" é esteticamente subversiva ao retratar a vida de uma pessoa que deseja ser um ser unico, que tem valores, ideais mas por convenção é mais um que vive atras das mascaras da vida, isso por que pra sociedade é mais conveniente ser igual a todos mundo.
A poesia nos faz refletir a relação do ser unico, de ser deferente, de fazer o que realmente queremos. A arte tem esse poder de subverter os valores.


Carla de Souza, 200610619

Anônimo disse...

Ela é subversiva pelo simples fato de estar narrando as verdadeiras vontades, sonhos e realidade da vida desse indivíduo.

Daniel E. Soenahara Muller