domingo, 30 de março de 2008

Décima Questão de 2008.1: O "Terço Erótico" e a Moralidade.

O próximo tópico a ser debatido será o da relação entre arte e moralidade. Para esquentar os debates, resolvi colocar na Décima Questão (a última da 1ª avaliação de 2008.1) algo correlato. Assim, segue a imagem de dois terços compondo dois pênis em forma de cruz, da obra “Terço Erótico”, de autoria de Márcia X., que em 2006 teve de ser retirada por censura, em uma exposição do CCBB, no Rio de Janeiro. Para saber mais sobre o caso, veja os inúmeros artigos a respeito, clicando aqui.
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Quanto à questão, ela é a seguinte: A censura foi correta ou abusiva? Fundamente a sua resposta.
Abs,
Lycurgo

38 comentários:

Anônimo disse...

Anna Débora Cosme Da Silva
200606158

ABUSIVA!
Sou totalmente contra a censura, somos um país livre e censura é coisa de ditadura, coisa que não reina mais nesse país.
A arte é um meio de expor nossas emoções, idéias, sentimentos, críticas, enfim, tudo que quisermos!
Nada pode ou tem direito de censurar uma obra de arte pelos objetos ou idéias que ela usa, foi-se o tempo em que a igreja controlava a produção das obras de arte. A única coisa que pode impedir uma obra de ser exposta são seus jurados.
Hoje em dia tudo é considerado arte e os meios utilizados são diversos e cada um é mais estranho que o outro.
Se estivesse lá entraria na manifestação e não permitiria que retirassem a obra!

Edson Lima disse...

Argumentos como o do ex-Deputado Carlos Dias, (o que ele fez, para ser ex?) de que o quadro não é arte, até pode ser aceita. Afinal quem é um simples ex-deputado para entender algo tão complexo quanto a arte? Agora, a justificativa do mesmo ex-deputado dizendo que a obra seria uma afronta à Igreja Católica é demais. Se ainda estivéssemos na idade Média, na época da Inquisição ainda poderia entender (não aceitar). Só que estamos no Século XXI.
Afronta à Igreja Católica, é a questão dos padres pedófilos. (porque não liberam o casamento para os padres?) Afronta ainda maior contra sociedade, é o vergonhoso acúmulo de terras por parte da Igreja, enquanto milhões de fiéis não dispõem de um lar. Como membro da comunidade artística, sou contra qualquer tipo de censura, pois, acredito que o ser humano tem a capacidade dada por Deus, de discernir o que é uma afronta, do que é uma simples manifestação artística. Lembro-me de uma ocasião em que o mundo ocidental bradou aos quatro ventos contra os muçulmanos que condenaram à morte o escritor inglês, Salman Rushdie, por causa de um livro (Os Versos Satânicos) em que ele ofenderia o profeta Maomé. Agora os ocidentais usam da mesma arma? E o Cristo do Joãozinho Trinta que foi censurado no carnaval carioca?

Edson Lima
200606239

Edson Lima disse...

Valeu, Anna Débora. Você disse tudo. Eu estaria na frente se estivesse lá, também.

Edson Lima
200606239

Anônimo disse...

Acho que esse tipo de obra deve ser ignorada, mas não deveria retirada por censura!A intenção do autor (não artista) foi chocar, então deixa ela lá cumprindo sua função!

CAROLINE MICHELLE FIGUEIREDO PEREIRA
200606174

Edson Lima disse...

Opinião sensata, Carol.

Edson Lima
200606239

Anônimo disse...

Anna Débora Cosme da Silva
200606158

Mas não é verdade Edson? Censura é coisa do passado.
Bem lembrado do carro do cristo do carvanal, eu morri de vontade, de curiosidade, de tudo de ver aquele carro...

Unknown disse...

Hoje em dia nada é mais passivo de censura, mas uma coisa dessas que é uma afronta direta a Igreja, não poderia ser diferente. Existem infinitas maneiras de "chocar" o público, essa seria uma obra "barra-pesada", como diz o nosso professor Vicente Vitoriano.

Raphael Dantas, 200606352.

Tassos Lycurgo disse...

Caros Anna e Edson,
Excelentes comentários esses feitos por vocês até agora. Há, contudo, o desafio de enfrentar a “décima primeira” questão, que trata do mesmo assunto, embora, talvez, com enfoque diferente. Vejamos para onde a discussão irá.
Abs.,
TL

Anônimo disse...

Dependendo para que tipo de público o artista quis alcançar com a sua obra, a censura pode ser correta ou abusiva. Agora vem a pergunta: correta para quem, abusiva para quem? Pra mim toda censura é abusiva, levando-se em consideração meu histórico de vida, mas isso não quer dizer que se possa fazer tudo.
Se pudéssemos entender como a instituição igreja se mantém com todo esse poder sobre o estado desde a época medieval, poderíamos tentar entender o motivo de quem o fez. Mexer com religião, qualquer que seja, é complicado. Reclamaram quando um Pastor quebrou a imagem de Nossa Senhora. Lembram do rebuliço que deu, com mortes e incêndio, quando o jornal da Dinamarca publicou uma caricatura santa para os muçulmanos? e por que com um terço seria diferente? Vivemos em um país “democrático”, onde se acredita que todos tenham direito, então dê direito às pessoas que discordam. Censura é também censurar a censura do outro que tirou os terços da exposição. Uns tem o direito de expor o que quiser, outros de censurar o que não acha certo. Até que ponto podemos medir o que é correto e o que é abusivo?
Acredito que o propósito da artista com a sua obra estava bem definido: era chocar, suscitar debates, cutucar a igreja com varra curta, não se preocupar em agradar ao público, causar algum tipo de emoção, sentimento, até mesmo susto, e isso ela conseguiu, atingiu o objetivo a que se propôs ao expor os terços. O resto é conseqüência. Tirou mais proveito do que se tivesse deixado lá e ninguém sequer percebesse o que era.
No ano passado na Capitania das Artes, a turma de Teatro da UFRN, tirou a roupa, ficaram em pêlos. Chamaram a polícia. Neguinho chiou. E as pessoas, crianças e idosos que tem direito de ir à exposição, como ficam? E porque não estipular faixa etária para entrar no recinto? Porque não avisaram que o pessoal ia ficar pelado? As pessoas que saíram de casa não tinham o direito de saber? Até que ponto preciso sair de casa para ver gente nua? Temos direito de impor nossos conceitos à outras gerações? Acredito que estas questões respondidas ficariam mais fácil resolver o problema.
Pessoal, censura é uma palavra muito forte, muito significativa e perigosa até de se ouvir. Sinto verdadeira aversão a esta palavra, traz-me recordações não muito boas, mas, não esqueçam: a censura de quem está censurando o ato de retirar os terços, também é censura.
Achei muito criativo e lembrei –me de uma instalação que tinham umas camisinhas escorrendo um líquido viscoso em uma parede, que um professor mostrou em sala de aula, vocês lembram?
200606360 – Vera Lúcia das Chagas Faustino Alves

Anônimo disse...

Alex Fontes
200606140

É simples, é uma questão de se colocar no lugar do outro. Se eu fosse um fiel ao catolicismo(que dirá um padre), condenaria tal obra. Se eu fosse um incrédulo, aplaudiria.

Entendam! O catilocismo é marcado pela SACRALIZAÇÃO das coisas. O objeto é sagrado, pô (pra eles).

Professor, eu tinha muito a dizer, mas Vera já disse por mim...
Concordo em todos os aspectos.

Vera, você é demais.

Tassos Lycurgo disse...

Mas não será que até para quem tem certas crenças não é possível aceitar a posição contrária, mesmo oposta a sua? Penso que a democracia do pensamento exige, antes de tudo, tolerância. O que acham?

Anônimo disse...

Djair José de O. Junior
200710745


O questionamento é: se a é censura da obra é ou não abusiva?
Primeiro achei-me interessado por uma opinião postada anteriormente, que dizia “uma obra somente poderia ser retirada de exposição pelos seus jurados", e pensei: retirar esta obra mesmo que seja por seus jurados também não é censura da arte?
Que critérios os jurados se utilizariam para fazer isso? Seriam também abusivos ou aceitáveis, pelos artistas ou mesmo pelo autor da obra? Ou seria uma espécie de censura abusiva também?
Tendo em vista outra fala também anteriormente postada dizer que “não podiam ter feito isso, pois tudo é arte", e partindo dessa premissa, de que tudo seria arte, sendo eu um artista, por que devo também me submeter a um júri artístico ou mesmo me enquadrar a padrões por ele estabelecidos? Mas por outro lado, em nome da arte vale tudo? Mesmo ofender, humilhar, desrespeitar, ou quem sabe ser um criminoso? Pois quer queiramos ou não, estamos dentro de uma sociedade cheia de leis e regras a serem seguidas, quando as descumpro e sou pego, me torno um marginal. Pichar seria arte? Reprimir tal ato, não é cesura? Ainda outra pergunta me faço: Qual a intenção da artista ao produzir sua obra? Polemizar? Chocar, ofender? Desrespeitar limites? Tinha objetivos a sua obra?
Concordo que a censura abusiva é uma lastima na sociedade, tirar o direito de expressão de qualquer cidadão é inaceitável, mas também seriamos muito hipócritas, se dissermos que não censuramos nada, e que aprovamos a tudo que nos é proposto, mesmo que isso represente o contrario daquilo tudo em que acreditamos e aprovamos. Nesta obra em especifico não sei qual a intenção da autora, e se talvez, não tenha a censura sido seu objetivo, para com isso nos mostrar o quanto somos hipócritas. Não faço defesa de objetos sagrados, até por que aquilo que é sagrado pra mim pode não ser para os outros, é uma questão de crença e toda crença é muito subjetiva, mas acredito também que posso dizer a mesma coisa sem ofender os outros, escolhendo uma maneira mais coerente de dizê-la. Mas deve a arte ter esse compromisso? Infelizmente, e felizmente, ela também cumpre seu papel social, cercada de padrões impostos pela sociedade. Mesmo que alguns digam que não, a sociedade influencia a arte e vice-versa, e por esta razão me pergunto de novo até onde a arte é livre para romper com tudo, até mesmo ofender, ridicularizar, e desrespeitar limites a ela impostos sem ser censurada? Até onde o artista tem o direito de não se preocupar com a sociedade? No caso dos terços em forma de pênis, acredito haver certa intolerância, de ambas as partes: por um lado a artista que não respeita a crença de um determinado conjunto religioso, e do outro, religiosos, que sacramentalizam coisas por se apegarem as suas meios legalistas e a suas tradições. Ao ponto de também se tornarem intolerantes com aqueles que não acreditam em suas verdades e dogmas. Como já disse antes, o sagrado é fruto de uma crença, e todos têm o direito de não acreditar, porém creio ser preciso também exercer a tolerância com aqueles que crêem de forma diferente de mim, se não, incorro no mesmo erro, e ofendo em nome da “liberdade”. A tolerância, o perdão, o livre arbítrio são bandeiras arvoradas pela religião cristã, portanto acho polêmica demais por tão pouco. Que cada um apreste contas de si, se tiver que prestar, e viva a "sua liberdade".

carla souza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
carla souza disse...

Vera concordo com vc.
Censura é uma palavra forte, o que aconteceu mostrou aonde esta o poder, se temos liberdade de expressão então por que censurar uma obra de arte?
Marcia X. consegui o que queria, chocar a sociedade e principalmente aqueles que tem a mente fechada, aqueles que acham que nunca aparecerá homens-jacares.
O que aconteceu foi um absurdo, me pergunto ate quando nós artista teremos que viver com uma sociedade estagnada.
Carla Souza; 200610619

L.A.G. disse...

A Censura é um ato ditador que impede o desenvolvimento da humanidade. A igreja controlou por muito tempo a vida das pessoas e como podemos perceber o mundo ficou durante muito tempo praticamente estagnado, pois, a igreja queria controlar a mente das pessoas e tudas as coisas diferentes pertenciam ao Satã. No século XX o mundo desenvolveu absurdamente comparando aos séculos anteriores, pois a igreja já não tinha tanto poder. A arte é um reflexo do tempo e da sociedade e se Márcia X expôs um terço em formato de pênis, não foi unicamente para chocar, pois é muito mais chocante ler/ver nos jornais os escândalos envolvendo padres. (Não tão chocantes depois de ver as mesmas coisas repetidas com frequencia).

Leandro Alves Garcia
200606310

Edson Lima disse...

Vera, respeito sua opinião, mas não concordo. Ninguém aqui tá "censurando" a censura. Só se está querendo aqui, e isso você também quer, é que a liberdade de expressão seja respeitada. A pessoa pode ser contra a obra. mas o artista tem o direito de expor sua obra, até para que ela seja julgada. Quanto à nudez na Capitania das Artes. A nudez nunca foi motivo de censura na arte desde a antiguidade. Por que seria hoje? As crianças são impedidas de entrar em museus onde tem obras de nú? Não são. Então porque uma performance com nudez teria de ser comunicada antes? Não seria UMA CENSURA PRÉVIA?

Edson Lima
200606239

Anônimo disse...

Neste caso, a censura depende do ponto de vista do espectador, de suas concepções religiosas, artísticas... mas qual o sentido desse tipo de trabalho? Foi apenas para chocar, chamar a atenção?

Patrícia Cristina 200606344

Anônimo disse...

A censura foi corretíssima.
Mais uma vez a fé, no caso a católica, é ridicularizada pelos artistas.
Qualquer tipo de arte é importante e bonito, mas não concordo que manifestações como essa abusem da liberdade democrática para zombar do credo religioso de alguém.

Todo e qualquer ato que agride os valores cultuados pelas várias religiões não goza de amparo constitucional, pois caracteriza nítida ofensa a direitos consagrados pela Lei Maior. A liberdade de expressão, assim como qualquer direito individual, não é ilimitada. A manifestação da expressão artística que afronta crença religiosa e os valores éticos sociais não pode ser considerada legítima nem juridicamente válida. A Constituição Federal garante a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença (liberdade religiosa) e o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, nos termos do art. 5º, VI e art. 221, IV.
A liberdade não pode ser confundida com libertinagem; posso dar socos no ar à vontade, mas até não atingir o nariz do meu irmão. Pregar a liberdade de expressão sem respeitar os direitos dos outros, equivale a perversão intelectual e volta à barbárie.

O jornalista Carlos Heitor Cony em um artigo “Liberdade de expressão”, na Folha de São Paulo, diz: “Vamos com calma. A liberdade de expressão tem mão e contramão. Ela não é uma exclusividade divinatória dos jornalistas e profissionais da mídia. Qualquer ser humano tem a liberdade de expressar-se. É evidente que há limites legais e morais para esse tipo de manifestação”.

Os que têm fé não podem ser magoados e ofendidos em seus sentimentos mais sagrados. A fé de um povo é algo muito importante, algo como a sua identidade. A prova de que o direito de expressão não é absoluto, é que o Artigo 208 do Código Penal, que trata dos crimes contra o sentimento religioso, diz bem claro: “Art. 208 – “Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.”

O Professor Doutor Paulo Adib Casseb, doutor em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP) e Professor de pós-graduação em Direito Constitucional na FMU, garante que a liberdade de expressão não é absoluta, conforme jurisprudência firmada pelo STF no sentido de que no nosso sistema inexistem direitos e garantias revestidos de natureza absoluta (RTJ 173/805-810, 807-808 e decisão de 22/08/2005 cf. informativo 398 do STF).
Ricardo Wagner de Araujo 200710893

Anônimo disse...

Quanto à questão, ela é a seguinte: A censura foi correta ou abusiva? Fundamente a sua resposta.

Eu concordo que a censura agiu corretamente. Porém, achei intrigante e inteligente a forma que a artista plástica se posicionou contra a Igreja Católica.
A meu ver ela profanou o que é mais sagrado para seus adeptos, que foi o terço. Ora, O terço é a terça parte do rosário, que é um conjunto de orações com os principais mistérios da fé católica. E nesse ritual, o terço ainda se compõe de um conjunto de ave-marias e pais-nossos. Totalizando em cinqüenta ave-marias rezadas em grupo de dez, que se chamam mistérios. Após cada mistério segue um pai-nosso. Vejo que os artistas não respeitam a individualidade de seus semelhantes. Essa individualidade deve ser respeitada, e para se respeitar alguém se deve ter o exercício da palavra “respeito”.

Outro ponto que quero destacar fala-se muito em censura. O que é censura? Lembre-se que ela é subjetiva. Muitas pessoas acham que coibir, censurar, advertir e etc está privando de realizar algo, no entanto, ela não funciona dessa forma. No meu entendimento, essa artista plástica foi ingênua ou burra, no entanto, quero pensar o melhor dela, que foi ingênua, porque digo isso, precisamos em primeiro lugar respeitar as diversas formas de pensar, agir....e ademais, era deveria ter ciência aonde estava pisando, afinal somos um pais de católico, quiçá no mundo.

E para que o produto, uma idéia, um pensamento... ser censurado, passam pelo um crivo, uma norma, princípio, para coibir ou não.
O que estou observando que em nome da arte se ultrapassa em muito os limites individuais de cada um. Acredito que falta Deus.
Fecho esse argumento com as palavras do arqueólogo, William Albright, que disse: “ O profundo discernimento moral e espiritual da Bíblia.... é tão atual hoje como era dois ou três mil anos atrás.”

Jucélia Maria Emerenciano Rodrigues
Matrícula 200007811

Anônimo disse...

Felipe Cabral de Araujo Fagundes

Matrícula 200505539

Acho que censurar uma obra por ela ser considerada ofensiva por uma insttituição q não revê seus valores desde sua fundação, é um ato burro. Onde está a liberdade de expressão tão falada por todos e tão pouco praticada?
Às vezes grandes manifestações artísticas~são impedidas de acontecer, simplesmente porque um grupo social diz que é demasiadamente perigoso, ou q é uma ofensa à moral e aos bons costumes e esquecem que o que vemos nas novelas ofende bem mais disfarçando-se de algo politicamente correto do que certas manifestações artísticas.

Anônimo disse...

Aí vai meu comentário

A “censura”, censura o que considera (segundo sua concepção e conveniência) moralmente inaceitável. Se for por questões morais eu considero abusiva, se for por questões éticas (no que se refere à fé do povo), considero correta.
Eu vejo a arte como uma das expressões do ser humano. Na arte pós-moderna (advinda do Dadaísmo), o artista tem como característica, o protesto. Em suas obras ele protesta contra o mau político, a destruição da natureza, a “burguesia”, os falsos moralistas. “OPA! _ Será que com esse gesto Márcia X não quer qualificar os líderes eclesiásticos de falsos moralistas??? Não sei.” Bem, voltemos a arte pós-moderna. O artista pós - moderno, penso, ama tanto a arte, a vida, a natureza, o mundo, que protesta. Ele é sensível, ele não está anestesiado (lembra Matrix?). Ele quer e deseja a verdade, e ainda não a encontrou. E protesta, ironiza e critica.
Quanto a moral e a arte. Isso é antigo... Lembro-me da História da Arte, que em 1508 Michelangelo iniciou seus trabalhos para o teto da Capela Sistina. As imagens chocaram os líderes religiosos, pois nelas haviam corpos despidos. Mais tarde outros pintores foram contratados para cobrir com vestes estas imagens. (obs. Ainda tem alguns personagens com algumas partes “de fora”). Essa obra é considerada uma das maiores obras de arte de todos os tempos e Michelangelo um dos melhores artistas. Ele era polêmico e determinado. Pasme, ele não gostava muito de pintar, seu forte eram as esculturas! Ah! Por falar em esculturas, lembram de Davi? Uma obra-prima, e não está com roupas...
E o terço?
Para concluir, julgo por bem citar a questão do respeito, penso que essa seria a causa da minha indignação quando vi a obra. Não refleti no que os líderes religiosos iriam pensar, lembrei-me dos fiéis, do povo, daquela pessoa humilde, que não têm maus interesses por detrás do que crê. Que acredita naquele símbolo e tem fé. Pensei que poderia ser uma afronta a eles.
Bem, agradar a todos é impossível.
Bom mesmo é agradar a Deus. Só Ele sabe de todas as coisas.

Conceição Oliveira
Matr. 200606204

Anônimo disse...

Acredito sim que tenha sido um exagero censurar tal obra, pois dois insignificantes terços postos em forma de pênis? Que mal, real, isso realmente causa? A intenção da pessoa que criou essa obra era apenas de chocar os devotos do cristianismo, como já foi dito por muitos aqui. .
Espanta-me e muito saber que uma obra tão “besta” assim por dizer tenha causado tanto alvoroço ao ponto de ser censurada, espanto-me ainda mais ao saber que a ridícula “obra”, que de arte não tem nada, de Guillermo Habacuc Vargas tenha sido exposta e essa da Macia X censurada.
Um terço em forma de pênis não causa ferimentos, hematomas nem morte a pessoa que a assiste, ele pode causar vergonha, espanto entre outras coisas, mas não machuca, realmente, ninguém. Desse modo digo que não só a arte como qualquer coisa que busque ser uma forma de entretenimento deve ser censurado se a mesma gere um real sofrimento a alguém ou a alguns, se o sofrimento é apenas psicológico como é o caso do terço, por favor isso é patético e é um exagero chegar a censura.
Arte não deve ser censurada, mesmo que a mesma cause espanto, esse terço é uma forma de arte, mesmo q sua intenção seja apenas de chocar quem a vê. O cachorro que é posto para morrer na frente dos visitantes da exposição não é arte, pois como eu já disse ao responder a questão referente a o cão, Desde quando assassinato é arte?
Diogo 2005050006

Anônimo disse...

Rodrigo de Paula Pessoa Freitas
mat 200710907

A censura é algo que na minha opinião deve ser sempre combatido. Como nao podemos confiar no bom censo da humanidade, tambem nao podemos confiar na honestidade de principios de quem censura; portanto, o melhor seria que nao houvesse censura alguma e que as pessoas simplesmente fossem livres para se expressar. Neste caso específico, entendo que alguns religiosos se sentiram ofendidos mas o problema eh de quem se ofende. Talvez a mensagem seja de que a igreja é imoral e isso ofende os religiosos, mas se a igreja nao é imoral nao ha motivo para censura e tao pouco para se sentir ofendido. Nos tempos em que a igreja censurava a arte, houve uma imensa quantidade de assassinatos e a humanidade ficou decadente intelectualmente.

. : Beleza é Essencial : . disse...

Creio que abusiva.

Sem comentários


Pammela de O. Lisboa

200611291

redpoio disse...

É esse o tipo de subversão que devia ser aplaudida, não só pela parte do artista, mas como pelos próprios curadores que permitiram a entrada da peça. Quem impôs a "moral", pelo visto, foram os visitantes e a crítica, mais parecida com uma atitude preconceituosa em cima de uma simples crítica, que na minha opinião é louvável.

Milton Cobe
200606336

Anônimo disse...

VANESSA KALINDRA LABRE DE OLIVEIRA
MAT: 200717600

O argumento que fundamentaliza o agir da censura em favor da retirada da exposição da autora Márcia X é significativamente religioso, para aqueles que compartilham desta opinião trata-se de subverter e desrespeitar a fé católica e sua Instituição. Na minha opinião a censura, mais uma vez, se apresenta de forma autoritária, abusiva. A arte nos permite lidar e resignificar elementos quais sejam os anseios de representação do artista. Romper com tal liberdade de criação e estímulo à criatividade crítica fomenta a singularização da visão sobre o objeto artístico, mediando uma concentração interpretativa e um empobrecimento estético frente à diversidade de matrizes com as quais a arte dialoga e permeia.

Anônimo disse...

ANDRÉ LUIZ RODRIGUES BEZERRA
MAT. 200717405

Creio que neste aspecto sim. A censura neste sentido se demonstrou de modo antagônico à obra por princípios meramente religiosos, o que dentro do domínio estético e da própria implicação da justaposição de significantes revela-se muito mais enquanto objeto que avalia uma análise das imagens coligadas dentro do processo histórico-social no qual se constituem (Masculino/Deus/Pai), do que numa ofensa gratuita a qualquer dos preceitos do cristianismo.

Anônimo disse...

A censura foi extremamente abusiva.Causadas por entidades católicas que não têm nada haver com arte. A igreja Católica se entromente em assuntos que não desrespeitam a ela. Podemos citar um exemplo recente, a liberação das células - tronco para a cura de doenças degenerativas. Num país de maioria católica fica bastante complicada a aprovação.
Arte tem a beleza e a razão quer que ela seja moral. O homem tem moral e ética desde sua exitência, mas a arte - apesar de ser criação dele - está totalmente fora dessa regra.
A obra "O Terço Erótico" não deveria passar por essa cituação. É uma obra polêmica e com sua beleza artistica. Os terços em forma de "X" tem várias interpretações. Pode ser o x da questão citada desde o inicio do texto, sobre o poder da igreja; uma questão pessoal; preconceitos vindos da sociedade cristã; o machismo pregado pela igreja; os abusos das autoridades católicas tanto na questão de poder como na sexual e etc. Não dar para nomear todas as interpretações, são inúmeras. Apesar de todas os exemplos citados não se justifica a sensura, temos livre - arbítrio para expressarmos de qualquer forma independente do veículi usado.

Ana Paula Almeida de Oliveira
200610589

Anônimo disse...

Cabe a censura interditar ou restringir a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito, quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pública vigente. Esse é o significado encontrado no dicionário para a palavra “censura”. Mas de que ordem estão falando? Ao defender um direito estamos violando outro, nesse caso o da artista Márcia X de mostrar sua obra de arte. Qual a verdadeira ordem? A de instituições que sempre censuraram e impregnaram em nossa cultura tal maneira, ou a de poder se expressar sem correr o risco de ser restringido? Considero abusiva a censura feita à obra Terço erótico por ameaçar a ordem pública vigente de livre pensamento seja ele oral ou escrito.

Camila Maria Grazielle Freitas
200717430

Anônimo disse...

Camilo de Lelis M. Nascimento
Mat. 200710729

Penso que neste caso não houve censura, mas sim um reconhecimento de que as pessoas devem respeito umas às outras. Ser livre para expressar o que quiser não significa que eu posso sair por aí fazendo o que eu bem entender e achar conveniente. A liberdade pressupõe responsabilidade. E a minha termina onde começa a do outro. Se assim não fosse, tudo seria permitido e moralmente bom, inclusive o assassinato, o estupro, a guerra, aborto, a eutanásia. Seria o imperativo do sujeito, ou seja, o agir segundo o próprio pensamento, sem levar em conta o mundo em volta. Se as pessoas fossem realmente livres e responsáveis, não teríamos tantas carnificinas. Por isso, é preciso reconhecer que nem tudo é moralmente aceitável. O respeito ao outro, às suas crenças e ao seu modo de agir são os princípios básicos que todos deveriam aprender, desde os primeiros anos de vida. E o fato de que só podemos ir até onde começa a liberdade do outro.

Yuri disse...

Censura correta, na minha opinião, só pode ser considerada quando a informação censurada iria acarretar danos à imagem de forma injusta. A obra de Márcia X. faz uma correlação da Religião com o erotismo que não tem que ser necessariamente ofensiva, pois como obra artística, ela pode ter vários significados. A religião cristã tem SÉRIOS problemas para enfrentar o discurso sexual até hoje, vide as colocações retrógradas do papa quanto ao controle da natalidade. As idéias têm que avançar, por bem ou por mal. Essa obra pode ser desde uma referência à pedofilia na igreja quanto ao êxtase religioso no momento da oração, que se assemelha ao orgasmo (bom lembrar que os mistérios católicos são os malditos, os devotos, os silenciosos e os GOZOSOS). Se você, como pessoa, não quer falar de sexo, tudo bem. Se o seu discurso, sua vida ou o que quer que o valha não aceita essa imagem, tudo bem também. Agora utilizar-se de poder político (do qual a igreja não deveria mais dispor, segundo a lei) para impedir a liberdade de expressão de uma artista que faz uma obra rica de significados como essa porque afrontou suas crenças pessoais é de um umbiguismo tremendo. O mundo não gira ao redor da sua indignação. As pessoas vão se expressar e se você quer se fechar na sua caixa, tudo bem, só não force as outras pessoas à isso. É uma tentativa (inútil) de manter o status quo que, por tabela, provoca muito mais polêmica e dá muito mais visibilidade à obra do que se ela tivesse ficado lá no seu canto. E eu acho isso bom. A censura, abusiva nesse caso, teve seus pontos positivos.
E só mais uma coisa em relação aos comentários: gente, sexo não é uma coisa ridícula (na maior parte do tempo), é um fato da vida. Aceitem-o (ou não, não é da minha conta). Só porque aparece um pênis ou uma vagina na figura não significa instantaneamente o ridículo ou a zombaria. Se olhem no espelho um pouco, pelo amor desse Deus que vocês tanto defendem!

Yuri Kotke Cunha
200717626

Anônimo disse...

Censura sempre é abusiva. E hipócrita. O grande mal social é a hipocrisia. Todos devem ter o direito de se manifestar e quem nao estiver satisfeito, mude o canal, desligue a tv, va fazer outra coisa, ler outro livro, enfim...

Gosto de uma frase de Bertold Brecht, quando ele diz: "Do rio que transborda, invade casas, destrói árvores, diz-se que é violento, mas nada se fala da violência das margens que o oprimem..."

Isis de Castro.
200610651

Unknown disse...

No meu ponto de vista a censura foi abusiva, pois a forma como a obra de arte estava sendo exibida não difamava a Igreja nem a ordem católica. O que denigre a imagem dela nos dias de hoje são as pregações feitas por “falsos profetas” que fazem seu discurso para prática do bem e, no entanto agem de encontro com suas palavras. A artista quis apenas abordar tocar num ponto reflexivo da sociedade (que ainda passa questões conflitos de guerra, economia, território e religiões, mas que luta por um desenvolvimento neste mundo “globalizado”).

ANDREIA MELO
200610597

norberto disse...

Ainda existe a força poderosa da igreja interferindo no ambiente social e cultural,para mim foi abusiva porque na pseudo democracia que vivemos deve haver tolerancia para os pontos de vista divergentes inclusive nas artes.

Anônimo disse...

Apesar de ser algo visivelmente abusivo para alguns,defendo a preservação da liberdade total da expressão artística.Ofensiva ou não,o encantador da arte é justamente que tipo de reação ela pode causar e de que forma somente a mesma é capaz de faze-lo.Nesse caso específico a intensão da artista foi executada com maestria, uma vez que a obra é polêmica com o intuito de chocar.

Anônimo disse...

A postagem acima é de
Thais Henrique Ferreira
200611062

Anônimo disse...

Se essa não é a funçãoda arte, qual seria?


Vejo esse trabalho como uma ótima critica à igreja católica. Afinal, todos sabem que existe padres que possuem vida paralela a religiosa.


Daniel E. Sonehara Muller

Anônimo disse...

Jesus é o mesmo ontem hoje e sempre, inconfundível e Imutável

As profecias do antigo testamento diziam que de uma virgem nasceria uma criança, a qual se chamaria “EMANUEL” “Deus Conosco”, seria a luz para um mundo que andava em trevas.

Temos que tomar cuidado com o que chamamos de liberdade de expressão, pois estamos achando tudo normal, seqüestros, mortes assassinatos, fome, miséria e homossexualismo, enfim, basta ligar a TV e está lá tudo diante de nossos olhos.
Então eu pergunto que mundo estamos deixando para nossos filhos?

Mas minha opinião se não tivesse censurando nem tinha dado ibop... (O tiro saiu pela culatra)

Denilson Novaes
denilson@santamariamaededeus.org.br